Le Monde
Ebrahim Noroozi/AP
2.abr.2015 - Iranianos celebram nas ruas o acordo sobre a energia nuclear; texto foi finalizado em julho
Nunca uma causa havia conseguido reunir tantos militantes dos direitos humanos e políticos iranianos de todas as vertentes sob uma mesma bandeira como o apoio ao acordo sobre a questão nuclear de Teerã, fechado em julho com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha.
Há alguns dias, grandes figuras da sociedade civil iraniana, artistas internacionalmente conhecidos, jornalistas e acadêmicos de renome, vivendo no Irã ou em exílio, antigos ou atuais prisioneiros políticos, aderiram a uma campanha chamada "Support Iran Deal" ("Apoiem o acordo com o Irã"), publicando mensagens através de vídeos no YouTube para apoiar o acordo nuclear e pedindo ao Congresso americano, que se pronunciará no dia 17 de setembro, para que não se oponha a ele.
De Shirin Ebadi,
grande advogada iraniana e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2003,
obrigada a se exilar em Londres, até sua colega Nasrin Sotoudeh,
laureada de 2012 do prêmio Sakharov atribuído pelo Parlamento europeu
por suas atividades a favor dos direitos humanos, que cumpriu três anos
de prisão, a maior parte dos iranianos que participaram dessa campanha
pagaram caro por seu engajamento a favor da democracia.
A partir de sua casa em Teerã, o grande cineasta iraniano Jafar Panahi, condenado a seis anos de prisão e impedido de exercer sua profissão por vinte anos, fala, em sua mensagem, sobre os riscos de crise caso o Congresso americano não valide o acordo: "O Congresso pensa que com as sanções [internacionais votadas com o intuito de dissuadir Teerã de continuar seu programa nuclear] e a guerra, alguma coisa [de bom] pode ser feita. Mas isso nos levaria a uma crise que sufocará a democracia e a paz (...). Peço aos deputados do Congresso que aceitem esse acordo para que os iranianos possam escolher seu próprio caminho."
O fato de estar na prisão não impediu o estudante e ativista do direito de acesso ao ensino superior para todos, Zia Nabavi, de enviar uma gravação em áudio em apoio ao acordo nuclear, pedindo para que os americanos e o Congresso o defendam. "Meu apoio ao acordo não quer dizer que eu aprove o estado dos direitos humanos no Irã", explica esse iraniano que foi condenado a dez anos de prisão e se encontra preso há seis. "Para mim, o acordo propõe uma solução para tirar o Irã de uma crise internacional. Aqueles que pensam que as sanções podem melhorar os direitos humanos estão enganados."
O famoso músico iraniano Kayhan Kalhor, que anunciou recentemente que não organizaria mais shows no Irã por causa das pressões exercidas pelos meios conservadores e dos cancelamentos de última hora, e a mãe do jovem iraniano Sohrab Arabi, morto em junho de 2009 durante as manifestações que surgiram após a controversa reeleição de Mahmoud Ahmadinejad (2005-2013), também estão entre aqueles que responderam positivamente à campanha "Support Iran Deal."
No sábado (15), iranianos que residem no exterior também se reuniram em várias cidades, para manifestar apoio ao acordo.
O Congresso deverá se pronunciar no dia 17 de setembro sobre uma resolução de rejeição a esse acordo. Se essa resolução passar, Barack Obama não poderá suspender as sanções americanas contra Teerã, como prevê o acordo, e como os republicanos são majoritários nas duas câmaras, esse cenário parece inevitável. O presidente americano daria então seu veto, e em seguida, seria preciso que os opositores ao acordo reunissem dois terços dos representantes do Congresso para conseguir derrubá-lo.
A partir de sua casa em Teerã, o grande cineasta iraniano Jafar Panahi, condenado a seis anos de prisão e impedido de exercer sua profissão por vinte anos, fala, em sua mensagem, sobre os riscos de crise caso o Congresso americano não valide o acordo: "O Congresso pensa que com as sanções [internacionais votadas com o intuito de dissuadir Teerã de continuar seu programa nuclear] e a guerra, alguma coisa [de bom] pode ser feita. Mas isso nos levaria a uma crise que sufocará a democracia e a paz (...). Peço aos deputados do Congresso que aceitem esse acordo para que os iranianos possam escolher seu próprio caminho."
O fato de estar na prisão não impediu o estudante e ativista do direito de acesso ao ensino superior para todos, Zia Nabavi, de enviar uma gravação em áudio em apoio ao acordo nuclear, pedindo para que os americanos e o Congresso o defendam. "Meu apoio ao acordo não quer dizer que eu aprove o estado dos direitos humanos no Irã", explica esse iraniano que foi condenado a dez anos de prisão e se encontra preso há seis. "Para mim, o acordo propõe uma solução para tirar o Irã de uma crise internacional. Aqueles que pensam que as sanções podem melhorar os direitos humanos estão enganados."
O famoso músico iraniano Kayhan Kalhor, que anunciou recentemente que não organizaria mais shows no Irã por causa das pressões exercidas pelos meios conservadores e dos cancelamentos de última hora, e a mãe do jovem iraniano Sohrab Arabi, morto em junho de 2009 durante as manifestações que surgiram após a controversa reeleição de Mahmoud Ahmadinejad (2005-2013), também estão entre aqueles que responderam positivamente à campanha "Support Iran Deal."
No sábado (15), iranianos que residem no exterior também se reuniram em várias cidades, para manifestar apoio ao acordo.
O Congresso deverá se pronunciar no dia 17 de setembro sobre uma resolução de rejeição a esse acordo. Se essa resolução passar, Barack Obama não poderá suspender as sanções americanas contra Teerã, como prevê o acordo, e como os republicanos são majoritários nas duas câmaras, esse cenário parece inevitável. O presidente americano daria então seu veto, e em seguida, seria preciso que os opositores ao acordo reunissem dois terços dos representantes do Congresso para conseguir derrubá-lo.
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