Rodrigo Constantino
Presidentes
de sete partidos — PMDB, PSDB, DEM, PSB, PP, PR e PSD — com o apoio do
PTB que não esteve na reunião no gabinete do presidente interino do
PSDB, Tasso Jeiressatti (CE), fecharam
um pacto para aprovar, em regime de esforço concentrado, uma mini
reforma política que prevê a criação do fundo de financiamento da
campanha de 2018 e a PEC que institui cláusulas de barreira e fim das
coligações proporcionais. Com uma estimativa inicial de R$ 3,5 bilhões, o
fundo terá como parâmetro 50% dos gastos globais da eleição de 2014
para presidente da República, governador, senador e deputados.
A
construção da proposta que deverá ser votada em urgência ainda no
primeiro semestre no Senado, ficou a cargo do líder do governo Romero
Jucá (PMDB-RR) e deverá ser apresentada já na próxima semana. O fundo,
que será constituído só em anos eleitorais, deverá ser composto por uma
parte do Orçamento Geral da União e também de emendas parlamentares.
Além do fundo de campanha eleitoral para substituir o fim do
financiamento privado, os partidos continuarão recebendo as fatias do
Fundo Partidário, que é mensal.
Segundo
Jucá, na reunião se discutiu também o calendário de votações dessas
propostas. Estiveram na reunião agora a tarde o ministro das
Comunicações Gilberto Kassab, presidente do PSD; Romero Jucá, presidente
do PMDB; senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP; Tasso do PSDB,
senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM; Carlos Siqueira,
presidente do PSB e o senador suplente Antônio Carlos Rodrigues,
presidente do PR.
— Um fundo
eleitoral que será criado e tudo tem que estar votado e publicado até o
final de setembro por causa da regra da anualidade na legislação
eleitoral. Vamos criar um sistema que seja da compreensão da população,
não podemos continuar como estamos, o sistema atual de financiamento de
campanha caiu por terra. Tem que ser recolocado algo muito transparente,
sistematizado, com menos gastos, de uma forma que o povo entenda —
explicou Jucá.
Ou seja, vamos colocar ainda mais recurso
público nesse sistema fechado e corrupto dos grandes caciques
políticos. É isso mesmo?! Essa turma do andar de cima perdeu qualquer
elo com a realidade, e também a noção do perigo. Se continuarem
provocando assim a população, os que pagam a conta, isso não vai acabar
nada bem.
João Dionísio Amoedo, presidente do
Partido Novo, que sempre declarou que abriria mão desse “fundo
partidário” pois ele representa a estatização da política, comentou:
A grande maioria dos nossos
políticos, por corrupção, por incompetência ou pelo dois, merece ser
demitida. A proposta – em um país em crise, com 14 milhões de
desempregados – de transferir para partidos mais R$ 3.500.000.000,00 é
inaceitável. A conclusão é obvia: se precisam de tanto dinheiro para
propaganda (eleitoral) é porque o produto é muito ruim. Em 2018 vamos
fazer a nossa parte e mandar essa turma para casa.
De fato, parece que esse pessoal só
consegue mesmo se “vender” por meio de propinas ou verba estatal. Quer
dizer que a população, voluntariamente, não quer bancar esses
políticos, essas campanhas? Quer dizer que para continuar mentindo,
enganando e concentrando poder é preciso meter a mão no bolso do
trabalhador antes mesmo de chegar ao governo, para continuar fazendo isso de forma ainda mais escancarada depois?
O abuso da classe política já passou de
qualquer limite do tolerável. Estão brincando com fogo, fomentando uma
revolta que poderá sair de controle. O argumento de que sem esses
recursos públicos o caminho ficará livre para traficantes ou
celebridades não vale, pois depõe contra a própria democracia, ao
assumir como premissa que o eleitor é um completo idiota.
Se esta é a premissa, então é melhor
adotar logo uma monarquia, porque é ridículo pensar que a solução seria
tomar ainda mais dinheiro do eleitor boboca para dar aos caciques dos
grandes partidos, não? Ou alguém acha que Lula, Temer e Aécio são os
melhores guardiões dos interesses do povo?
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