terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Este texto deveria ter sido escrito inspirado na composição de Eric Satie chamada Gymnopedie nº 3, mas é só lembrar de você que as minhas lágrimas vão ao chão. Mas estas palavras que não são ditas foram escritas na eternidade, que o tempo ou vento não irão apagar: Te amo. Paulo Mello.
Este texto foi escrito inspirado na composição de Fauré chamada Pavane. Pequena princesa, de pele morena, seios morenos com mamilos escuros, olhos sagazes, que não são pegos em exames. De corpo delgado, elegante, desfilas ante a todos os súditos, de ventre lisos e de mãos e pés esculpidos com maestria. Prometeu-me amizade. E eu ofereci à ela a minha vida. Estendeu-me a mão, e caminha solene pelos labirintos insondáveis que carregamos conosco. São caminhos diferente, mas que darão num só lugar. Aí, saberemos quem realmente somos. Paulo Mello
Este texto foi inspirado na composição de Stravinsky chamada A Sagração da Primavera. O vento longínquo trouxe-me da sempre misteriosa Núbia, uma princesa, esculpida no mais puro ébano. Longilínea, sorri-me com os seus dentes de marfim, brancos a não mais poder. E foi sorrindo que, num rápido gesto de suas mãos de felina pantera, que suas vestes foram ao chão. Seus seios negros de mamilos escuros cumpriu a função de seduzir-me, suas coxas entrelaçaram as minhas e nos fizemos uma só criatura. Seus olhos negros, incisivos me capturaram. Abandonei a minhsa sanidade e resolvi amá-la com a intensidade de um lobo da estepe. Ela levantou-se apontou o oriente, sorriu e foi novamente levada pelo vento. Sei que na Núbia serei um príncipe,mas, espero que desse encontro, resulte uma menina, tão bela quanto a mãe. E cujo nome tu bens sabes qual é. Paulo Mello

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Este texto foi escrito baseado numa composição de Rachmaninoff chamado Vocalise. Em meio ao caos e desespero, ainda lambendo as minhas feridas e, temendo que se transformem em mais cicatrizes; ainda não consigo suportar a idéia. Mais parece uma morte lenta e dolorosa, a tua ausência. Tu, que tens o mais belo sorriso, a risada mais encantadora, olhos negros castos, longos negros cabelos (batiam na cintura, até!), com um corpo branco e magro de bailarina abandona-me e, me enlouqueces: não sei se tu és a figura diáfana, que ao tentar tocá-la, o vento foi mais rápido e a desfez. Ou então, realmente, não passei de um traço, rabiscado por alguém num momento de insensatez, traço que agora desaparece ante um breve movimento das tuas belas mãos. Sempre tuas belas mãos. Paulo Mello
Este poema foi inspirado numa composição de Mussorgsky chamada The Old Castle: Mansa e silenciosa, ela atravessa o salão da antiga construção. Seus pés brancos e delicados, descalços, praticamente não tocam o chão. Sua cintura delgada, quadris largos e seios generosos são ressaltados pelas transparências de suas vestes. Os seios apontam na direção inequívoca da volúpia, mas tudo isso num tom de encanto, de magia. Os cabelos muito negros e muito curtos, deixam exposta a bela nuca, alvíssima e acetinada , e os olhos negros não deixam dúvida quanto às suas intenções. Ao primeiro beijo molhado, já me encontro aos seus pés. Paulo Mello

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

DOR E SOLIDÃO.

"Te amo mais que a minha própria vida, não se esqueça disso. Depois da despedida, o sono não vem e as noites não têm fim."

e. e. cummings

"moça, já que seu passo é mais frágil que tudo, que vive, que tudo que respira na terra e no mar porque teu corpo é mais novo. um sonho (hábil que imita e interiramente que figura você mesma um sonho hábil e inteiramente em movimento com dedos, em sonho com pequenos seios empinados e com pés) me toca através do dia escassa e timidamente: enquanto, junto a mim a noite longa e sobre mim, sempre sinto mover súbita e profundamente você tão feliz de estar viva vocâ arroubo íntimo de coxas quentes grossas, perfeitamente que me rouba; ou como o mar que sábio rouba hábil e interamente a terra ignorante."

LUNAR, ESTA BELEZA - W.H.AUDEN

"Lunar, esta beleza è primeva, inteira, Não tem nunhuma história. Se a beleza mais tarde Exibe algum traço, Foi porque teve amante, Já não é como antes. Nisto, qual em sonho, Vige um outro tempo, Perdido se o dia De tudo se apropria. O tempo são centímetros E mudanças de alma que o espectro assumbrou, Perdeu e desejou. Mas isto, por certo, Não foi coisa de espectro, Nem espectro, ela finda, Sentiu-se a gosto, ainda, Enquanto persista, Nem se chega amor A tal doçura e a dor Tampouco lhe vem dar seu infinito olhar"

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

AOS QUE SONHAM

"Não se pode sonhar impunimente um grande sonho pelo mundo afora, porque o veneno humano não demora em corrompê-lo na íntima semente... Olhando no alto a árvore excelente, que os frutos de ouro esplêndidos enflora, o sonhador não vê, e até ignora a cilada rasteira da serpente. Queres sonhar? Defende-te em segredo, e lembra, a cada instante e a cada dia, o que sempre acontece e aconteceu." R. L. O texto acima parece que fala de nós e das pessoas sórdidas que existem em Pekenápolis. Cidade pequena, com povo de moral menor ainda.

SONETO

"Vieste tarde, meu amor. Começa em mim caindo a neve devagar... Morre o sol; o outono vem depressa e o inverno finalmente há de chegar. E se hoje andamos juntos, na promessa de caminharmos toda vida a par, daqui a pouco o teu amor tem pressa e o meu, daqui a pouco, há de cansar. Dentro em breve, por trás das velhas portas, dando um ao outro só palavras mortas que rolam mudas sobre as nossas vidas, ouviremos, nas noites desoladas, tu, a canção das vozes desejadas, eu, o chorar das vozes esquecidas." N. C.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Enquanto o sono não vem. depois do que aconteceu, ele não virá.Teu corpo branco e magro teus seios pequenos e róseos, que ao toque da minha lingua áspera se transformam me fascinam as tuas mão, brancas, de finos dedos longos. Eu queria tanto te dizer, mas enrubesce fácil, você, menina. Galatéia, preciso de você. Nua e fresca como as noites na minha Toscana! És o sopro suave da brisa que acolhe os meus amados girassóis

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

HERMANN HESSE

Lobo da Estepe Lobo da estepe, vou trotando, trotando. O mundo cobre-se todo de neve. De uma bétula, sai voando um corvo; mas em nenhum lugar se vê uma lebre, não se vê uma gazela. Com as gazelas sou tão delicado, Ah, se uma aparecesse! Tomá-la nas garras, nos dentes: não há coisa mais linda. Aos mansos, mostro o meu bom coração: em seus tenros pernis enterraria suavemente os dentes. e o sangue claro eu iria sorvendo até mais não poder para ficar depois a noite inteira uivando em solidão Uma lebre já me contentaria: mornas carnes de gosto doce à noite. - Mas será que de mim se esconde tudo que torna a vida um pouco mais bonita.... Em minha cauda o pêlo já branqueia e eu já não tenho a vista tão certeira; faz anos que morreu-me a companheira. Agora vou eu trotando e sonhando com gazelas, vou eu trotando e sonhando com lebres, ouvindo o vento a zunir na noite de inverno; engulo neve, a ver se a goela se acalma, e vou seguindo com o diabo na alma.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

HERMANN HESSE

Um dia coração, descansarás:
um dia morrerás a derradeira morte,
e te encaminharás para o silêncio
daquele sono profundo e sem sonhos.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

SONHOS

Nas poucas vezes que fecho os meus olhos e me permito sonhar, é contigo que sonho: vejo-te pequena gazela arisca e delicada, que se entrega a mim e, na nossa volúpia de amantes, percorremos juntos grandes distâncias campos de sonhos, pradarias sem fim nadamos em mares de azul profundo voamos juntos por entre nuvens altas, desenhando com elas as formas do nosso desejo, sonho-te minha Menina e sonhando-te assim, branca e pura, elevo-te com as minhas mãos e atravessamos paisagens nevadas ou planícies desérticas, lugares distantes numa eterna aventura. Para mim, os sonhos são muito belos, pois neles me encontro junto a ti. Sonhos. São o que me restaram, são os encantos da minha vida, que se restringem a esses pequenos intervalos oníricos, onde passo todo momento tentando não acordar pois estou de mãos entrelaçadas contigo!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

HERMANN HESSE

O AMANTE
"Agora está teu amigo na calma noite acordado,
ainda morno de ti, ainda envolto em teu aroma,
em teu olhar e em teu cabelo e no teu beijo.
De ti, amada, eleva-se o meu sonho
alto como do mar o monte e o precipício,
salpicado em ressaca e esvaído na espuma,
e é sol, bicho, raiz,
só por estar contigo,
por estar junto a ti.
Saturno e Lua gravitam longe, e eu não vejo:
só vejo a pálida flor do teu rosto,
e em silêncio me rio e embriagado choro,
nem alegria nem tristeza existem mais
só tu, só tu e eu, imersos
no imenso Todo, no profundo mar
e dentro nos perdemos,
e aí morremos e aí renascemos."

HERMANN HESSE

EM ALGUM LUGAR "No deserto da vida eu erro e ardo a gemer sob o peso do meu fardo, mas em algum lugar quase esquecidos sei de frescos jardins em sombra e em flor. Em algum lugar, nos confins do sonho, sei que um abrigo vela onde a alma volta a ter pátria e estão à espera o sono, a noite e as estrelas."

Mãos

Acostumei as minhas mãos a brincarem com os teus longos cabelos negros. Agora que partiste, elas se encontram perdidas, mal acostumadas que foram. Não conseguem mais sequer fazer um pequeno poema. Elas sentem falta de ti. Mas, distante, noutro lado do oceano Não me escutas, nem poderias fazê-lo! Solitárias, as minhas mãos sentem falta dos teus cabelos longos e negros. E o meu coração sente a falta do teu.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

FERNANDO PESSOA

"No entardecer da terra O sopro do longo outono Amareleceu o chão. Um vago vento erra, Como um sonho mau num sono, Na lívida solidão. Soergue as folhas, e pousa As folhas, e volve, e revolve, E esvai-se inda outra vez. Mas a folha não repousa, e o vento lívido volve E expira na lividez. Eu já não sou quem era; O que sonhei, morri-o; E até do que hoje sou Amanhã direi, Quem dera Volver a sê-lo!... Mais frio O vento vago voltou!"

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tristeza

Tristeza
Na biblioteca de Jorge Luís borges, paira agora, uma tristeza.
Ela, delicada e gentil, dança Pavane, de Fauré, ensaia passos, de uma dança imaginária, que ninguém vê.
Ele, solilóquio canta uma canção que ninguém escuta.
A poeira da eternidade recai sobre ambos. Encobre a amizade que agoniza, solitária e incompreendida, por aqueles que têm a cobiça e a inveja.
Lá fora, porém, há o perfume de uma pequena flor.
Dá sinais de uma saída, uma chance de vida para ambos.
Mas os filisteus não dão trégua. Ambos fraquejam. A luta é muito intensa.
Ele pede ao Nosso Senhor que ponha um fim nessa agonia.
E dá adeus a tudo isso.
A pequena flor com o seu perfume agoniza.
Domage.
Ela continua ensaiando a sua dança,
seus gestos lentos hipnotizam
espectadores imaginários.
Cego pela dor, pela saudade,
ele parte.
Para onde, ele não sabe, exatamente.
Mas agora,
isso não mais lhe importa.
Nada mais lhe importa.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

É pena
que não te mostrei o jazz do Miles Davis
que eu não cantei para ti, J. Coltrane/Hartman
que eu não te falei da beleza das sonatas de Beethoven
que eu não te falei da ópera Parsifal, de Wagner
que eu não te disse da beleza do balé "A Sagração da Primavera"
É pena
que eu não te emprestei os filmes que eu mais gosto
que eu não perguntei dos teus
que não choramos juntos em "As Pontes de Madison"
que não vimos sequer um filme juntos
É pena
que eu não falei dos livros que admiro
que eu não recitei os trechos que mais gosto para ti
que eu não te mostrei as gravuras de Escher
É pena
que não escutarei mais dos "banhos de lua"
que não escutarei mais a tua risada livre e franca
que não terei mais a tua amizade.
que era muito importante, para mim!
Os filisteus serão julgados
Diante do Senhor Nosso Deus.
E Ele perguntará sobre o que eles fizeram em vida.
E eles responderão:
"SENHOR, DESTRUÍMOS A AMIZADE MAIS BONITA QUE VIMOS!
POR PURA INVEJA,
E, POR ISSO, PEDIMOS O VOSSO PERDÃO!"
E arderão no fogo eterno.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Recordação (em andamento)

Ao menos, manda-me uma recordação tua Para que a esperança em meu coração mantenha-se viva, ou pelos menos os meus pensamentos sombrios possam ser apascentados, e recolham-se aos domínios de Morpheus, velho companheiro de desespero. Manda-me um sorriso, daqueles belos, que só tu sabes mandar, quando queres seduzir alguém. Ou melhor, manda-me um beijo, com os teus lábios de puro carmim, Para que possa enlaçar os meus sonhos com esta faixa que costurei com as minhas lágrimas e enredá-los nos fios da minha fantasia. Não aceitarei nada que possas me dar que objetive aumentar os meus bens. Mas, peço-te que jures e que digas que acreditas no meu amor, E nada mais.

Troca

Perdi o brilho dos meus olhos,
perdeu-se em ti!
Devolva-o, eu o quero!
Extraviados de desejos inconfessáveis,
Meus olhos se perderam também
quando, durante muito tempos se fixaram em ti.
As imagens registradas
pelas retinas fatigadas perturbam
a minha alma atormentado pelo teu corpo branco
estendido e receptivo à volúpia das minhas mãos.
Imagens que roubam o meu sono
e fazem-me acordar na escuridão
a dizer o teu nome!
Perdi o meu inocente coração,
Cansado, quase já nem batia por ninguém,
Mas era puro e era meu!
Ia pedi-lo de volta,
mas agora,
ele se encontra jovem e rejuvenescido
cheios de sentimentos que estavam há muito
perdidos nos escaninhos da memória.
Fique com ele,
Posso bem, carregar o vazio dentro de mim.
Em troca, peço-lhe tão somente o meu último beijo.
E depois partirei.
Escuto ao longe o apito do Trem.
Aposto numa viagem longa,
essa minha.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Restless Heart

A minha obra é de maior coragem
Maior até daquelas dos mais valorosos. Caso se dela eu fosse falar, Os outros apenas poderiam amar como dantes. Não espero que o mundo me mostre um Amor Mais digno de mim. Mas quem apaixonou-se pela beleza interior, Todos os exteriores despreza, Pois aquele que ama as cores, e a pele, Ama apenas as suas roupas mais velhas. Se, como eu, também tu conseguires Ver a Virtude vestida de mulher, E ousares amá-la, e também dizê-lo, Então fizeste obra de maior coragem Que todas as dos mais valorosos, E outra ainda maior decorre Que é mantê-la oculta. Vênus, ouviu-me suspirar este poema.

A Soft Place to Fall

No começo, parece estranho É grande, a queda. Vertigem Viajem Voragem Passagem de ida. De onde não compensa Voltar. Depois, Fica um ar de tanto faz. Tento então, Divisar, Se existe, realmente, algo Mais. Ou se é apenas a pura, Grande e doce Queda.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Crazy and Lost

Crazy and lost Menina Linda, estou meio que perdido. Fool! Tolo! Estou com um sorriso bobo Falo e dou risada sozinho Muitas vezes louco Eu sei. Eu sei. Por te amar, e por dizê-lo a ti. Em plangente poesia. Pergunto-me onde está o sábio Se depositei a minha vida completamente Em tuas mãos! Crazy! Louco! Te amo sem te conhecer! Acho que foram os teus olhos Ou a cor da tua pele, Quem sabe o teu sorriso de Menina Gentil e doce. Gravado no meu coração, No bronze forjado pelos deuses. Lost! Perdido. Me sinto assim, Não pensei que te amaria como te amo! Com tanto sentimento. Não espero que sintas O que sinto por ti Deixe-me apenas amá-la. E se tua partida for inevitável, Eu compreenderei. E continuarei te amando. Sempre.

sábado, 4 de outubro de 2008

Aurora Borealis

Na tarde côncava deste mês quente Sentado estava no sofá da sala ausente Quando apareceste, de repente Armada com um vestido vermelho, Disposta a arrancar os últimos vestígios Dos a mores pretéritos que ainda Assombravam meu coração. Arrebatou-me com teu beijo sensual Não mais de menina Mas de formosa pantera obstinada Capaz de gestos lânguidos, Instinto animal, A tomar como teu o meu coração. Tua pequena mão delicada Se apossou da minha, e Levou-a direto ao teu peito e, Sem nada dizer, Apenas sorriu aquiescente, Depositou-a sobre teu seio esquerdo, túrgido Teso, palpitante de desejo Debaixo daquele fino tecido De um vestido vermelho Como a mais bela camponesa de pele trigueira Das pradarias da terra de girassóis E alfazemas, dissipou Os fantasmas de outrora e Contruiu com esse gesto Brilhante aurora De um novo porvir. As testemunhas ficaram ofuscadas Ante a luminescência emanada Dos nossos corpos ali, suados, Nus, puros e belos, extenuados Pela tentativa apaixonada de fazer Os dois amantes fundirem-se num só. E que clamavam pelo prazer que Não tardaria a chegar, Na côncava tarde deste mês quente Naquela sala abafada e escura Onde tudo começou.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

DECLARAÇÃO DE AMOR EM CONSTRUÇÃO

Um homem indigno do amor que vivo tão sôfregamente,
com vergonha das suas misérias cotidianas,
das tentativas fracassadas de amar,
impôs a lei de que a mulher e o homem fariam uma única união.
Contrariou uma lei que é superior à sua sórdida mesquinhez: a Lei da Natureza.
Disso escaparam as outras felizes criaturas.
O sol e a lua não são proibidos por lei
De brilhar onde quiserem brilhar, ou então quiserem exibir todo o esplendor da sua luz.
Não são censuradas as criaturas que amam outras diferentes do par que lhe foi imposto por uma sociedade impermeável ao amor.
Nem são expulsos dos seus ninhos ou perdem as pensões mesmo que escolham novos amantes para si.
Quem arma belos navios
é com a intensão de singrar pelos mares
que cobrem a Terra, e não para ancorá-los ao porto,
e deixá-los lá apodrecendo de inutilidade e solidão.
As pessoas constroem belas casas
para preenchê-las com coisas e pessoas
das quais gostam e se apaixonam,
torná-las casas vivas
e não com o intuito de mantê-las fechadas,vazias,
condenadas à ruína do desuso.
A censura, que recai sobre a pesosa que volta a amar,
amor belo, puro e juvenil
condena-a à morte por solidão excessiva,
porque as coisas deixam
de ter um sentido real de vida para ela,
pois foi proibida de amar!
Tudo lhe foi retirado!
O direito a um novo amor, à felicidade, ao respeito
e à dignidade.
Contudo, eu não fiz um belo navio para deixá-lo ancorado!
O fiz para singrar os mares azuis cristalinos que o meu coração rebelde, companheiro de aventuras de Simbad,
me impõe resoluto!
Chega de casas vazias de paixão!
Sentimentos de solidão fazem parte do passado distante
e já não os diviso mais.
Perderam-se na poeira da memória!
Grito com toda força do meu ser:
VOLTEI A AMAR!
E não estou disposto a abrir mão
do amor por medo daquilo
que um punhado de pessoas mesquinhas
pode achar disso tudo!
Amo-te Menina Linda,
era isso que eu queria dizer para você.
Desde a primeira letra deste texto
que agora lês,
em algum lugar distante de onde estou.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fazes-me falta.

Coração meu, Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo! Que solidão errante até tua companhia! Agora, fazemos um só pão. Tantos foram os amores vazios que a minha vida se tingiu de violeta e fui, então de rumo em rumo, como um cego que não queria enxergar até chegar à tua porta, mas aí, sentistes o rumor de um coração quebrado! Carinhosa e bela, recolheu-me, deu-me abrigo. E por fim, ofereceu-me o teu amor. Logo a mim, que não tinha esperanças de um amor tão belo! Pergunto-me: E os que amaram como nós? Poucos amaram como nos amamos! Mas, a minha vida que te dei se enche de anos, e tenho medo de perder-te. A mim já não bastam nem sapatos nem caminhos, quero um fim abraçado junto a ti. Não sabes a falta que tu me fazes!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Gesto

Uma distância de anos nos separa rápido um gesto teu anula essa distância. Sabes dar vida a mim que ignoro e tateio num tempo que voa, quando me resta tão pouco tempo para viver este mundo de fantasias belas e sonhos de verão.

Um Traço

Felicidade é sentir-te perto de mim na noite, invisível em teu sonho, seriamente noturna, enquanto desenrolo minhas preocupações acerca de ti, tão frágil e delicada menina. Quisera eu que sentíssemos juntos o amanhã nos perfumes e nos ventos, nos campos verdes das highlands de céu azul; sentíssemos juntos o louco murmurar das ondas do mar, as loucas palavras de nosso amor sem medidas; sentíssemos juntos um novo afluir de sonhos e de esperança para nós; o deslindar de uma saída para o nosso problema urgente. Caso tenhas desistido, dissipa se o quiseres a minha vida débil que se queixa de solidão excessiva, como dissipa o apagador o traço efêmero dum quadro negro. Assim, me transformarei de repente naquilo que sempre fui para ti: um reles traço efêmero. Apagado por tuas mãos.

A Melancolia de Prometeu

Seguem atrás de mim os meus passos amargos. Foi com certa melancolia que percebi de repente a tua ausência. Fez-me falta a luz de tua energia múltipla e olhei devorando a esperança, olhei o vazio o que é sem ti uma casa, não ficam senão trágicas janelas e assim te espero, como casa só na esperança de que voltarás e ver-me e habitar-me. Caso isto não ocorra, nesta fracassada história de amor só eu morro e morrerei de amor porque te quero e me foste negada. Diante da impossibilidade de ter você a preencher com a tua felicidade as lacunas que existem na minha vida, a própria vida deixa de ter sentido.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Prometeu apaixonado.

Como fui te amar tanto assim! Não fiques longe de mim un só instante porque não sei como explicar, que para mim, sem ti, é comprido o dia. As horas se arrastam, os minutos se estendem e os segundos não avançam. Antes de encontrar-te e apaixonar-me por ti tudo era inalienavelmente alheio. tudo era dos outros: a felicidade, o amor, o respeito de alguém, até o desejo de viver não mais possuía! Para mim, tudo estava vazio, morto e mudo. Habitava solitário labirintos vazios preenchidos pela luz do luar. Você apareceu como brisa suave, com o frescor da flor da laranjeira. Preencheu com a tua felicidade e teu amor o meu coração outonal. Os nossos beijos percorrem os lugares mais lindos, as montanhas mais altas os córregos mais cristalinos,os trigais mais dourados. Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem, têm da natureza a eternidade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A Agonia de Prometeu

Durante o meu viver,
nas colisões cotidianas,
descobri a terrível marca sombria do destino.
Jovem quis,
como um barco, navegar
por águas límpidas e cristalinas
quem sabe, sairia com a mais bela pérola
do oceano das minha paixões,
mas terminei por muito tempo ancorado
em meu nada absoluto!
A dor, o medo e a solidão
tornaram-me um homem triste e mudo.
Justamente nesse tardio crepúsculo estival, que
a própria vida me surpreende
num momento em que a asa do destino ignora
e tu me apareces.
Jovem e bela guerreira
de olhos repletos de secretas volúpias.
Trazia contigo o teu romance
esperando apenas o meu assentimento
que não tardou a acontecer, e a
solidariedade da tua face inundada
de alegria me revelou
o último exemplar de uma espécie
já extinta.
Eu era poeta, tu com olhar casto,
espanzia fragrâncias ao redor
e teu sorriso, com a minha aquiescência
foi para mim a grande recompensa.
Apaixonei-me por ti e
sonhei contigo, mas
agora me é impossível tornar-me
o teu dono.
Sofro com os desastres que repousam
nas minhas mãos. Contudo,
não posso mais voltar à mudez
e à tristeza.
Recuso-me.
A minha sêde por ti é clara.
Aguardo ansioso o teu chamado.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eugenio Montale

A INSÔNIA A insônia, que é mescla de sombras e clarões, transformará as vozes em ansiedade. Mais tarde os sons irão fundir-se, raros, no negror da noite. O tempo correrá vagaroso para o alvorecer. Depois a angústia dos limbos desaparecerá num dia que se espera melhor.

Prece

Senhor, venho te pedir novamente.
Sirvo fielmente a Vós e sempre fui
teu instrumento.
Peço por ela, que Tu bem sabes quem és.
Por que tudo isso Senhor? Tu a fazes sofrer!
Ela não merece!
Ela é tão boa, amiga, nunca quis o mal de ninguém.
Tem um sorriso lindo, está sempre feliz,
Tu bem sabes que ela tem um belo filho, o Pedrinho!
Ainda criança, que precisa da mãe,
que sempre foi amorosa e
diligente.
Por que isso Senhor?
Por que a fazes sofrer?
A minha frustração é evidente!
Minha audácia também é clara!
Proponho uma troca.
Tu bem sabes qual é!
Eu estou pronto a fazê-la.

sábado, 13 de setembro de 2008

Faz-me falta

Chegaste atrasada para o nosso encontro. Mas, como sofro com a tua ausência! Eu, que me achei invencível como os deuses! Coloco-me na palma da tua mão! Estás longe de mim, em terras distantes, como isso me faz sofrer! Queria cuidar de ti, És meu bem mais precioso! Minha jóia lapidada, minha paixão temporã. Não era mais para amar. Era um homem duro e seco. Vieste como um tufão e não vivo desde então sem ti. Abri as janelas nesta madrugada de calor e desejo achava tu virias a mim. Escutei a tua voz, isso me satifez, Mas agora, quero mais. quero você ao meu lado, cálida, menina, como sempre foi. Na remota possibilidade que venhas a mim, devido aos teus vários compromissos, Eu irei até ti, e roubarei-te à vista de todos que não souberam amar-te o suficiente. Você não sabe a falta que me fazes.