domingo, 28 de fevereiro de 2010

S. ou No Se Puede Vivir Sin Amor

Uísque. Sim uísque Cutty Sark, depois foi a fase do Red Label e no final era o Jack Daniel's.
Nos primeiros dias ainda estava paralisado pelo choque: ela me deixou.
Nos primeiros dias não fazia nada, larguei tudo nesse mundo.
Nos primeiros dias bebia Cutty Sark com muito gelo. Depois era a fase do Red Label, delícia.
O Jack Daniel's veio no fim, no desespero.
A proporção do gelo no copo ia diminuindo enquanto a de uísque, essa jóia dourada, ia aumentando.
No fim, não colocava mais gelo para não atrapalhar o gosto da bebida.
No começo, chorava a partir da terceira dose. As lágrimas se misturavam com o uísque e com a saudade.
No início sempre deixava o computador ligado na esperança de um recadinho dela, dizendo: - Venha, querido, tudo não passou de um sonho ruim.
As esperanças se foram junto com as lágrimas. Não choro mais. O uísque permaneceu. Sem gelo e sem dor visível.
Dei para beber: um litro por noite. Os comprimidos para dormir vieram mais tarde.
A minha imobilidade só tinha fim para colocar mais uma dose ou para bater as cinzas em qualquer recipiente que fazia as vezes de cinzeiro, que transbordava de restos de cigarrilhas e lembranças.
Conheci S. fazia dois anos. Entrou na minha vida por acaso, pedindo uma lista de livros, uma biografia do "Che", algo para ela ler. Mandou uma letra do Pink Floyd, Eclipse, e eu respondi com uma letra do The Doors, The End. A sua luminosidade entrou por uma fresta que eu inadvertidamente deixei entrever.
Conectados de alguma maneira, ríamos um do outro. Não percebi a diferença de idade: eu 45 e ela 28. Nada disso importava. Estava muito feliz com essa amizade.
Numa segunda-feira, ela se declarou apaixonada por mim.
Eu tinha que falar numa palestra de filosofia sobre Platão.
A partir desse instante vivi para ela. Vendi propriedades, comprei propriedades, trabalhei como um louco, fiz dinheiro.
A levaria para morar comigo na Toscana. Pensei, sozinho, até na possibilidade de ser pai.
Tolice.
De repente, ou aos pouquinhos, não me lembro mais, ela se afastou.
nâo respondia mais os meus recadinhos, não atendia mais o telefone.
No final, eu fiquei envergonhado.
Lógico que ela não gostava de mim. Só eu que não vi.
Não passei de uma distração entre a composição e a estação.
No CD player passei a ser parceiro de Tom Waits e Billie Holiday.
E comecei a beber.
No se puede vivir sin amor. Essa frase ficou na minha cabeça. Não sei de um filme, ou letra de uma música ou então poema.
O dia que a campainha tocou, eu disse: - Hoje não.
Ou talvez não tenha dito nada, não lembro.
Pouco me interessa também.
Aos poucos fui deixando este mundo. Telefone, tv e computador desligados.
O médico vizinho, me deu mais quatro meses de vida.
Essa vida.
Tom Waits diz repetivamente: - The piano has been drinking (not me).
Sobre mesinha de centro, coloquei a minha magnun .44,carreguei com os seis projeteis. Acharei o fundo desse poço sem fundo.
Não tenho tempo para justificativas vãs, nem orações sem sentido. Vou de encontro ao fogo que me espera.
Com uma única verdade em mãos: "sí, nadie puede mismo vivir sem amor." Tomou o último gole que restava naquele copo, respirou fundo, apontou a arma contra si próprio, apertou o gatilho e encontrou a paz que desejava.
"Procuramos a morte na ponta de uma vela.
Estamos dependurados de ponta cabeça à beira do abismo,
estamos à procura de algo que já nos encontrou."
S. nunca foi identificada pela polícia. Os investigadores relataram que S. nunca existiu, não passando de um delírio do escritor.
Quanto àquela mulher vestida de preto, segurando as mãos de uma criança de sexo masculino, não foi encontrada. Mas nos depoimentos prestados por vários amigos do falecido ela é citada.
Sobretudo, pela sua risada cativante que ecoava nos ambientes que os dois frequentavam.
O laudo da perícia afirma que a arma disparou acidentalmente enquanto o escritor a limpava, às 04h:30min (isso se a estimativa da hora do acontecido estiver correta).

sábado, 27 de fevereiro de 2010

QOHÉLET - O PREGADOR

QOHÉLET
Overture:
O homem é o único animal que ri e chora,
porque é o único animal
a quem impressiona a diferença
entre o que as coisas são
e o que deveriam ser.
William Hazlit
A sabedoria
grande recompensa se torna
a quem que nada tem a perder.
Liberto de preconceitos,
livre por não estar atrelado penosamente
a formas de viver
e de pensar,
livre da cobiça do dinheiro, do poder
da conveniência, que muitos
sacrificam suas vidas
achando que viverão mais e melhor
aquilo que se acha sob o sol.
Por isso, vivo.
E nada há de novo sob o sol.
Eu, o Pregador,
Vi todas as obras que se fazem sob o sol;
eis que tudo é vaidade e aflição de espírito.
Aquilo que é torto não se pode endireitar;
aquilo que falta não se pode enumerar.
Assim como o mais doce dos frutos amadurecem
sob o calor do sol do verão,
nós só amadurecemos graças ao sol intenso
dos nossos sofrimentos,
porque é difícil abrir mão das ilusões,
ainda que saibamos que a realidade é
muito melhor
do que qualquer ilusão.
Nada mais tenho a perder,
se é
que algum dia tive algo
que pudessem me tomar.
Por isso, sou livre.
Contudo,
na grande sabedoria há grande pesar;
e aquele que cresce em saber,
cresce em dor.
Um último aviso, meu filho:
nunca se acaba de escrever
mais e mais livros,
e o estudo excessivo
desgasta
o corpo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Onde Encontrar a Sabedoria - Jó

Sabemos que Deus deixa o seu fiel servo Jó nas mãos de Satanás.
Satanás coloca Jó numa condição terrivelmente dolorosa, não podendo atentar contra a pessoa de Jó. Jó perdeu tudo o que tinha na vida. Passado pela provação voltou a ter aquilo que havia perdido, bens materiais e seres amados.
No capitulo 28, há um poema magnífico, cito apenas algumas partes: Pergunta-se onde se encontra a sabedoria e o entendimento. Veja a resposta:
O abismo diz: "Não está em mim"; e o mar diz: "Não está comigo."
A ruína e a morte dizem: "Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama."
Deus entende o seu caminho, e sabe onde a sabedoria reside.
Porque ele enxerga as exremidades da terra, e vê tudo o que há debaixo dos céus,
Quando conferiu peso ao vento e tomou a medida das águas;
Quando decretou a chuva e o caminho para o relâmpago dos trovões;
Então ele a viu e a confirmou; instrui-a, sim, e a situou.
E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor á a sabedoria, e apartar-se do mal é o entendimento.
Nos USA de dois em dois, informa que 89% dos norte-americanos acreditam que Deus os ama , pessoal e individualmente. O Deus norte-americano, a exemplo do Jesus norte-americano, e, surpreendentemente não bíblico. Mas vale lembrar que os norte-americanos não se parecem muito com Jó disse H. Bloom.
Spinoza advertia-nos ser necessário amar a Deus, sem jamais esperar que Ele nos ame, o que constitui um sentimento bem pouco norte-americano.

Onde Encontrar a Sabedoria V

O Pierke Aboth (Provérbios dos Patriarcas) é o livro que dá suporte a um melhor entendimento ao Mishná, muito volunoso e complexo livro que nos ensina a seguir as advertências rabínicas. Hillel é memorável quando adverte: "Mais carne, mais vermes; mais riqueza, mais preocupação; mais mulheres, mais feitiçaria; mais criadas, mais lascívia; mais criados, mais roubo; mais Torá, mais vida; mais assiduidade, mais sabedoria; mais conselhos, mais entendimento; mais caridade, mais paz..." A relação existente entre o texto e os livros sapienciais é clara nesse aspecto. quanto maior o volume de riquezas materiais, maior será a preocupação em garanti-la e aumentá-la. João Calvino demonstra a nssa pequenez e a nossa voracidade em adquirir riquezas no Segundo Sermão acerca de Jó: "Porque nossa cobiça é um golfo, e queremos engolir toda a Terra; se o homem possui muitas riquezas, vinhos, prados e posses não são o bastante; Deus precisaria criar novos mundos, se desejasse nos satisfazer."

Onde Encontrar a Sabedoria IV

Procuramos a sabedoria nas leituras. É de Emerson, mais uma vez, o conselho: "O estudioso é uma vela acesa pelo afeto e pelo gosto de toda a humanidade". Ele buscou explicar que a sociedade não pode prescindir de homens e mulheres que representam a si mesmos, e não os seus "eleitorados", pois a política por ele defendida era a do espírito.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Onde Encontrar a Sabedoria III

Durante mais de duas décadas lecionei. Para adolescentes e para adultos. O adulto não lê, porque o adolescente não leu e fica a maior parte da sua adolescência frente à tela de um computador e a criança só vê televisão. Ler ou não ler é uma questão pessoal e não uma obrigação.
Sir Francis Bacon deu o seguinte conselho: "Não leia com o intuito de contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o que conversar, mas para refletir e avaliar".
Emerson afirmou: "Os melhores livros levam-nos à convicção de que a natureza que escreveu é a mesma que lê".
Lemos para crescer interiormente e isso nos proporciona prazer. Esse prazer é nosso, pessoal, não coletivo, social. Se o indivíduo não gosta de ler, é um homem-massa, o problema é dele.
Por isso, muitos entram e saem da universidade como vieram: nús. Sem saber nada, abanando no ar como o cachorro abana o próprio rabo, um reles pedaço de papel dizendo que está formado em alguma coisa. Pobre diabo, que nem sabe se expressar e muito menos escrever.
Samuel Johnson adverte: "Livra a tua mente da presunção".
Para aqueles que leêm, ou outro recado "Não tente melhorar o caráter do vizinho, nem da vizinhança, através do que lemos ou de como o fazemos". "O auto-aperfeiçoamento é projeto suficientemente grandioso para ocupar a mente e o espírito: não eiste a ética da leitura. A mente deve guardar certa cautela, até ser expurgada da ignorância original", explica H. Bloom.

Onde Encontrar a Sabedoria II

Hoje em dia, bastou dar um clique no mouse e a resposta, a informação procurada está diante de nossos olhos na tela do computador. Mas acumular dados, quantificar informações não nos traz a sabedoria. A sabedoria vem para alguns que se dedicam à leitura de livros e da reflexão sobre aquilo que lemos.
Harold Bloom foi extremamente feliz quando escreveu que "Ler bem é um dos grandes prazeres da solidão;. É o mais benéfico dos prazeres. Ler nos conduz à alteridade, seja à nossa própria ou a de nossos amigos, presentes ou futuros. Literatura de ficção é alteridade e, portanto, alivia a solidão. Lemos não apenas porque, na vida real, jamais conheceremos tantas pessoas como através da leitura, mas, também, porque amizades são frágeis, propensas a diminuir em número, a desaparecer, a sucumbir em decorrência da distância, do tempo, das divergências, dos desafetos da vida familiar e amorosa".
Sempre teremos no livro um bom amigo.
Seja na solidão do lar, na solidão do voo, da viagem de ônibus, na estação rodoviária, no aeroporto, enfim, ele está ali a preencher espaços, sejam eles espirituais ou apenas o simples "matar o tempo".

Onde Encontrar a Sabedoria

As pessoas que são do meu círculo de relações pedem para que eu faça a indicação de uma lista de livros que poderiam acrescentar cultura e preencher os vazios deixados pelos cursos de literatura do passado. Eu indico inicialmente dois livros que darão o norte aos próximos escritos dessa página. Eles foram lançados em português pela editora Objetiva. Foram escritos por um judeu norte-americano chamado Harold Bloom. Ele tem uma forma muito gostosa de se expressar. Compensa o investimento. O primeiro que eu quero destacar se chama Onde está a sabedoria e o segundo se chama Como e por que ler. Bebam nessas fontes de águas límpidas e cristalinas e vocês verão um mundo diferente, sem essa imundície que nos cerca. Volto a falar deles mais tarde.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Amor & o Sexo IV

O Caderno Especial da FSP aponta uma dessexualização num país tão sensual A questão é: o erotismo vai acabando aos poucos com banalização da nudez. Tem gente pelada demais. Em festas, churrascos, carnaval programas de tv que até parece um açougue tanta carne assim exposta. Você entra no açougue e pede: quero dois quilos de picanha da Mafalda, do BBB XXX, quero o contra-filé da "atriz" (em casa esse tipo de gente nós chamamos de outra coisa) que saiu na revista tal e faz um papel na novela tal. Li, um dia, que o Brasil só perde para os USA em cirurgias plásticas. Ancas com 110 cm, 109 cm, seios com próteses de 375 ml... Amor é diferente de sexo. Pode-se fazer sexo com várias pessoas, mais de uma por dia, várias em dias diferentes, mas o amor é diferente. Nelson Rodrigues escreveu uma vez que "a maior tragédia do homem ocorreu quando ele separou o sexo do amor. A partir de então, o ser humano passou a fazer mais sexo e nenhum amor. Não passamos do desejo, eis a verdade. Todo desejo, como tal, se frustra com a posse. A ÚNICA COISA QUE DURA PARA ALÉM DA VIDA E DA MORTE É O AMOR." O amor sempre sofreu as mais cruéis restrições, repressões, maldições. Mas continuava como um tesouro. Não se tinha como destruir o sentimento." Muitas vezes ele é hoje motico de piadas ou de invejas. Ele continua "Sou uma das raras pessoas das minhas relações que acreditam no amor eterno. Todo amor é eternoe, se acaba, nõ era amor. O amor não morre - vivo eu dizendo. Morre o sentimento, que é apenas uma imitação do amor, muitas vezes uma maravilhosa imitação do amor." É isso daí.

O Amor & o Sexo III

No lugar deesas bobagens impressas no caderno, poderiam ter orientado melhor os idiotas do Brasil inteiro uma política de planejamento familiar. Boa parcela dos idiotas não conseguem criar os filhos que têm aos borbotões. essas crianças geradas na confusão das pernas, bares e liberalização sexual não são ou não podem ser sustentandas por um tecido social tão esfarrapado.
Raros são os casos em que eles vão trabalhar num mercado já saturado de trabalhadores de baixa formação (quando têm alguma). Daí dedicamse ao tráfico de drogas, assaltos, sequestros, promovendo uma situação de terror entre aqueles que vivem de acordos com os padrões de civilidade vigentes no dia a dia. Enquanto escrevo isso, mais obras contra mendigos são construídas e um dos assassinos do garoto João Hélio que foi arrastado até a morte e foi enterrado sem a cabeça, seria solto e ganharia a ajuda do serviço de proteção às testemunhas. Só faltam dar um salário para ele.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Amor & o Sexo - II

O caderno especial encartado na FSP deste domingo, 21/02/2010, esclarece um ponto primordial: a liberalização dos costumes ocorrida da década de 1960 até os dias de hoje, não acabou com as angústias que assolam homens e mulheres.
O caderno conclui entre outras coisas que:
- os entrevistados falam mais de sexo, mas são obcecados com a própria performance no ato.
- há um abismo entre o que eles falam e o que eles de fato conseguem fazer.
- existe ainda um preconceito quando o assunto é a masturbação (o tema que deveria ser o mais natural nestes tempos assombrados pelo fantasma da AIDS).
- uma pesquisa sobre como o brasileiro transa: papai-e-mamãe; sexo oral, sexo anal. Se for só isso o brasileiro é um idiota e sua relação é uma merda.
- eles também fingem ter orgasmos: aquela melequinha que sai no final é o que sobrou da massa encefálica de quem escreveu tal artigo.
- homossexualismo: ao meu ver faz parte daquilo que nós consideramos livre arbítrio. A promiscuidade é um estereótipo criado por alguém que não tinha o que dar.
- os brasileiros estão fazendo sexo mais cedo: aí um tema que exigiria um caderno especial. Sexo não é brincadeira. Quando resulta em gravidez se torna um problema de consciência muito grande. Criar uma nova vida ou abortar. Mas parece que o assunto é monopólio das novelas da Globo, então não se fala mais nisso.
O problema é que a juventude carece de valores morais. Ela ainda vive da transgressão, como bem disse o saudoso Paulo Francis: "Os jovens querem ver alguém de violão, de pé em cima da cadeira, cantando fraternidades pueris, ou, sob baterias ensurdecedoras, berrar obscenidades que não são obscenidades, uma vez que há uma moral aceita pela comunidade para contestar. O que há é o vácuo espiritual e o excesso que procura preenchê-lo."
- Essa juventude é tão avançada que ainda tem dúvidas acerca da relação prazer/tamanho do pênis. Todos se dizem satifeitos (quase todos) mas ninguém negaria que seria melhor se tivessem um "companheiro" maior. Eu creio que a maior parte iria desmaiar quando ocorresse a ereção: faltaria sangue no cérebro.
- O caderno termina com a tradicional pergunta sobre a fantasia sexual dos entrevistados.
Deus do céu, que horror! Percebe-se que para fantasia o brasileiro se dá bem no carnaval.

O Amor & o Sexo

A folha de São Paulo, deste Domingo, 21 de fevereiro de 2010, trouxe um caderno especial sobre a sexualidade do brasileiro doze anos após ter realizada uma pesquisa sobre o mesmo assunto.
A falta de parâmetros leva ainda muita gente boa a confundir amor e sexo.
Lembro-me do lançamento pela Cia. das Letras, organizado pelo Ruy Castro três livros de crônica de Nelson Rodrigues (1912/1980): O Óbvio Ululante, A Cabra Vadia e O Reacionário.
As idéias de Nelson Rodrigues poderiam ser polêmicas (e eram), mas nunca poderiam ser mandadas "à pata que o lambeu".
Leia os exemplos:
"...o idiota era apenas o idiota e como tal se comportava. E o primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar uma cadeira do lugar Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca u idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente não pensava. Os "melhores" pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por ele. Devemos a Marx o formidável despertar dos idiotas.
Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc. Houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas."
Se nós voltarmos os nossos olhos para o Congresso Nacional, nossas Assembléias Legislativas, nossas Câmaras Municipais e o nosso executivo, podemos perceber o efeito deletério da participação dos idiotas na nossa política.
Sobre os intelectuais e a inteligência:
"Os intelectuais. Esses desempenham um apagado e vil papel. Servem os moços com a mais deslavada subserviência. Se existissem carruagens, um cabeludo da PUC, na hora de sair, diria: Mande atrelar um arquiteto, um sociologo, um romancsta, um poeta, um ensaísta e um cineasta."
Poderia completar a lista com os compositores "cabeça" e o trecho estaria atualizado.
"O que mais espanta em tudo isso é o papel da inteligência. Sim, como age, como reage a intelígência. O homem comum pensa que o intelectual pensa. Ilusão. A inteligência não pensa mais. Vive a lamber as botas dos idiotas como uma cadelinha amestrada."
Diga-me o nome do Ministro da Cultura. O Ministro da Educação. é, nada mais a acrescentar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Esses governantes latino-americanos a as suas idéias fantasticamente estúpidas

O Nosso Grande Guia agora resolveu atacar os canais pagos. Para isso se utiliza de seus sicofantas, seus parasitas que intestam o organismo chamado Brasil. Enquanto isso, o filme da sua vida naufraga em mais completo esquecimento. Só o dia que esse filme for parte do currículo obrigatório nas escolas é que ele terá um público cativo, bem cativo, diga-se de passagem. Do controle dos canais pagos ao controle da imprensa escrita - um paradoxo, porque ele lê pouco e mal. É um passo. E estamos em estados democráticos como Cuba onde o homessexualismo é crime (ele vai acabar com o carnaval), Irã, cujo governante tem o péssimo hábito de matar a oposição, Venezuela e seu generaleco que está às mínguas com o preço do petróleo caindo ou a Bolívia, com aquele índio com olhar de cafungada bem séria. Até a Argentina perdeu o bom senso. Sorte do grande escritor Jorge Luís Borges não estar mais entre nós. Morreria de tristeza. Antes, foi para a Suíça morrer no primeiro mundo. Essa mulher, a C. K. esposa do pingüim, diante de todos os problemas que assolam o país e tornam um inferno a vida dos portenhos, resolveu achar confusão com a Inglaterra. Lamentável. Lamentável é também a prática dos figuraços do partido do Nosso Guia e Mestre nas Horas Vagas, de mandar alguém em nome deles agendar compromissos com outras pessoas, para dar a impressão que estão muito ocupados e depois não telefonar para elas. Quando leio isso no jornal, eu ligo a tv paga e revejo o filme Banzé no Oeste. É mais engraçado.

RENÉE

A lista de compras estava amarfanhada dento do bolso da minha jaqueta. Minha barba esta por fazer há vários dias. Jeans, camiseta, tênis e liberdade recém conquistada. Peguei o carro e fui até o Pão de Açúcar da Avenida Brasília. Intretido nos vinhos e já pensando num Cutty Sark on the rocks dou uma trombada num carrinho que atravancava o corredor. Imaginei que deveria pertencer a alguma daquelas bruxas horrorosas que assombram com suas inutilidades o nosso dia a dia; ou uma daquelas gordas histriônicas que tudo querem comprar. Devo ter dito alguma coisa sobre essas criaturas, quando a dona do carrinho apareceu. Era uma menina muito jovem, magra, seios pequenos emoldurados numa blusa leve, sem underwear, vestia um jeans tubinho e tênis de lona. seus cabelos eram muito curtos, negros e sua pele muito branca. Chamava-se Renée e era fotógrafa e pianista. Olhei dentro do seu carrinho: algumas frutas, leite desnatado e biscoitos. Ela olhou no meu carrinho: sardinhas marinadas em mostarda rosé, vinhos, uísque, azeitonas com aliche, azeitonas com alho, cervejas, pistaches... Ela me perguntou em qual República morava. Disse-lhe que em nenhuma; fui professosr e que agora, solteiro, escrevia. e aquelas compras eram para o carnaval. Disse-me que nunca tinha namorado um escritor. Tinha 21 anos e morava em São Paulo e a amiga que a trouxe para o carnaval deixou-a numa república e e foi ficar com o namorado. Olhei bem para ela; olhos negros plenos de vida e disse se não queria ficar o dia de carnaval comigo. Ela perguntou o meu nome e eu lhe disse. Ela deixou o carrinho do mercado onde estava e foi comigo. Reabasteci o carro no posto, comprei alguns pacotes de cigarrilhas e fomos para a minha casa. No CD player do carro tocava Eric Satie: 3me Gymnopédie, o que me deu a certeza dos deuses que tuda daria certo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Filho do homem, te pus como sentinela para a casa de Israel. Assim, quando ouvires uma palavra da minha boca, hás de avisá-los da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: 'Ímpio, certamente hás de morrer' e tu não o desviares do seu caminho ímpio, o ímpio morrerá por causa da sua iniqüidade, mas eu requererei o seu sangue de ti. Por outra parte, se procurares desviar o ímpio de seu caminho, para que se converta, e ele não se converter do seu caminho, ele morrerá por sua iniqüidade, mas tu terás salvo a tua vida." (Ez 33:7-9).
A situação é sempre a mesma, os locais é que são ao seu gosto leitor. Pode ocorrer no Bananão ou ilhas menores como Havanha ou Pekenápolis. A escolha é sua.
Os nossos governante na sua esmagora maioria adotam posições que aos pouso modelam o homem à sua semelhança de pensamento.
Os trabalhadores nada mais são do que homens-massa, sem vida interior, sem convicções pessoais, está penas imbuída da vontade de seguir o rebano, mesmo que isso fosse arrado e criminoso. ora, a sociedade e é a alma do homem escrita por extenso. Sendo assim, a ralé forma o chamado "estúpido simples" que erra por ignorar o que acontece, por pura desinformação.
Essa fauna maravilhosa apresenta também um espécime que é "estúpido inteligente", que erra, insiste no erro por acreditar que está sempre certo.
Ambos negam a realidade. quando ela se apresenta a eles, sem subterfúgios, violentam-na, mas ela é insubornável e mais cedo ou mais tarde se vingará, pregando-lhes uma peça (ensino/saúde/segurançaliberdade, religião etc.).
Deixei a estupidez criminosa por último: os mais argutos perceberam que não existe plano para se governar o Bananão. ´E só deixar como está e esses criminosos cuntinuarão com dinhei em bíblias, cuecas, meias, maletas e os mensalões já passa a ser partidários, mensalinhos...
as negociatas e a corrupção levam a chancela dos governo e ralé acha normal porque tudo o que a autoridade aprova, a ralé aprova também.
Percbeu que quem governa essa joça, nunca diz o que pretende num todo com a sua política. nem os seus asseclas sabem. Fragmentar as informações é uma forma de fragilizar até mesmos gente de seu próprio escalão, para que, perdidos tenham no governante o centro das decisões.
Manipulam-se as pessoas e conquista-se o poder.
Esse tipo de estúpido (o criminoso) elimina quem estiver atrapalhando os seus planos de poder.
Os que tombaram, jazem no esquecimento do homem-massa.
As pessoas dizem: porque você não escreve nada engraçado, e eu respondo: - se você gosta de coisas engraçadas não converse comigo, nem leia o blog. Vá para a sua casa ver o programa do Bozo. Aquilo, dizem, é engraçado. Ou então compre um saco de risadas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

HESÍODO, OS TRABALHOS E OS DIAS & O CARNAVAL NO BRASIL

Hesíodo foi um poeta da Grécia antiga que viveu entre o final do século VIII e início do século VII a. C.. Da sua obra "Os trabalhos e os Dias" temos passagens famosas, mas uma eu queria fixar em especial: o mito das raças. Ele escreveu sobre cinco raças de homens - a de ouro, a de prata, a de bronze, a dos heróis e a de ferro. Já no século IV a. C., Platão, importante filósofo do Ocidente, ex-aluno de Sócrates, transformou as cinco raças em apenas três. Aquela que se assemelha a um animal multiforme, que reage apenas a dois estímulos o prazer e a dor. Para essa raça prazer se confunde com sexo, comida e bebida, enquanto que a dor é por ele diagnosticada como o fim de tudo isso (a morte). Essa raça seria a raça de ferro: os trabalhadores que não têm capacidade de fazer mais nada a não ser obedecer e trabalhar, não conseguem pensar um futuro melhor para si e para os outros. O princípio vital dessa raça localiza-se entre o estômago e os órgãos genitais - o baixo ventre. A outra raça seria a raça de bronze, que deteria o poder (termo moralmente neutro) para fazer o bem e proteger a si e aos outros dos perigos constantes no cotidiano. Delegamos esse poder a outros para que possamos contruir um futuro. Gravita também entre dois pólos, o da angústia (perder o que temos) e esperança (satisfazer os nossos desejos). Se somos atendidos desenvolvemos o sentimento de confiança, caso não ocorra isso, desenvolvemos o sentimento de medo. O princípio vital da raça de bronze se localiza no tórax. Por fim, a última raça seria a raça de ouro, responsável pelo desejo de eternidade e plenitude. O desejo de felicidade plena, absoluta e ilimitada. De todos os cidadãos. Hoje, de todos nós. O princípio vital dessa raça se localiza na cabeça. O que distingue o HOMEM dos outros animais. Se Platão tomou empretado à mitologia as cinco raças, ele se propõe a falar da alma, analisando o mito sob o olhar da sua filosofia. Trabalhadores, guerreiros e governantes têm cada qual o seu papel dentro da sociedade. Ainda bem que o filósofo não conheceu o Brasil. As coisas aqui andam tão bagunçadas...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Esses amores de carnaval são levados pela primeira chuva que caiu após as trocas de juras entre os amantes de verão. Acredito que, dado o tempo exíguo, concedido pelo Deus-Criador, que temos duas ou três chances de amar alguém. Esse amor carnal, erótico, mundano. Satifaz a maior parte e todos aqueles que conheço. Amam o Mundo, incluindo aí o dinheiro, a comida e a bebida de luxo e tudo aquilo que ele têm ao alcance das mãos. O desejo desesperado e sem sentido de fazer parte de um grupo que pensa igual e age igual e , por causa disso vive constantemente engolido por dúvidas causadas pelas tribulações da vida. Estar na moda, mesmo que isso signifique um cadeira cativa na caverna de Platão. Cuidam dos problemas dos outros e esquecem-se de si. Não conseguem separar o que é válido, bom, verdadeiro e eterno do lixo que abundam as ruas, escolas, shoppings, bares, clubes, partidos políticos e toda essa porcaria que de tempos em tempos bate à nossa porta, com ofertas dignas de Mefistófoles para alguém que não tenha firme os seus propósitos morais.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A (FALTA DE) CULTURA NO BRASIL.

A cultura no Brasil é tão ralinha, tadinha, que abre espaços para alguns absurdos como, por exemplo, o Caetano Veloso comentando política brasileira e internacional, o Gilberto Gil, transformado em ministro da cultura (desconheço o nome do atual, dada a relevância do ministério nessa gestão desastrada, caótica e sem sentido do nosso grande líder). Ninguém do status de um Luc Ferry. Por isso, tenho simpatia pelos pagodeiros, sertanejos, e tocadores de axé. Eles são ignorantes, grossos, incultos, mas sabem que são ignorantes, grossos e incultos. Não dão palpite em nada porque eles sabem que não sabem nada. Dando espaço às pessoas que só falam bobagem, a mídia brasileira corrobora com uma das letras do saudoso Renato Russo: celebramos a estupidez brasileira, a ladroagem, a criminalidade, e a impunidade desses covardes que se escondem atrás de títulos, cargos e privilégios.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

DICTA & CONTRADICTA

Agora que não tenho mais as amarras, mordaças, censuras, posso dizer, enfim, o que penso. Está sendo publicada nesse deserto cultural, que é o Brasil, idéias que estimulam o pensamento, alertam para o rumo da nação dirigida por mãos ignorantes e inábeis. A revista DICTA & CONTRADICTA é um maná que caiu do céu diante das asneiras faladas pelos governantes na televisão. Autores como Bruno Tolentino (injustiçado e perseguidos pelos uspianos), Olavo de Carvalho, Fernando Henrique Cardoso, Pedro Sette Câmara só enriquecem o debate ideológico. Hoje a mídia não discute mais isso. Leia essa revista (que está no quarto número) semestral. Sem dinheiro público, o nosso dinheiro. Se você não recebe dinheiro do governo, acha que a liberdade vale mais do que um bolsa-alguma-coisa, compre e leia essa revista. Se você ainda sobrevive às mazelas desse (i)mundo cão, sempre há tempo para aprender.

NOVOS ESCRITORES

O ano de 2009 deixou para mim algumas coisas boas. Um exemplo foi o surgimento de um escritor na escola onde lecionava. Jowjow montou até uma comunidade, com o nome do seu livro ATIUZ. Espero ansiosamente encontrar esse lvro nas melhores livrarias desse imenso país. a publicação ficou a cargo da editora Novo Século, sempre disposta a revelar novos valores na nossa literatura.

O LULA E A CAVERNA

No último ranking da UNESCO foi diagnosticado que existem 87 países à nossa frente no quesito educação. Quesito porque aqui é o pais do samba, suor e corrupção. Mas é só lembrar que o nosso grande lider se gabou de não ter feito nenhum estudo mais profundo (na minha opinião, quando está sóbrio ele deve se recordar da cartilha Caminho Suave e não passou das orelhas do príncipe, não o de Maquiavel, mas O Pequeno Príncipe) a coisa não poderia tomar outro rumo. Ele percebeu que a miséria do povo era tamanha que copiou as linhas do socialismo bolivariano, e ficou por isso mesmo. Deu o peixe, mas não ensinou a pescar. Não é à toa quem ninguém quer mais ser professor, ensinar, educar... E aqueles que tinham habilidade para isso foram embora (cito o meu caso, p. ex.). Pobres dessas crianças que crescem sem parâmetros, "sem nenhuma doçura ou luz" credo!