O misterioso sumiço do "kit gay" de Fernando Haddad
O
“kit gay” foi uma das âncoras do crescimento da rejeição a Fernando
Haddad e a intenção de voto em Jair Bolsonaro na reta final do primeiro
turno. A partir do momento em que foi relembrada a existência de pontos
problemáticos do material do projeto “Escola Sem Homofobia”, concebido
durante a gestão de Haddad no MEC, Bolsonaro conquistou eleitores,
especialmente entre os evangélicos.
Haddad
acusou o golpe. Sua campanha recorreu ao TSE para barrar o uso do
assunto por Bolsonaro. A Corte Eleitoral determinou a retirada do ar de
vídeos em que, erroneamente, Bolsonaro associava o livro “Aparelho
sexual e cia.” ao “kit gay”. A decisão judicial acabou servindo de senha
para que o “kit gay” fosse tratado como algo que nunca existiu.
Já falei com você sobre isso há alguns dias. Lembra, quando compartilhei a reportagem "’Kit Gay’: o que é mito e o que é verdade".
O assunto é extremamente delicado. Não apenas pela eleição de domingo,
mas por tratar de como uma interferência indevida do Estado pode afetar a
autonomia dos pais de educar os filhos segundo suas convicções morais.
Por
isso a Gazeta do Povo retorna ao assunto em editorial, ao apontar o
estranho sumiço do “kit gay” de Fernando Haddad. Um movimento com o
qual, mesmo que involuntariamente, muitos veículos de comunicação
acabaram colaborando.
Segue um trecho do editorial:
"Na semana passada, o ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou que a campanha de Jair Bolsonaro retirasse do ar algumas menções ao “kit gay”, como ficou conhecido o conjunto de materiais didáticos oficialmente chamado de “Escola Sem Homofobia”, elaborado pelo governo federal quando Fernando Haddad, hoje adversário de Bolsonaro no segundo turno, era ministro da Educação do governo Lula. Bolsonaro havia – erroneamente – associado um livro específico, Aparelho sexual e cia., ao “kit gay”, o que levou ao questionamento que a Justiça Eleitoral acolheu. A blogosfera petista imediatamente divulgou a notícia como se o TSE havia declarado que o “kit gay” jamais tinha existido, alegação que ganhou eco até mesmo em outros veículos de imprensa sem alinhamento ideológico." (...)
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