Morte e vida Pixuleca
Boneco que representa Lula como presidiário é atacado durante confronto em São Paulo
BRUNO FÁVERO/GUSTAVO URIBE - FSP
Menos de duas semanas após ficar famoso nas manifestações
pró-impeachment, o boneco inflável que representa o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva vestido de presidiário sofreu nesta sexta (28) seu
segundo revés.
Batizado pelos criadores como Pixuleko, o boneco de 15 metros de altura
foi furado durante confronto entre apoiadores e opositores do governo no
centro de São Paulo. Em sua estreia em Brasília, no dia 16, ele já
havia sido rasgado.
A confusão em São Paulo começou depois que um transeunte tentou
danificar o equipamento usado para inflar o boneco e foi hostilizado.
Simpatizantes do governo e oposicionistas começaram um bate-boca e alguém fez furos no boneco, aparentemente com uma faca.
Manifestantes se voltaram então contra a estudante de direito e
militante da União Juventude Socialista (UJS) Emmanuelle Thomaziello,
21, apontada como a agressora.
Por segurança, a Guarda Civil Metropolitana levou-a para uma delegacia.
Enquanto ela entrava no carro, ouviram-se gritos de "vagabunda" e "vão
cortar sua teta". Ela negou ter esfaqueado Pixuleko.
Na delegacia, os donos do boneco quiseram saber o que poderiam fazer
para buscar justiça. Para prestar queixa, informou o delegado, era
preciso deixá-lo na perícia.
"Querem prender o Pixuleko e deixar o Lula solto? Sacanagem", reclamou
Marcello Reis, líder do grupo de ativistas Revoltados On Line.
No fim, decidiram levar o boneco na segunda-feira (31) e cancelaram sua
agenda de aparições. A próxima estava prevista para este domingo (30) na
avenida Paulista.
Depois que for liberado pelos peritos, ele será levado para conserto e
voltará à ativa, garantiram. "Não é um rasgo que vai impedi-lo de viajar
pelo país", disse Ricardo Honorato, do Movimento Brasil, grupo que
criou o boneco.
Antes da confusão no centro, Pixuleko foi inflado na Ponte Estaiada, na
zona Sul. O protesto obrigou a TV Globo a mudar o cenário do telejornal
Bom Dia São Paulo, gravado perto de uma janela com vista para a ponte.
Nesta sexta, o telejornal foi transmitido com as cortinas fechadas.
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