quinta-feira, 26 de março de 2009

Não sei se poemas eu fiz ou se poemas me fizeram. Houve um tempo em que os gerava como quem desfolha flores ao vento. Hoje eles surgem como um vento sem flores que sopra em minha alma ressequida. Já não faço versos. Os versos é que me fazem. Escrevo, e enquanto escrevo a arte fica me olhando por sobre os óculos como uma velha que espera sentada à roca da vida, sempre a fiar, ... e a fiar... às vezes, cansada de mim, faz tricô com os ponteiros do relógio, puxando um fio do tempo de um novelo a seus pés, um emaranhado de memórias em que, numa ponta perdida, um menino galopa um corcel de sonhos.

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