sábado, 31 de março de 2012

"O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma.  Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe em distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade."
Nelson Rodrigues

TRISTANIA - YEAR OF THE RAT

NICK CAVE - INTO MY ARMS

O GRANDE MISTÉRIO CONTINUA... SINISTRO, MUITO SINISTRO...

"A grande questão, que nunca encontrou explicação e que ainda não consegui desvendar, após anos de pesquisa da alma feminina, é esta: Que quer a mulher?"
Freud 

VIVER É PRECISO

Voar Sempre...

Passamos uma vida presos,
qual pássaros em suas gaiolas!

Medo de amar, de olhar a vida de frente...

E, naquele pequeno espaço,
cantamos nossas dores e sonhos!

Muitas vezes, as portas de nossas gaiolas se abrem...

Mas permanecemos ali, acostumados,
encolhidos as nossas vontades e sonhos!

Não tenha dúvida amigo,
à primeira oportunidade,
deve alçar o vôo dos falcões,
calma, confiante, determinada!

Ame sem medo,
brinque um pouco com a vida!
Não tenha medo dos rochedos e
sobre eles, estenda as suas asas corajosas de falcão!
Solte-se ao vento, e deixe- se ao sonho como o Condor.


Autor: ???

SINISTRO, MUITO SINISTRO...

THE SECOND COMING
W. B. Yeats (1865-1939)
URNING and turning in the widening gyre
The falcon cannot hear the falconer;
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere
The ceremony of innocence is drowned;
The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.


 Surely some revelation is at hand;
Surely the Second Coming is at hand.
The Second Coming! Hardly are those words out
When a vast image out of Spiritus Mundi
Troubles my sight: somewhere in the sands of the desert
A shape with lion body and the head of a man,
A gaze blank and pitiless as the sun,
Is moving its slow thighs, while all about it
Reel shadows of the indignant desert birds.
The darkness drops again; but now I know
That twenty centuries of stony sleep
Were vexed to nightmare by a rocking cradle,
And what rough beast, its hour come round at last,
Slouches towards Bethlehem to be born?

Do Blog:
Muitas coisas me ligam ao sábio poeta.
Leia o poema.  Interprete-os à sombra dos dias atuais.
Dá o que pensar.
Ou não?

A REVOLUÇÃO DE 1964

Como exercer a democracia e o pluralismo, na visão comunista
Aluízio Amorim & Graça Salgueiro - MSM
A baderna ocorrida no Rio de Janeiro contra o Clube Militar, antecipa o que está por acontecer no Brasil que, sob o domínio de Lula, do PT e seus sequazes, se encaminha para transformar-se numa nova república comunista.
Comentário de Graça Salgueiro:
No último dia 29 de março os militares, que foram proibidos de fazer qualquer manifestação alusiva ao 31 de Março, resolveram realizar uma conferência acerca da histórica data no Clube Militar no Rio de Janeiro, uma vez que aquele clube não está subordinado às Forças Armadas por ser uma entidade civil. Entretanto, o evento foi marcado por um enorme tumulto em frente ao prédio, onde jovens que sequer eram nascidos e tudo o que sabem a respeito da ditadura lhes foi ensinado pelos mesmos antigos comunistas que queriam instalar uma ditadura comunista em nosso país e que, hoje anistiados, tornaram-se professores de escolas, universidades, articulistas da grande mídia, etc.
O texto abaixo, de autoria de Aluízio Amorim, faz uma análise acurada sobre como foi noticiado o fato pelo jornal “O Globo”, e abaixo dele pode-se assistir a um vídeo sobre a manifestação. Nele, vê-se um moleque assediando o herói nacional Coronel Lício Maciel, e outro que se deita histericamente no chão e quando levantado pela Polícia diz “meu pai foi assassinado por eles e eu tenho que reagir!”. Custa a crer que a cena não é teatral, considerando-se a pouca idade do manifestante. E em fotos publicadas por outros jornais, vê-se um moleque atrevido cuspindo no Coronel-Aviador Juarez Gomes. Todos octogenários.
Conforme venho denunciando há anos, e os leitores do Mídia Sem Máscara são testemunhas, este ato insolente e grotesco é apenas o início da perseguição visível e escancarada a que vão ser submetidos todos os militares que combateram o terrorismo e a subversão entre 1964 e 1983, e que pretende tão-somente, alijá-los do benefício da Lei de Anistia para condená-los e encarcerá-los como “bandidos”, “torturadores”, “assassinos”, como já ocorre em vários países sul-americanos.
Não foi por falta de aviso. O pior está por vir e isto foi apenas um trailer do que esta gente pretende, e não duvido que conseguirá, lamentavelmente, porque os militares não souberam se impor e acreditaram em palavra de comunista.
Graça Salgueiro

PT e seus satélites comunistas insultam militares e promovem a guerrilha urbana no Rio de Janeiro
Aluízio Amorim
Esta matéria do site de O Globo inicia o lead afirmando que a revolução de 31 de março de 1964 implantou uma ditadura. Mas não foi isso que aconteceu. Quem viveu essa época sabe muito bem que o movimento democrático de 31 de março, que teve amplo apoio da população, foi levado a efeito pelos militares que não tiveram outra saída que não fosse intervir no processo político para restabelecer a ordem e a segurança nacional. Se fraquejassem o Brasil hoje seria uma republiqueta no estilo de Cuba.
Houve na verdade uma guerra contra canalha comunista. Essa mesma canalha que hoje domina boa parte da América Latina como se vê em Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua, Uruguai, Argentina e agora também no Peru.
Em todos esses países as liberdades civis estão sendo pisoteadas, a imprensa é perseguida, as Forças Armadas são denegridas e a lei e a ordem são escarnecidas pela bandalha comunista.
Esta ação é coordenada pelo Foro de São Paulo, organização comunista que fornece as diretrizes de ação para o desmonte das instituições democráticas em todo o continente e foi criada aqui no Brasil, em São Paulo, sob os auspícios do PT.
Em todos esses países os cidadãos vivem um estado de violência permanente, já que os comunistas abençoam os bandidos, como os narcoterroristas das FARC que fazem parte do Foro de São Paulo, organização fundada por Lula, o PT e seus sequazes, juntamente com gente do nível de Hugo Chávez e dos criminosos das FARC.
O Brasil segue o mesmo caminho dessas republiquetas, ajudado por uma imprensa servil e cupincha do movimento comunista internacional. As redações dos veículos de comunicação são todas controladas pelos comunistas. Tanto é que a grande imprensa só noticia coisas que não têm nenhum interesse. Opinam sobre o Big Brother da Rede Globo e dão notícias de novelas e bobagens correlatas.
No que se refere ao que interessa, que é a política, os jornalistas e seus veículos de comunicação tergiversam e promovem a inversão de valores numa permanente lavagem cerebral da população. Nas escolas e universidades ocorre a mesma coisa.
Instituições democráticas como as Forças Armadas e as polícias são alvo de ataques permanentes dos jornalistas comunistas que controlam toda a informação.
A baderna ocorrida no Rio de Janeiro nesta tarde contra o Clube Militar, antecipa o que está por acontecer no Brasil que, sob o domínio de Lula, do PT e seus sequazes, se encaminha para transformar-se numa nova república comunista a exemplo daquelas que listei acima.
Os comunistas há anos vêm reescrevendo a história do Brasil, falsificando-a de forma vil e sorrateira, no que são ajudados por um jornalismo mentiroso.
Chegará um momento em que toda a nova geração brasileira terá sofrido uma completa lavagem cerebral e ela mesma defenderá o fim da democracia e da liberdade.
Hoje foram, segundo se noticia, cerca de 300 bate-paus que assacaram contra o Clube Militar. Mais adiante serão milhares de idiotas a serviço do movimento comunista internacional.
Aí qualquer reação soará como algo insólito e fora de lugar. Democratas liberais serão taxados como exóticos doentes mentais e encaminhados para os hospícios do Estado Comunista.
E, por isso, o Brasil e todo o continente latino-americano continuarão a ser habitados por autômatos orelhudos já impossibilitados de enxergar a realidade além do próprio nariz.

A REALIDADE E O POLITICAMENTE CORRETO I

"ONTEM:
Mulher guia mal paca!
HOJE:
A sensibilidade feminina ainda não parece adaptada ao condicionamento mecânico exigido pela complexidade do automóvel."
Millor Fernandes in "Todo Homem é Minha Caça"

ROY ORBISON - ONLY THE LONELY

O ASSALTO AOS COFRES PÚBLICOS PROMOVIDO PELO GOVERNO PETISTA DEIXARIA JUSTO VERÍSSIMO ENVERGONHADO

A equipe da supergerente precisa de um Ministério das Águas Marítimas e Fluviais
Augusto Nunes - VEJA
No instante em que o petroleiro João Cândido flutuou pela primeira vez nas águas do Atlântico, o presidente Lula anunciou no palanque armado no Porto de Suape a ressurreição da indústria naval brasileira. O comício deveria festejar, em maio de 2010, a viagem inaugural do colosso encomendado pela Petrobras ─ e inteiramente fabricado por aqui. Acabou comemorando um banho de mar de meia hora. Antes que Lula se transformasse no único governante da história a inaugurar um naufrágio, a embarcação foi recolhida ao estaleiro de onde nunca mais saiu. Passados quase dois anos, continua estacionada em terra firme. Além do trem-bala invisível, o governo inventou um navio que não navega.
E ninguém sabe quando vai enfrentar as ondas pela segunda vez, informa a reportagem de Júlia Rodrigues na seção O País quer Saber. Os defeitos de fabricação são tão alarmantes que só podem ser consertados em países governados por gente menos gabola e mais competente. O João Cândido custou R$ 336 milhões ─ o dobro do preço de um similar importado. Também por isso, a estatal perdulária não se queixa do atraso na entrega de outros 21 petroleiros encomendados ao consórcio de empresas nativas que produziu a prova mais imponente de que o governo Lula-Dilma bate qualquer recorde de inépcia quando se mete em algo que tenha alguma coisa a ver com água.
Nesta quarta-feira, auditores do Tribunal de Contas da União localizaram outra enxurrada de patifarias e pilantragens amamentadas pela transposição das águas do Rio São Francisco. Quando a auditoria foi planejada, um dos lotes da maior promessa do PAC estava orçado em R$ 693 milhões. Quando os fiscais apareceram por lá, a parceria entre empresas especializadas em superfaturamento e a turma em ação no Ministério da Integração Nacional já subira a conta para R$ 720 milhões.
Nenhum item escapa do milagre da multiplicação da gastança. A areia utilizada pelas empreiteiras, por exemplo, superou em 143% o preço médio do mercado. Desde a chegada de Dilma à presidência, a transposição ficou 71% mais cara: o projeto concebido para promover Lula a Dom Pedro III vai engolir R$ 8,2 bilhões. O prazo de validade do cálculo termina na próxima revisão de contratos.
Também nesta semana, o TCU fisgou mais bandalheiras no Ministério da Pesca. Em 2010, o então ministro Altemir Gregolin (militante do PT catarinense) encomendou à Intech Boating (empresa catarinense que costuma bancar despesas eleitorais do PT estadual) uma frota de 28 lanchas. Segundo Gregolin, serviriam para patrulhar o litoral. Segundo a legislação, não cabe ao Ministério da Pesca patrulhar o litoral. No mesmo ano, a Intech Boating retribuiu a gentileza com outro adjutório milionário entregue aos tesoureiros da campanha de Ideli Salvatti, candidata (do PT) ao governo catarinense.
Surrada nas urnas, a companheira que não distingue um lambari de um criado-mudo foi consolada por Dilma Rousseff com o Ministério da Pesca. Ficou no cargo cinco meses, tempo suficiente para autorizar o pagamento de R$ 5,2 milhões, última parcela dos R$ 31 milhões pescados pela Intech Boating. O TCU constatou que, das 28 lanchas, 23 nunca viram o mar. As restantes se prestaram a passeios que deveriam ter sido patrulhados pela polícia.
Tudo somado, está claro que a supergerente de araque precisa criar urgentemente um Ministério das Águas Marítimas e Fluviais, que se encarregaria de centralizar lambanças aquáticas hoje distribuídas por dois ministérios e uma estatal. A inovação não fará o João Cândido flutuar, não reduzirá a roubalheira no São Francisco nem vai bloquear a passagem de cardumes de negociatas. Mas pelo menos dois problemas serão resolvidos. Em vez do ministro da Pesca, do ministro da Integração Nacional e de figurões da Petrobras, só o caçula do primeiro escalão estará frequentando o noticiário político-policial. E os jornalistas seriam desinformados num único guichê.
Com a nomeação de um vice-rei dos rios e dos mares, enfim, os ministros serão 40, número mais apropriado para bandos. E a presidente terá uma opção a mais na hora de escolher o alvo do pito, da carranca ou do chilique.

DEMÓSTENES (383/322 A.C.) QUANDO CAIU EM DESGRAÇA E VIU-SE CERCADO DE INIMIGOS COMETEU SUICÍDIO. E ESSE AÍ, BRAZUCA, VAI FAZER O QUÊ? DAR CONSULTORIAS? PERCEBEU QUE NO BRASIL TODO BANDIDO DEPOIS DE FLAGRADO DÁ CONSULTORIAS?

Senadores já apostam em cassação de Demóstenes
FSP
Ameaçado de expulsão do DEM, o senador Demóstenes Torres (GO) terá dificuldades para preservar seu mandato se não renunciar.
Diante de novas revelações sobre sua relação com Carlinhos Cachoeira, líderes do governo e da oposição dão como certa a cassação do parlamentar pelo Conselho de Ética da Casa, caso ele seja investigado pelo órgão.
"O mandato dele, a essa altura, termina com a renúncia ou com a reunião do Conselho de Ética", disse o líder do PT, Walter Pinheiro (BA).
Até os aliados de Demóstenes admitem que o caso deve resultar na perda do mandato. "Temos que preservar a instituição, e isso exige rigor no julgamento", disse o tucano Alvaro Dias (PR).
O Conselho de Ética vai se reunir em 10 de abril para eleger o seu novo presidente. Caberá a ele decidir se acata a representação do PSOL contra Demóstenes.
O cargo está vago desde o ano passado, quando o senador João Alberto (PMDB-MA) se licenciou do mandato. O novo nome será do PMDB.
A pressão contra Demóstenes também cresceu dentro do seu partido. O DEM espera que o senador peça espontaneamente a desfiliação até a semana que vem. Do contrário, deve ser expulso.
O DEM concluiu que a permanência do senador nos seus quadros ficou insustentável. Membros da sigla trabalham pela sua saída. Eles temem que, em ano eleitoral, o caso prejudique candidaturas.
A interlocutores o senador disse que vai analisar neste final de semana as investigações da Polícia Federal para apresentar explicações formais ao partido.
GABRIELA GUERREIRO, MARIA CLARA CABRAL, CATIA SEABRA E LEANDRO COLON

ENQUANTO O GOVERNO PETISTA NÃO DECIDE QUEM VAI ROUBAR NO DNIT...

A paralisia do Dnit
O Estado de S.Paulo - Editorial
Quase nove meses depois da faxina nos seus quadros de direção, feita pela presidente Dilma Rousseff após denúncias de um esquema de cobrança de propinas no Ministério dos Transportes, ao qual é vinculado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) continua paralisado.
Anunciado em dezembro, com atraso de quase um ano, o ambicioso programa de recuperação e manutenção de 32 mil quilômetros de rodovias, mais de 40% da malha federal, deveria estar totalmente contratado até novembro, mas praticamente não saiu do papel. Por falta de novos contratos, as obras em execução, que em janeiro deveriam corresponder a 15.104 quilômetros de estradas, poderão se reduzir a apenas 1.316 quilômetros em dezembro, alertam as empreiteiras responsáveis pelas obras. Já ruim e perigosa, a malha poderá ficar pior.
Pode ainda não estar concluída a tarefa de limpeza administrativa, iniciada com a substituição dos antigos diretores por militares e funcionários de outros órgãos federais com experiência em auditoria e controladoria, o que retarda as decisões. A necessidade de eliminação de irregularidades apontadas pelo TCU nos editais de licitação também contribuiu para atrasar a assinatura dos novos contratos.
Mas é muito provável que, mesmo sem essas dificuldades, o Dnit não teria conseguido realizar sua tarefa no prazo esperado e na velocidade exigida pelas necessidades do País. Reportagem publicada recentemente pelo Estado (19/2) mostrou a falência estrutural e o descalabro administrativo do Dnit, que, sem funcionários com qualificação e em número suficiente para realizar suas tarefas essenciais, não pode executar os programas colocados sob sua responsabilidade - que são muitos e essenciais para melhorar a infraestrutura de transportes.
"O Dnit não tem condições de tocar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)", admitiu ao Estado o diretor executivo do órgão, Tarcísio Gomes de Freitas, um auditor da Controladoria-Geral da União colocado no cargo para tentar pôr alguma ordem administrativa e operacional no Dnit.
O atraso na execução do programa anunciado no fim do ano passado é a consequência mais do que previsível do despreparo do órgão responsável pela execução de um dos maiores orçamentos do governo federal. Os dados levantados pela Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), e publicados pelo jornal Valor (28/3), não deixam dúvidas quanto à paralisia do Dnit. Em 2009, o órgão lançou editais de licitação para a contratação de obras em 313 lotes de rodovias, no valor de R$ 14,3 bilhões. Esses números diminuíram em 2010 e caíram abruptamente em 2011, quando foram lançados editais para 196 lotes, ao custo de R$ 1,9 bilhão.
O programa do Dnit prevê a ampliação de 2 para 5 anos do prazo de duração dos contratos de restauração e manutenção das rodovias, para que seja possível a execução de obras mais amplas do que as ações pontuais que vinham sendo feitas com base nos contratos anteriores. Alguns contratos novos, com a duração de cinco anos, já estão sendo licitados, mas ainda não foram lançados os editais para a contratação da manutenção de 19 mil quilômetros de estradas.
Parece quase impossível que todos os contratos referentes a 32 mil quilômetros de obras estejam assinados até novembro, como esperava o Dnit. É possível que boa parte dos contratos se resuma a operações tapa-buracos, como as feitas em caráter de emergência no fim do primeiro governo Lula.
A falta de novos contratos está forçando as empreiteiras a demitir pessoal. "Já estamos em crise", disse o presidente da Aneor, José Alberto Pereira Ribeiro.
Era indispensável sanear administrativa e financeiramente o órgão público, que acumulava suspeitas e denúncias de práticas irregulares. Mas agora é preciso que, ao combate aos mal feitos, a nova diretoria acrescente competência e eficiência técnica e operacional à sua gestão, dentro dos limites permitidos pela precária estrutura do órgão.

A VIDA (?) NO AFEGANISTÃO APÓS A SAÍDA DOS EUA

Afegãos se preparam para mudar de vida com a saída das tropas americanas do país
Graham Bowley e Matthew Rosenberg* - NYT
Os Estados Unidos talvez estejam com dificuldades para criar um plano de saída viável para o Afeganistão, mas Abdul Wasy Manani está seguro do seu.
O parrudo açougueiro afegão passou os sete últimos anos transportando carne da fronteira do Paquistão e construindo um negócio próspero para si e para sua família, servindo os melhores hambúrgueres em Cabul para as embaixadas e expatriados e seus churrascos.
Mas neste mês, Manani, 38, passou 14 dias na Índia em busca de uma nova empresa e uma nova casa, pronto para deixar o Afeganistão e o que ele suou para construir, caso tudo desmorone quando a maior parte dos americanos e de outras tropas estrangeiras partirem em 2014. “Se o Taleban vier como da última vez, mandando nas pessoas com chicotes, não posso ficar aqui”, disse ele. “Tenho que deixar esse país para manter minha família segura”.
Muitos afegãos compartilham essa preocupação. Entrevistas com proprietários de empresas, analistas e economistas pintam um retrato de extrema ansiedade tanto nas comunidades internacionais quanto nas nacionais, enquanto as relações entre os afegãos e norte-americanos se deterioram com a partida dos ocidentais.
Neste ambiente, indicadores preocupantes estão em toda parte. Mais de 30.400 pessoas pediram asilo para nações industrializadas em 2011, o mais alto nível em 10 anos e quatro vezes o número que pediu asilo em 2005, de acordo com dados provisórios da ONU. Enquanto isso, o número de afegãos exilados que buscam voltar caiu de 110.000 em 2010 para 68.000 no ano passado, uma grande redução dos 1,8 milhão de afegãos que voltaram à pátria em 2002, um ano após a queda do governo Taleban.
O único banco ocidental que opera no país disse na quarta-feira (28/3) que vai partir. Pilhas de dinheiro que chegam a um quarto do produto interno bruto do Afeganistão foram fisicamente carregadas para fora do Afeganistão no ano passado. Menos empresas estrangeiras estão procurando fazer negócios aqui, e as que já estão aqui estão reduzindo de tamanho e evitando novos investimentos. E há empresários como Manani, que estão com um pé na porta, procurando ativamente um plano B, uma vida e um trabalho fora do Afeganistão.
As autoridades afegãs estão agudamente conscientes disso e ficam preocupadas e revoltadas. “Algumas vezes, ouço falar que alguns empresários estão fugindo e levando suas empresas para fora do Afeganistão”, disse o presidente Hamad Karzai, em uma conferência com a imprensa neste mês. “Amaldiçoados sejam esses empresários que fizeram toneladas de dinheiro aqui e, agora que os americanos estão partindo, fogem. Podem ir embora logo. Não precisamos deles”.
Dada a importância de desenvolver uma independência econômica para o Afeganistão, as respostas instáveis, o investimento decrescente e a falta de contratações prejudicam as esperanças que essa nação empobrecida, que mal entrou na modernidade, possa prosperar sozinha.
Grandes empresas estão expressando preocupação com a situação de segurança. Uma das mais significativas é o Standard Chartered, o único grande banco ocidental com filial no país, que disse na quarta-feira que estava transferindo suas operações para um banco local afegão e retirando-se por causa da deterioração das condições, de acordo com uma pessoa que conhece a questão.
Mohammad Qurban Haqjo, presidente da Câmara do Afeganistão de Comércio e Indústria, disse que o diretor de uma das quatro grandes empresas de telefone celular tinha dito a ele que planejava tirar seus investimentos do país após 2014.
“Ainda faltam dois anos, mas todo mundo nas empresas está fazendo essa pergunta”, disse Haqjo.
Mesmo os que querem ficar assumiram uma postura muito conservadora, especialmente as empresas estrangeiras. De acordo com a Agência de Apoio ao Investimento, os gastos de capital de empresas estrangeiras recém-registradas foram de US$ 55 milhões no último ano, o menor número dos últimos sete anos, e cerca de um oitavo do pico em 2006.
De acordo com Masuda Sultan, empresária afegã americana que foi criada em Nova York, a cautela está se expressando na redução do número de funcionários nas ou no adiamento de novos investimentos.
“Entre as pessoas que conheço, há um planejamento ocorrendo em termos de decisões de investimento”, disse ela. “Elas ainda não estão fazendo as malas, mas estão buscando diversificar no exterior ou para outros setores dentro do Afeganistão”, disse ela.
Algumas das empresas que são mais fortemente dependentes dos militares e da ajuda econômica, como nos setores de construção e logística, estão buscando alternativas e se reconfigurando para as poucas áreas que analistas acham que o Afeganistão tem potencial de crescimento, como mineração e comércio.
Outras, contudo, temem que o setor privado nebuloso do Afeganistão não será suficiente para preencher o enorme vão deixado pelos militares norte-americanos e os gastos com desenvolvimento. Os números do Banco Mundial confirmam esses temores: o banco estima que a ajuda externa seja equivalente a mais de 90% da atividade econômica total do país, e prevê uma queda de crescimento para os próximos anos de 9% para 5 ou 6%, ou menos ainda se a segurança piorar.
Isso em parte se deve a ainda não haver uma grande base de manufatura ou tecnologia que possa ser o motor da prosperidade -apesar dos bilhões gastos em reconstrução e de verbas enviadas ao Afeganistão. Uma nova fábrica de envasamento de Pepsi no subúrbio de Cabul é anunciada como um dos poucos novos triunfos de investimento.
“Há uma sensação que eles têm que mudar de uma economia de guerra para uma economia de pós-guerra, e as pessoas definitivamente acham que haverá uma contração”, disse Thomas Rosenstock, advogado, originalmente de Nova York, que ajuda as empresas estrangeiras que entram no mercado afegão. “Não está certo o quão dramática será a contração”.
Depois, tem os que estão voando com dinheiro próprio.
Cada semana, dezenas de milhões de dólares -alguns desviados da ajuda dos EUA, outros do comércio de drogas- são enfiados em malas ou caixas e embarcam nos aviões deixando o Aeroporto Internacional de Cabul para destinos como Dubai, uma fuga de capital que está aumentando gradativamente em preparação para 2014, segundo as autoridades.
Noorullah Delawari, diretor do banco central, recentemente impôs novas restrições limitando a quantidade que um passageiro pode tirar do país para US$ 20.000 por viagem.
Contudo, a montanha de dinheiro enviada ao exterior de forma oficialmente declarada -cerca de US$ 4,6 bilhões no ano passado, o mesmo tamanho do orçamento anual do governo- é comparável ao dinheiro que foge por outros aeroportos e fronteiras, ou pelo mercado negro, segundo uma autoridade afegã que falou sob condição de anonimato. “Realmente não sabemos quanto está sendo removido”, disse.
Mesmo no aeroporto de Cabul, há furos na capacidade das autoridades de fiscalizar o dinheiro vivo que sai do país. As autoridades ainda estão lutando para garantir que as pessoas que passam pela área VIP do aeroporto passem suas malas pelas máquinas de raio-X instaladas há poucos anos, em parte para impedir que as pessoas levassem dinheiro, disse a autoridade.
Para Manani, o açougueiro, os outros como ele que não têm enormes quantias de capital como segurança, a esperança que possam ficar e expandir seus negócios está sendo prejudicada pela necessidade de garantir a segurança de suas famílias.
Seu plano se baseia em um esforço de iniciar um segundo negócio em Nova Déli, com seu sócio local sikh. Isso permitiria que ele obtivesse um visto de longo prazo e uma saída para sua mulher e cinco filhos, assim como seus pais, irmãos e uma irmã e seus filhos, todos dependentes dele, que teriam que se mudar com ele.
“Todo empresário só pensa em como sair daqui, em como estar seguro”, disse Manani diante de uma grande geladeira com partes de boi e carneiro penduradas. Em outra sala, quatro trabalhadores estão ocupados cortando e empacotando.
Manani foi criado no Norte do Afeganistão e lutou na dura guerra civil dos anos 90 e diz que de forma alguma quer passar de novo pela experiência. “Não tenho a energia para pegar em armas novamente e começar a combater”, disse ele. “Por isso estou procurando uma saída”.
* Com a colaboração de Habib Zohori em Cabul (Afeganistão)

EUA TENTAM EVITAR UM CONFRONTO APARENTEMENTE INEVITÁVEL

Obama considera oferta de petróleo suficiente para cortar dependência do Irã
Annie Lowrey - NYT
Após uma análise cuidadosa dos preços do petróleo e meses de negociações, o presidente Barack Obama determinou nesta sexta-feira (30) que há petróleo suficiente nos mercados mundiais para permitir aos países reduzir significativamente suas importações do Irã, abrindo o caminho para Washington impor novas sanções severas, que visam cortar a receita do petróleo do Irã e pressionar Teerã a abandonar suas ambições nucleares.
O anúncio pela Casa Branca ocorre após meses de conversas indiretas para preparar o mercado global de energia para cortar o Irã - mas sem provocar aumento nos preços do gás, que beneficiaria o Irã e colocaria em risco as economias dos Estados Unidos e da Europa.
Desde que as sanções se tornaram lei, em dezembro, as autoridades do governo têm encorajado os exportadores de petróleo com capacidade ociosa, particularmente a Arábia Saudita, a aumentarem sua produção. Elas discutiram com o Reino Unido e com a França sobre a liberação de suas reservas de petróleo em caso de uma perturbação no fornecimento.
E realizaram uma campanha diplomática de alto nível para tentar persuadir outros países, como a China, Japão e Coreia do Sul, a comprarem menos petróleo e exigir descontos do Irã, em cumprimento às sanções.
A meta é privar o governo iraniano da receita do petróleo que poderia financiar o programa nuclear do país. As sanções pendentes já provocaram uma queda nas exportações de petróleo e uma forte desvalorização da moeda do país, o rial, frente ao dólar e ao euro.
Funcionários do governo descreveram os sauditas como receptivos e dispostos, ao menos desde que as conversações começaram no final do ano passado, a minar os iranianos.
Um alto funcionário, que se encontrou com a liderança saudita, disse: “Não houve resistência. Eles estão mais preocupados com um Irã nuclear do que os israelenses”.
Ainda assim, disse o funcionário, o governo queria se certificar de que os sauditas realmente cumpririam sua palavra. Os sauditas receberam um desfile de visitantes, incluindo alguns do Departamento de Energia, para certificar de que eles dispõem de capacidade técnica para produzir significativamente mais petróleo.
Mas algumas autoridades americanas permanecem céticas. Esse é um motivo para Obama ter deixado aberta a opção de rever esta decisão em intervalos de poucos meses. “Nós não sabemos o que os sauditas podem fazer até testarmos, e estamos prestes a fazê-lo”, disse o alto funcionário.
A demanda mundial por petróleo foi outro elemento crítico da equação que levou à decisão da Casa Branca a respeito das sanções. Agora, as projeções de demanda estão mais baixas do que o esperado, por causa da combinação de preços altos do petróleo, crise financeira da Europa e uma desaceleração modesta no crescimento da China.
Como disse um funcionário: “Ninguém deseja uma desaceleração, mas a demanda pode ser o fator mais importante”.
Todavia, as sanções representam um sério desafio para os Estados Unidos. As preocupações com um confronto com o Irã e a perda de seu petróleo - o Irã foi o terceiro maior exportador de óleo cru em 2010 - já elevaram os preços do petróleo em cerca de 20% neste ano.
Um galão de gasolina custa atualmente US$ 3,92 em média (aproximadamente R$ 1,90, o litro), em comparação a US$ 3,20 em dezembro (aproximadamente R$ 1,54). A alta dos preços pesou na confiança econômica e reduziu os orçamentos domésticos, uma preocupação para um governo Obama em busca da reeleição.
Na tarde de sexta-feira (30), os preços do petróleo nos mercados de commodities fecharam a US$ 103,02 o barril, uma alta de US$ 0,24 no dia.
Além disso, as novas sanções - que forçariam os países a escolher entre realizarem negócios com os Estados Unidos ou comprarem petróleo do Irã - ameaçariam desgastar as relações diplomáticas com países aliados que compram parte de seu petróleo de Teerã, como a Coreia do Sul.
Mas em uma teleconferência com repórteres, altos funcionários do governo disseram estar confiantes de que podem implantar as sanções sem prejudicarem a economia global.
O Irã atualmente exporta cerca de 2,2 milhões de barris de petróleo por dia, segundo a empresa de análise econômica IHS Global Insight, e outros produtores de petróleo buscarão compensar essa capacidade, à medida que mais países passarem a comprar menos petróleo do Irã. Vários países estão produzindo mais petróleo, incluindo os Estados Unidos, o que deve ajudar a compensar a diferença.
Mais notadamente, a Arábia Saudita, a maior produtora de petróleo do mundo, prometeu produzir mais petróleo para reduzir os preços.
“Não há motivo racional para os preços do petróleo continuarem tão altos”, escreveu o ministro do petróleo saudita, Ali Naimi, em um artigo de opinião no “The Financial Times” nesta semana. “Eu espero, ao falar sobre o assunto, que nossas intenções - e capacidades - fiquem claras”, ele disse. “Nós queremos ver um crescimento europeu mais forte e entendemos que preços razoáveis do petróleo são chave para isso.”
Ao certificar que há oferta suficiente disponível, o governo também está tentando ganhar mais poder sobre o Irã antes da retomada das negociações, esperada para 14 de abril.
A sugestão de que a Arábia Saudita está preparada para compensar qualquer perda da produção iraniana visa tirar do Irã a capacidade de ameaçar uma grande interrupção no fornecimento mundial de petróleo, caso não ceda às exigências do Ocidente e da ONU de suspender sua produção de urânio.
Mas os funcionários do governo reconhecem que não há como saber como os mercados de petróleo reagirão às ameaças iranianas, mesmo com a mais recente certificação por parte do presidente de que há petróleo suficiente para compensar a perda. “Nós não sabemos quanta vantagem de negociação nós obtivemos”, disse um alto funcionário do governo que esteve envolvido no desenvolvimento da política.
Em um comunicado, Jay Carney, o secretário de imprensa da Casa Branca, disse que o governo reconhece que o mercado de petróleo está cada vez mais justo, com a produção superando a demanda apenas por pouco.
“Todavia, atualmente parece haver oferta suficiente de petróleo não iraniano para permitir aos países estrangeiros” reduzir as importações, ele disse.
As autoridades americanas também discutiram uma liberação coordenada de petróleo das reservas estratégicas nacionais com as autoridades francesas e britânicas.
Alguns especialistas em energia questionam se a Arábia Saudita realmente conta com capacidade ociosa suficiente para compensar a perda do petróleo do Irã. Mas a determinação dos Estados Unidos e da Europa em combater os altos preços pode ser suficiente para acalmar os mercados.
A Casa Branca “pode ter um impacto material muito limitado no tamanho da oferta”, disse David J. Rothkopf, presidente da Garten Rothkopf, uma consultoria em Washington. “Mas pode ter um impacto muito maior nas percepções. Neste caso, não são os produtores, mas os traders de energia que estão movendo os preços do mercado - e é aí onda a Casa Branca deseja exercer um papel.”
Além disso, a Casa Branca conta com capacidade, de acordo com a lei, para suspender as novas sanções caso ameacem a segurança nacional, ou caso os preços do gás subam demais, aumentando assim o fluxo de dinheiro para o governo do Irã.
Tradução: George El Khouri Andolfato

sexta-feira, 30 de março de 2012

WITHIN TEMPTATION - WHAT HAVE YOU DONE

A ARTE DE SORAYAMA

AGRIPINO MAIA JÁ ELVIS (ESSA HISTÓRIA JÁ É RECORRENTE NO DEM)

Em depoimento ao MP, empreiteiro diz que presidente do DEM recebeu R$ 1 mi em dinheiro para campanha de 2010
Carlos Madeiro - UOL
Agripino Maia é acusado de ter recebido R$ 1 milhão para a campanha de 2010 no RN. O senador, que desde terça-feira (27) é o líder do partido no Senado, nega veementemente a denúncia
O MP-RN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) encaminhou à Procuradoria Geral da República um depoimento do empreiteiro potiguar José Gilmar de Carvalho Lopes, no qual ele afirma que o senador e presidente nacional do DEM, José Agripino Maia, teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro “vivo” para a campanha de 2010 no Estado. O senador, que desde terça-feira (27) é o líder do partido no Senado, nega veementemente a denúncia.
O depoimento do empresário --que é dono da construtora Montana, uma das maiores do Rio Grande do Norte-- foi dado em novembro de 2011, durante as investigações de um suposto esquema montado para manter o monopólio indevido nas inspeções ambientais veiculares no Estado, que poderia render R$ 1 bilhão aos acusados. Ao todo, 36 pessoas foram denunciadas e 27 tiveram a denúncia aceita --entre elas o suplente de Agripino Maia-- e se tornaram réus no processo da operação Sinal Fechado. As fraudes teriam sido realizadas com a participação de políticos, ex-governadores e servidores do Detran-RN (Departamento de Trânsito do Rio Grande do Norte).
O depoimento vazou do processo, que corre em segredo de Justiça, e foi publicado por blogs e sites do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (29). À reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do MP-RN confirmou a veracidade do depoimento e que o documento foi remetido para a Procuradoria Geral da República, já que o senador tem foro privilegiado, para que decida se uma investigação será aberta ou não. Por sua vez, o MP-RN não soube informar como o documento foi parar na mão de jornalistas potiguares.
No depoimento, Gilmar afirmou que o repasse do R$ 1 milhão --que seria fruto do desvio de recursos públicos do Detran-RN-- teria sido feito pelo advogado George Olímpio, que foi preso e denunciado na operação Sinal Fechado. Além do declarante, uma advogada e dois promotores assinam o documento.
O empresário contou aos promotores que George assegurou que “deu R$ 1 milhão em dinheiro, de forma parcelada, na campanha eleitoral de 2010 a Carlos Augusto Rosado [marido da governadora Rosalba Ciarlini, também do DEM] e José Agripino Maia, e que esta doação foi acertada no sótão do apartamento de José Agripino Maia em Morro Branco [bairro nobre de Natal].”
No depoimento, dado no mesmo dia em que foi detido pela polícia, o empresário deu vários detalhes sobre a suposta distribuição de propina e lucros advindos do valor recolhido do contrato de prestação de serviço de inspeção veicular ambiental do Rio Grande do Norte.
Segundo a denúncia feita pelo MP, após as investigações que resultaram na operação Sinal Fechado, George Olímpio e Gilmar Lopes fariam parte da “organização criminosa” que elaborou e fraudou concorrência pública no Detran-RN para garantir o domínio da inspeção veicular no Estado, contando com a participação de agentes públicos.
Entre os denunciados pelo MP estão os ex-governadores Wilma de Faria e Iberê Ferreira de Souza, ambos do PSB, que são acusados de receber propina da organização criminosa. Para o MP, uma das principais provas foi o depoimento prestado por Gilmar ao MP. Os ex-governadores negam a denúncia. Outro denunciado é o suplente de José Agripino Maia no Senado, João Faustino. Todos já são réus no processo, pois a denúncia contra os 27 acusados foi aceita pela Justiça potiguar.
Sobre o esquema, o MP diz que “tudo bem articulado para que o Consórcio INSPAR se sagrasse, como ocorreu, vitorioso na concorrência em comento, cujo contrato administrativo representava, em volume de recursos, o maior contrato já celebrado pelo Departamento de Trânsito do Estado do Rio Grande do Norte, havendo uma perspectiva de faturamento anual de cerca de R$ 50 milhões de reais, e, portanto, de mais de R$ 1 bilhão nos 20 anos de prazo da concessão”. George Olímpio é citado como um dos três responsáveis pela elaboração do edital de licitação direcionado. Ele também é apontado nas investigações como distribuidor da propina aos agentes públicos do Rio Grande do Norte.
Sob efeito de medicamentos
Em nota encaminhada ao UOL, a assessoria do senador José Agripino Maia informou que "de acordo com o advogado criminal José Luiz Carlos de Lima, o empresário Gilmar da Montana, seu cliente, desmentiu o depoimento no qual fez referência à suposta doação a campanha de José Agripino."
Segundo a nota, "o advogado informou que o empresário fez as primeiras afirmações sob efeitos de medicamentos, sem estar acompanhado de um advogado criminal e logo depois de ser preso, o que prejudicou e distorceu o teor das declarações. Segundo José Luiz Carlos de Lima, nos depoimentos seguintes e na defesa preliminar remetida à Justiça, Gilmar negou peremptoriamente ter informação sobre doação para campanha."
A assessoria ainda afirmou que no depoimento vazado, "Gilmar da Montana não acusou diretamente José Agripino ou qualquer pessoa. Apenas disse que tinha ouvido dizer de outro empresário que esse teria feito doações. Ou seja, em nenhum momento o empresário foi testemunha do que acusou e depois se desmentiu."

ARMA EXCELENTE PARA CAÇA MÉDIA (DESSAS QUE APARECEM DE VEZ EM QUANDO EM ALGUMAS FAZENDAS)


Bushmaster XM15 E2S AR
Procedência: EUA
Calibre: .223 Rem.
Cap. carregador: 30 cartuchos
Mecanismo: semiautomático
Comprimento: 97 cm
Peso: 3,9 kg
Preço: US$ 2.500 (EUA)

Busmaster "customizado" para caças noturnas

O PAÍS É UM CIRCO

Comissão aprova criação de crime de terrorismo
Pena prevista é de oito a 15 anos de prisão. Texto faz ressalva a movimentos sociais. Projeto ainda depende do aval do Congresso
Gabriel Castro -VEJA
A comissão de juristas que prepara mudanças no Código Penal aprovou nesta sexta-feira a tipificação do crime de terrorismo, ausente na legislação atual. O novo delito foi definido como o "ato de causar terror na população" por meio de sequestro, cárcere privado, uso de explosivos, material tóxico químico ou biológico, depredação, implosão, sabotagem, invasão e saques.
Também entram na classificação de terrorismo sabotagem de veículos de transporte, aparatos de telecomunicação e instalações públicas de todo o tipo. A diferença é que, nesses casos, para a caracterização do novo crime, será preciso que esses atos sejam praticados para fins específicos, como o financiamento de grupos armados insurgentes.
A pena prevista, claro, é branda: de oito a 15 anos de prisão. O texto elaborado por juristas também poupa grupos que, como o Movimento dos Sem Terra (MST), recorrem a práticas semelhantes à do terrorismo: prevê que entidades do movimento social estão livres de serem enquadradas neste crime “desde que objetivos e meios sejam compatíveis e adequados a sua finalidade."
Se avançar, a proposta da nova lei deve implicar na revogação da Lei de Segurança Nacional, que trata de temas semelhantes mas é considerada obsoleta pelos juristas.
Trâmite - A comissão de especialistas encarregada de preparar um anteprojeto para o novo Código Penal foi criada por decisão do Senado, e deve entregar nas próximas semanas o resultado de seu trabalho. Depois, o texto seguirá o trâmite normal dentro do Congresso, onde deve sofrer alterações.
Entre os pontos da lei que podem sofrer modificações estão a legislação sobre o aborto e a ortotanásia - interrupção dos cuidados médicos a um paciente com chances nulas de recuperação.

MAIS UMA FUTURA BAIXA NO PLANTEL DO ZAGUEIRÃO?

Ideli deixa seminário pela porta dos fundos e evita imprensa
A ministra não comentou as denúncias de que a empresa Intech Boating doou R$ 150 mil ao PT de SC depois de ser contratada pelo Ministério da Pesca
Thais Arbex - VEJA
"Um beijo no coração", disse Ideli Salvatti nesta sexta-feira ao encerrar sua participação no seminário "Governança Metropolitana - Desafios, Tendências e Perspectivas", antes de sair sorrateiramente pela porta dos fundos, sem falar com a imprensa. Tudo isso para não comentar as denúncias de que a empresa Intech Boating foi procurada para doar 150 000 reais ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina depois de ser contratada para construir lanchas-patrulha de mais de 1 milhão de reais cada para o Ministério da Pesca.
De acordo com as acusações, publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, o comitê financeiro do PT catarinense bancou 81% dos custos da campanha a governador em 2010. A candidata do partido era justamente Ideli, atual secretária de Relações Institucionais da Presidência da República e ex-ministra da Pesca. Pela manhã, a assessoria de comunicação da Secretaria de Relações Institucionais divulgou nota oficial afirmando que "não há qualquer ligação entre a ministra Ideli Salvatti e a empresa Intech Boating".
Também presente no seminário, promovido na capital paulista pelo Instituto Lula e pela Fundação Perseu Abramo, Rui Falcão, presidente do PT, saiu em defesa da ministra. "Ideli não tem nada a ver com o caso, porque ela não era ministra naquela epoca", afirmou. "Ela teve sua campanha em grande parte bancada pelo diretório estadual, o que é natural, mas não tem culpa pelas doações nem responsabilidade pelo destino desse dinheiro. Não foi ela que pediu".
Leia a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Relações Institucionais:
"A respeito de reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, no dia de hoje, sob o título 'Pesca contrata empresa e cobra doação ao PT', a assessoria de comunicação da SRI tem a informar:
1 - A doação no valor de R$ 150 mil registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) feita pela empresa Intech Boating foi destinada ao Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina e não à candidata Ideli Salvatti;
2 - A candidatura de Ideli Salvatti ao Governo de Santa Catarina conforme consta no site do TSE recebeu em doações R$ 3.572.376,65 e a maioria dos recursos foi repassada pelo Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores (PT). É importante ressaltar que as contas da campanha foram aprovadas pelo TSE;
3 - A competência jurídica pela prestação de contas dos recursos arrecadados pelo Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores durante o pleito de 2010 e apresentada ao TRE/SC e ao TSE é de responsabilidade do presidente estadual do PT;
4 - Não há qualquer ligação entre a ministra Ideli Salvatti e a empresa Intech Boating, pois a doação questionada pelo jornal O Estado de S. Paulo não foi feita para a candidatura de Ideli Salvatti ao Governo do Estado;
5 - É preciso esclarecer ainda que o contrato firmado entre a empresa Intech Boating e o Ministério da Pesca para a aquisição de lanchas, que está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), foi assinado em 2009, ano em que Ideli Salvatti era senadora da República e não ministra da pasta".
(Com Agência Estado)

JUVENTUDE E DITADURA

Rodrigo Bulgarelli (OESP): Você acha que a juventude hoje é menos combativa?
Millôr: Ué, a juventude combate quando tem algo fácil para combater. Na ditadura, tinha a ditadura. Se você der uma ditadura para os jovens hoje, eles vão combater do mesmo jeito. E iriam ainda aproveitar a chance pra transar com as menininhas revolucionárias (risos).
Eu sou um saudosista da ditadura
Klauber Cristofen Pires - MSM
Se protestar é pagar baderneiros de aluguel para intimidar velhos indefesos, então se faz necessário um novo verbete.
Leio hoje na capa do jornal “O Liberal”, de Belém, uma matéria cujo título é este: “Manifestantes protestam contra saudosistas da ditadura”. Como os leitores podem constatar, o autor já manifesta sua adesão a um dos lados pela forma com que redige sua manchete.
Eu protesto praticamente todos os dias, mas nunca joguei um ovo ou cuspi ou dei um pontapé em ninguém, como também jamais sequestrei direitos alheios, como o de ir e vir. Meu protesto é tão civilizado que nem sequer levanto a voz com um “berro de ferro” para não incomodar a quem não quem me ouvir. Eu protesto escrevendo no meu blog, para quem quiser parar por lá e ler.
Se protestar é pagar baderneiros de aluguel para intimidar velhos indefesos, então se faz necessário um novo verbete.
Mas, querem saber? Eu sou um saudosista da ditadura! Pronto, que venham dizer “- Olhem lá o Klauber, o saudosista da ditadura”, e eu acenarei simpaticamente aos que assim me elogiam e aos que contemplarem a cena.
Digo mais: Vou fazer isto com um sorriso de canto a canto e abraçadinho com o Sr Luíz Inácio Lula da Silva!
Ora, se há algo que Lula e o PT não perdoam em relação aos militares é o de estes terem feito tantas coisas que bem seriam a própria bandeira do PT: a criação da SUDAM e da SUDENE, que Lula fez questão de ressuscitar; dos bancos, centrais telefônicas e elétricas estaduais, do PIS/PASEP, e de uma infinidade de outros órgãos públicos.
Nunca fui um fã dos militares no campo econômico e sempre fui um crítico severo deles quanto à guerra cultural, que eles abandonaram e privilegiaram o acesso às esquerdas. Todavia, não posso deixar de reconhecer um mínimo, que foi a competência deles em planejar seus empreendimentos estatais e os executarem com uma irritante competência, aos olhos invejosos dos petistas e as siglas moscas que voam ao seu redor.
No mínimo, os militares construíram hidrelétricas que funcionam até hoje! Construíram as maiores do mundo! Por outro lado, hoje mesmo o Pará foi notícia no programa Bom Dia Brasil por causa do péssimo fornecimento de energia elétrica, com constantes interrupções e uma conta pra lá de cara! A Celpa, empresa privada monopolística de transmissão de energia neste estado, conseguiu ser ultrapassada por sua própria incompetência e atualmente está em processo de recuperação judicial (antigamente chamado de “concordata”).
No mínimo, os militares multiplicaram várias vezes a malha viária, criando boas rodovias. Enquanto isto, os cidadãos dos municípios cortados pela rodovia Transamazônica amargam intenso sofrimento e prejuízos nos invencíveis atoleiros que os governos que sucederam os militares jamais tiveram o ânimo de asfaltar.
No mínimo, o Brasil chegou a ser o 2º maior fabricante de navios do mundo! Enquanto isto, o governo petista criou uma cruza de empreiteiras com sem-terras para construir um gigantesco emaranhado de ferro que simplesmente não tem condições de flutuar. Parece que o nome com que foi batizado, o líder da revolta da chibata “João Cândido”, veio bem a calhar, digo, a encalhar.
No mínimo, um pai ou uma mãe de família podia ir para o trabalho e voltar para casa com alguma expectativa de segurança! Hoje, 50 mil brasileiros morrem nas mãos de meliantes cantados em prosa e verso e estrelados nos filmes que a Ancine patrocina. 50 mil pessoas que embora torturadas e/ou assassinadas sob a cumplicidade dos que hoje desfrutam o poder, jamais receberão indenização alguma.
No mínimo, as crianças e os jovens iam pra escola para aprender – e aprendiam mesmo(!) – coisas como Matemática, Português, Ciências e Línguas, mas muito mais do que isto, aprendiam a respeitar os mestres, a cuidar do patrimônio público e a serem patriotas. Toda sexta-feira era dia de cantar o hino nacional. Hoje as escolas não passam de bocas de fumo onde os jovens sofrem o assédio sexual da ideologia gayzista e sexualista e onde a única disciplina é a luta de classes marxista.
Eu vivi um pequeno trecho da ditadura, e mesmo assim como criança. Porém, recordo-me muito bem como era o espírito de confiança no país e no trabalho dos adultos. Era algo que não precisava ser anunciado pela propaganda mentirosa do governo, pois estava nos olhos de cada um.
Sim, meus amigos, se tudo devesse acontecer de novo, eu aconselharia aos militares que evitassem a criação de tantos elefantes brancos estatais e que não esmagassem a direita como fizeram, deixando o campo intelectual livre à mão dos comunistas. Fora isto, digo sim: eu sou um saudosista da ditadura!

BLACK LABEL SOCIETY - BLOOD IS TICKER THAN WATER

Alguns pecados dos manuais de economia
Donald J. Boudreaux - OL
Pessoas que sem conhecimento de economia são suscetíveis a todo tipo de mal-entendido. Felizmente, mesmo o conhecimento apenas básico da economia sólida (sound economics) é um inoculante poderoso contra muitas falsidades perigosas e meias-verdades.
Este fato, no entanto, não implica que a exposição a mais economia é necessariamente boa. A triste realidade é que os economistas muitas vezes apresentam suas análises dos mercados de modo confuso, não só para os desavisados não-economistas mas também, e muitas vezes, para os próprios economistas.
Um exemplo desta confusão encontrado frequentemente é a discussão dos economistas sobre concorrência. O que os livros didáticos de introdução à economia descrevem como concorrência “perfeita” (ou “pura”) se assemelha a nada que possa ocorrer no mundo real. No mundo dos livros didáticos, as empresas e firmas não diferenciam seus produtos dos de seus rivais. Empresas nunca tentam ganhar mais clientes através da melhoria da qualidade de seus produtos. Além disso, as empresas não fazem publicidade e propaganda. Na verdade, elas nem mesmo reduzem os preços porque cada empresa “perfeitamente competitiva” é uma “tomadora de preço”: é muito pequena para afetar o preço de mercado e assim pode vender tanto quanto desejar a qualquer preço predominante no mercado.
Estes e outros problemas com o modelo de “concorrência perfeita” têm sido apontados repetidamente, especialmente por economistas mergulhados na tradição austríaca — veja, por exemplo, o ensaio de Hayek “O significado da competição” (em português e em inglês). No entanto, o típico economista ainda se agarra à ideia de que a “concorrência perfeita” é a concorrência perfeita. Este típico economista, deve-se admitir, entende que as condições necessárias para a “concorrência perfeita” prevalecer nos mercados reais nunca podem existir. Mas o modelo continua a ser o ideal baseado no qual os mercados do mundo real são julgados.
Quanto mais próximos os mercados do mundo real estão dos mercados “perfeitamente competitivos” do livro didático, mais competitivos os mercados do mundo real são considerados.
E a concorrência sendo uma coisa boa, este típico economista presume que políticas anunciadas como incentivo aos mercados do mundo real para o ideal de “concorrência perfeita” são desejáveis.
Supostas Conclusões
Mas tal presunção é injustificada, em parte porque muitas das conclusões da análise são introduzidas nos pressupostos iniciais do modelo.
O mais importante entre os pressupostos fundamentais deste modelo é que as forças competitivas se manifestam apenas na forma de cortes de preços. Portanto, qualquer coisa que impeça que os preços sejam cortados (até o nível em que o modelo especifica como apropriado) é considerado como um obstáculo à concorrência — de fato, como um elemento de monopólio que impede a economia de operar de forma mais eficiente.
Até hoje, muitos economistas do mainstream descrevem qualquer empresa que pode aumentar, mesmo que modestamente, o preço que cobra por seus produtos sem afastar todos os seus consumidores, como possuidora de um poder de monopólio.
Observe a confusão: um produtor de controle de pragas que visa aumentar suas vendas fazendo uma ratoeira de melhor qualidade é considerado, por este modelo, como um portador de poder monopolístico! Competir por clientes fazendo algo diferente do que simplesmente o corte de preços é, de acordo com o modelo, não competitivo.
Não dá para inventar este tipo de coisa.
Outro exemplo de como os economistas frequentemente se confundem (e os outros) envolve a questão da “falha de mercado”. Aquele mesmo livro didático introdutório de economia que ensina o modelo de “concorrência perfeita”, explica, alguns capítulos depois, que os mercados funcionam subótimamente sempre que alguns grupos de pessoas agem de maneiras que afetam outros grupos de pessoas sem o consentimento destes terceiros. O livro didático, em seguida, explica que, felizmente, os economistas sabem como modelar impostos ou regulamentos para corrigir o problema.
Externalidades e Pressupostos
Tais situações – que os economistas chamam de “externalidades” – são de fato ruins. Se Smith paga Jones para bater-me na cabeça com um martelo, sem meu consentimento, eu – a terceira parte – estou inquestionavelmente em situação pior. (A melhor e mais simples solução, neste caso é dar-me um direito executório de propriedade em minha pessoa: ninguém pode me bater e se livrar com este ato sem o meu consentimento.)
Mas as histórias que os economistas normalmente contam sobre externalidades – e de como “resolvê-las” – muito vagamente esgueiram-se em suposições ilegítimas.
Aqui está um exemplo: Smith paga Jones pelas costeletas de porco, cuja produção é feita na fazenda de porcos de Jones, ao lado de onde eu vivo e isto enche a minha casa com odores desagradáveis. O economista salta à conclusão de que eu sou o injustiçado. Talvez eu seja. Mas suponha que eu comprei minha casa sabendo que era ao lado de uma fazenda de porcos. Eu ainda estou injustiçado? Não: O preço que paguei pela minha casa foi descontado, devido à sua localização dentro da área afetada pelo cheiro da fazenda. Eu não apenas consenti a suportar odores suínos em minha casa, como também fui compensado para fazê-lo (na forma de um preço mais baixo do que o de uma casa semelhante localizada em um bairro mais cheiroso).
Ou suponha que, alternativamente, a fazenda de porcos, inesperadamente, mude-se para o meu bairro, depois que eu comprei a minha casa. Agora estou prejudicado? A resposta não é clara. Se a localização da minha casa é tal que os compradores de casas devem razoavelmente esperar a possibilidade de que fazendas podem se estabelecer nas proximidades, então, quando eu comprei a minha casa havia uma questão em aberto sobre se devem ou não devem os proprietários ter o direito ao ar livre de odores no bairro. E por esta questão não poder ser respondida pela ciência econômica somente, é ilegítimo para um economista concluir que a fazenda necessariamente deve ser tributada ou regulada com a finalidade de purificar o ar da vizinhança dos odores fedorentos.
As Maiores Externalidades
Economistas estão corretos em salientar que existem externalidades. Mas os economistas são demasiadamente frívolos rotulando este ou aquele efeito de “externalidade” – e, o que é ainda pior, são muito ingênuos em supor que o governo pode ser confiável a “internalizar” as externalidades de modo a melhorar a alocação de recursos ao invés de torná-la pior.
Não se esqueça o que muitos economistas parecem nunca entender: a tomada de decisão coletiva em si – de cidadãos eleitores até os políticos gastadores do dinheiro de contribuintes – está infectada com o que são, talvez, as maiores e mais intratáveis externalidades. Custos são constantemente impostos a terceiros. A economia exercida corretamente destacaria os perigos de tentar curar externalidades com um processo que, em si, é profundamente infectado com externalidades. Infelizmente a economia é muitas vezes exercida de forma inadequada.
Publicado originalmente em The Freeman Online

CHRIS DUARTE - SUNDOWN BLUES

ESTRATÉGIA FRACASSA E ABILIO DINIZ ENTRA PELO CANO. QUEM SABE ELE CONSIGA UM EMPREGO NO CARREFOUR...

Conselho do Casino destitui Abilio Diniz
Brasileiro é vetado do cargo de conselheiro, que ocupou por 13 anos, em mais um capítulo da disputa entre grupos
Empresário diz que sempre defendeu interesses do grupo francês, do qual é sócio no Pão de Açúcar
CLAUDIA ROLLI - FSP
Após 12 anos como conselheiro do francês Casino, Abilio Diniz foi tirado da função pelos integrantes do Conselho de Administração do grupo por conflito de interesse.
Anunciada em Paris, em reunião do Conselho de Administração, a decisão foi considerada mais um episódio na disputa entre o brasileiro e o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri.
O Casino é sócio de Diniz no Grupo Pão de Açúcar e se opôs aos planos do empresário de adquirir no Brasil o Carrefour, maior rival do Casino.
O empresário brasileiro afirmou, via assessoria, que durante os últimos 12 anos, mesmo em momentos difíceis, "defendeu os interesses do Casino e de seus acionistas, mantendo o compromisso de apoiar a companhia".
E que espera que o Casino "faça o mesmo enquanto acionista do GPA". Diniz preside o Conselho de Administração do Pão de Açúcar.
Para Tzu-Wing Yee, corretor da CM-CIC Securities, de Londres, o mercado entendeu que esse foi o primeiro passo do Casino para levar adiante a proposta de tirar Diniz do Conselho do Pão de Açúcar. Ele tem assento vitalício no conselho da empresa fundada por seu pai.
A disputa se acirrou em 2011, quando o Casino deu entrada em pedido de arbitragem (resolução de conflitos fora da Justiça) contra Diniz por entender que ele descumpriu acordo de acionista que garante ao Casino assumir o controle do GPA a partir de junho deste ano. Com o processo em curso, os conselheiros consideraram que Diniz não poderia continuar como conselheiro.
A destituição do brasileiro, aprovada por 13 conselheiros, deverá ser referendada em assembleia de acionistas.
O presidente das Galeries Lafayette, Philippe Houzé, também foi vetado para o cargo de conselheiro. Recentemente, também se desentendeu com Naouri, com quem disputa o controle da rede francesa Monoprix.
Colaborou TONI SCIARRETTA, de São Paulo

DÓRICAS

Com jeito vai
Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
Diga-se o que for sobre a senadora Marta Suplicy. Ressalte-se a impertinência, a inadequação verbal e o toque acentuado de presunção, mas reconheça-se nela uma qualidade em escassez no mercado: a insubordinação mental.
Fala alto o que seus companheiros de PT dizem em voz baixa, mas não repetem em público por medo de contrariar o comandante em chefe.
Quando Lula queria fazer de Ciro Gomes candidato a governador de São Paulo, Marta foi a única a verbalizar a insatisfação da maioria, dizendo que ele não tinha "nada a ver" com o Estado.
Quando o ex-presidente deu os primeiros sinais de que faria de Fernando Haddad candidato a prefeito, Marta postulava o lugar e duvidou: "Só se for para perder".
Depois avisou que José Serra acabaria sendo candidato pelo PSDB e mais adiante se rebelou contra a aliança com o prefeito Gilberto Kassab, considerando a hipótese "um pesadelo".
Há dois dias disse via Twitter que a estratégia do PT na eleição municipal está errada e aconselhou Haddad a "gastar sola de sapato" se quiser deslanchar.
Marta Suplicy tem falado pouco, evitado entrevistas e, sobretudo, se esquivado da pressão para mergulhar na campanha como uma espécie de embaixadora de Haddad junto ao eleitorado, principalmente o feminino e residente na periferia da cidade.
Nesse vácuo vicejam dúvidas sobre a disposição dela de reforçar o time petista nessa eleição e também surgem versões de que Lula poderia recuar e fazê-la candidata do PT à Prefeitura.
O que é fato ou ficção, ninguém melhor que a própria para esclarecer.
"Isso (recuo de Lula) não vai acontecer nem eu tenho pretensão de voltar à disputa. É página virada, já aceitei que não sou candidata, mas não preciso participar de uma campanha equivocada nem acreditar que existem soluções mágicas porque elas não existem", diz a senadora.
A magia a que se refere é o poder que se atribui a ela, ou a Lula, de fazer decolar a candidatura de Haddad. "Quem precisa se conectar com o público é o candidato, não dá para transferir isso", argumenta.
Participar ela vai. Mas só no momento certo, a partir do início oficial da campanha ou, daqui até lá, em situações que considere realmente importantes. Por exemplo: no próximo dia 13 na inauguração de um Centro Educacional Unificado (CEU) em São Bernardo. "No momento inclusive tenho muito trabalho como vice-presidente do Senado."
A senadora acha que não adianta e pode até ser contraproducente sair pela cidade com o candidato a tiracolo como gostaria o partido. "Não acrescenta nada e pode até haver reação negativa daqueles que preferiam a minha candidatura."
Marta assegura que estará no horário de TV e dará declarações de apoio quando "couber". Agora, condiciona seu engajamento a mudanças profundas na estratégia.
As essenciais: "Ampliar as alianças e reforçar a presença de Haddad junto ao eleitorado e à militância. Ele é que precisa empolgar".
Em suma, a senadora faz seu jogo: administra com independência seu patrimônio eleitoral e leva o PT cortar um dobrado de aflição em decorrência da submissão cega a Lula.
Quando lhe interessa, Marta se submete às circunstâncias, mas mantém a alma intacta.
Sem saída. Com a reputação irremediavelmente ferida devido à proximidade com um notório cliente da Justiça dito empresário de jogos, o senador Demóstenes Torres não tem outro jeito a não ser encerrar por aqui sua curta carreira de político.
Até em nome dos muito bons serviços prestados ao mandato - em diversos campos, com destaque ao papel dele em prol da aprovação da Lei da Ficha Limpa -, o senador tem um dever de coerência: aplicar a si o mesmo rigor ético que adotou para tudo e para todos.
Lamentável que um parlamentar de qualidade tenha a trajetória interrompida enquanto outros envolvidos em episódios tão ou mais graves, e muito menos qualificados continuem por aí, mas o gesto da retirada serviria até para marcar a diferença.
Como a dívida do governo afeta as gerações futuras
Robert P. Murphy - IMB
Paul Krugman e outros defensores do aumento dos gastos governamentais alegaram recentemente que comparar a dívida do governo à dívida de um indivíduo ou de uma empresa é errado. Ao contrário dos moralistas, que não querem aumentar as dívidas a serem pagas pelas gerações futuras, Krugman e seus aliados alegam que a dívida governamental per se não representa nenhum fardo para as gerações futuras como um todo. Afinal, nossos descendentes irão "dever para eles próprios" — ao menos se desconsiderarmos a dívida externa, é claro.
Sendo assim, quaisquer impostos que forem aumentados ou criados para pagar o serviço desta dívida (juros e amortizações) irão simplesmente fluir para os bolsos daqueles cidadãos que estiverem de posse dos títulos da dívida. Com isso, Krugman argumenta que a "dívida nacional" não é apenas um passivo, mas também um ativo. Quanto maior a dívida, portanto, mais rico o país.
Um argumento que já seria o bastante para encerrar esta discussão é o fato de que, quanto maior a dívida, maiores os gastos do governo apenas com os juros desta dívida. E maiores ainda serão os gastos para amortizar os títulos vincendos. Isto faria com que uma enorme fatia dos impostos arrecadados fosse utilizada apenas para pagar encargos da dívida. Tal situação equivaleria a uma maciça transferência de renda de pagadores de impostos para portadores de títulos. Alguns iriam ganhar, outros iriam perder. Como sempre disse Murray Rothbard, a frase "nós devemos a nós mesmos" possui profundas implicações: tudo depende de se você faz parte do "nós" ou do "nós mesmos".
Mas há outros problemas também. Um deles é que tal ponto de vista krugmaniano ignora o fato de que déficits do governo retiram recursos do setor produtivo, desviando-os para ineficientes gastos estatais. Quando o governo incorre em déficits e emite títulos para financiar estes déficits, tais títulos são comprados por empresas ou por indivíduos que, caso contrário, poderiam estar aplicando seu capital em investimentos produtivos. Desta forma, déficits governamentais retiram recursos de investimentos privados e os desviam para gastos escolhidos de acordo com politicagem. Déficits, portanto, fazem com que as gerações futuras tenham à sua disposição uma menor oferta de tratores, escavadeiras, máquinas, ferramentas e outros equipamentos, reduzindo assim sua capacidade de produzir mais bens. Consequentemente, estas futuras gerações estarão potencialmente mais pobres.
Além deste efeito negativo sobre o investimento físico em bens de capital, o economista James Buchanan demonstrou que existe uma rota completamente independente por meio da qual os atuais déficits orçamentários de um governo podem empobrecer as gerações futuras. Uma vez que entendemos que "a nação" é composta por diferentes indivíduos que surgem em vários pontos distintos do espaço e do tempo, que vivem durantes períodos de tempo variáveis e não homogêneos, e então morrem, dizer que "nós devemos para nós mesmos" é uma completa falácia.
Repetindo, Buchanan aponta para um efeito que vai muito além do fato de que os déficits governamentais de hoje tendem a reduzir o investimento privado. Mesmo se supuséssemos que todo o déficit governamental atual fosse pago por meio de uma redução no consumo privado — de modo que estaríamos deixando para as futuras gerações o mesmo estoque de bens de capital —, ainda assim nossos descendentes (como um todo) estariam em pior situação (relativamente mais pobres, ou menos ricos do que poderiam) em decorrência desta política de déficits.
Para entender como isto funciona, imagine que o governo atual — isto é, no ano de 2012 — anuncie que irá gastar $100 bilhões dando uma festa de arromba. Tudo o mais constante, as pessoas vivas em 2012 irão adorar este surto maciço de consumo. No entanto, se o governo impusesse tributos sobre as pessoas em 2012 para pagar por esta festa, elas certamente iriam se revoltar. E nenhum governo quer isso. Muito mais confortável é apenas emitir títulos da dívida, que serão voluntariamente comprados por algumas pessoas no presente, e jogar o fardo do pagamento dos juros e do principal para as gerações futuras.
Mais especificamente, suponha que o governo, em vez de elevar impostos, emita títulos que irão vencer daqui a cem anos, e os quais serão vendidos agora àquelas pessoas que oferecerem os melhores preços de compra. Supondo que os investidores confiem no governo e que a taxa de juros nominal de longo prazo seja acordada em 4,7%, o governo irá então emitir uma nota oficial com a seguinte declaração: "No ano de 2112, o governo irá fazer uma contagem de quantos pagadores de impostos existem no país. Ato contínuo, o governo irá tributar cada um destes x cidadãos com um imposto per capita de $10 trilhões/x. Esta receita tributária de $10 trilhões assim coletada será entregue a todas as pessoas que porventura estejam de posse deste pedaço de papel naquele momento."
O valor de $10 trilhões nada mais é do que $100 bilhões com juros de 4,7% ao ano durante cem anos. Neste exemplo, a dívida será quitada — juros e principal — de uma só vez em 2112. Ou seja, o governo em 2012 irá levantar, via emissão de dívida, $100 bilhões — o valor presente descontado do pagamento de $10 trilhões que só irá ocorrer daqui a cem anos — e com isso pagar por sua festança.
Neste cenário, um leigo estaria correto em dizer que a atual geração fez a sua farra e jogou toda a conta para os infelizes cidadãos de 2112. Os pagadores de impostos em 2112 terão de entregar $10 trilhões para alguns de seus concidadãos. No entanto, esta observação ainda não encerra por completo a análise.
O motivo é que aquelas pessoas que em 2112 estiverem em posse dos títulos da dívida, e que portanto estarão recebendo os $10 trilhões, não irão receber este dinheiro de graça. Ao contrário, tais pessoas compraram estes títulos alguns anos atrás e pagaram por eles o valor presente descontado de $10 trilhões. Portanto, quando fazemos a contabilidade corretamente, entendemos que, além de os pagadores de impostos em 2112 serem claramente prejudicados (afinal, terão de pagar $10 trilhões em impostos), esta sua perda não se traduz em um ganho idêntico para os portadores dos títulos. É por isso que esta geração como um todo estará mais pobre em decorrência da festança que as pessoas de 2012 deram.
Esta conclusão crítica merece ser enfatizada. Considere um indivíduo que está de posse de um dos títulos da dívida (cujo valor de face é de $1.000) em 2112. Talvez esta pessoa tenha comprado este título de outra pessoa no ano anterior (em 2111) por $955. Ao receber os $1.000, ela estará auferindo juros de 4,7%. Os $1.000 que ele receber em 2112 não irão constituir um ganho líquido para esta pessoa, pois a maior fatia destes $1.000 — isto é, os $955 — será apenas a devolução do principal que ele pagou no ano anterior.
O real benefício para esta pessoa em toda esta operação seria ele receber uma taxa de juros mais alta do que a que ele receberia caso emprestasse seus $955 para o setor privado. Portanto, esta pessoa poderia considerar que toda esta operação de tributar-e-distribuir em 2112 lhe valeu, por exemplo, apenas $5.
É a este benefício líquido de $5 (aproximadamente) para o portador do título que os $1.000 em impostos coletados deve ser contrastado. Em outras palavras, o pagador de impostos individual (responsável por um décimo-bilionésimo da fatura de $10 trilhões) ficará com $1.000 a menos, ao passo que o portador do título para quem o dinheiro é transferido irá ganhar apenas $5.
Agora, se nos concentrarmos em um outro portador de título — por exemplo, alguém que tenha comprado o título no ano de 2085 —, então seu ganho seria maior do que $5, pois ele auferiu taxas de juros acima das de mercado por um período mais longo. Ainda assim, a única maneira de uma perda de $1.000 para um pagador de impostos ser identicamente contrabalançada por um ganho de $1.000 para um portador de título seria se este portador houvesse adquirido o título gratuitamente. Isto poderia acontecer com crianças que herdam títulos de seus pais. Mas é só. Qualquer outra pessoa que utilize dinheiro próprio para adquirir uma fatia daquele enorme título de $10 trilhões não irá obter ganhos idênticos às perdas dos pagadores de impostos. Seu ganho será muito menor. Logo, o grupo "pessoas vivas em 2112" estará coletivamente mais pobre em decorrência deste esquema.
Por outro lado, consideremos a geração original, aquele que deu a festança. Sim, houve investidores em 2012 que tiveram de reduzir seus gastos em um total de $100 bilhões em decorrência de terem comprado os títulos emitidos pelo governo. Porém, à medida que o tempo foi passando, eles poderiam ter vendido seus títulos (um ativo financeiro) para investidores mais jovens, e utilizar os fundos assim conseguidos para financiar suas aposentadorias. Assim, os investidores de 2012, se considerarmos sua renda vitalícia, de fato não perderam nada com este negócio, o qual foi totalmente voluntário para eles.
Para resumir: em 2012, várias pessoas vivas ganharam e ninguém perdeu, ao passo que, em 2112, as pessoas vivas sofreram perdas que sobrepujaram os ganhos totais. E isto é verdade mesmo se considerando que, em 2112, "as pessoas deviam $10 trilhões para elas mesmas".
Déficits orçamentários nada mais são do que um enorme esquema de roubo que ocorre ao longo do tempo por meio do mercado financeiro e de títulos. Déficits orçamentários permitem que os cidadãos de hoje financiem benesses governamentais jogando a conta para gerações futuras, as quais não têm nenhum poder de influência nas decisões políticas atuais.
Robert P. Murphy
é Ph.D em economia pela New York University, economista do Institute for Energy Research, um scholar adjunto do Mises Institute, membro docente da Mises University e autor do livro The Politically Incorrect Guide to Capitalism, além dos guias de estudo para as obras Ação Humana e Man, Economy, and State with Power and Market. É também dono do blog Free Advice.
Tradução de Leandro Augusto Gomes Roque