quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ex-chefe de inteligência de Chávez é morto na Venezuela
Homenagens que vão durar três dias tiveram início nesta terça, quando ministro do Interior e Justiça anunciou que um dos responsáveis pelo crime foi detido
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O ex-chefe de inteligência de Hugo Chávez e atual presidente da Câmara Municipal de Caracas, Eliézer Otaiza, foi assassinado no fim de semana com quatro tiros na cabeça e no pescoço. Ao confirmar a morte, nesta segunda-feira, o presidente Nicolás Maduro ordenou uma investigação sobre o caso. Nesta terça, o ministro do Interior e da Justiça, Miguel Rodríguez Torres, afirmou que um dos envolvidos no crime foi detido, o que levou à identificação dos outros responsáveis. Torres não revelou a identidade de nenhum dos suspeitos.
Otaiza foi visto pela última vez em uma reunião de amigos no município de Baruta, no sudeste de Caracas. Seu corpo foi encontrado no município de El Hatillo, seminu, com sinais de tortura e com o rosto desfigurado. Na segunda-feira, o veículo em que ele estava foi localizado com um tiro na carroceria. As homenagens a Otaiza devem durar três dias, período em que seu corpo ficará exposto na sede da Assembleia Nacional.
A notícia sobre a morte do político chavista tirou o foco da crise política nos últimos meses na Venezuela. Ao lamentar a perda de Otaiza, Maduro disse que ele havia sido promovido recentemente a major do Exército. “Era um homem que tinha mil vidas. Descanse em paz, espero que possa se encontrar na vida eterna com o comandante infinito”, declarou o afilhado político de Chávez, em declaração reproduzida pelo jornal espanhol El País, em uma referência ao coronel, morto em 2013.
A morte do político desatou uma série de especulações sobre as disputas internas do chavismo. Declarações da ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Valera, contribuíram para isso. Primeiro, ela postou em uma rede social que o crime “cheira a conspiração”, para em seguida, acrescentar: “Eliézer, camarada. Sua morte será vingada”, destacou o El País.
Otaiza nasceu em Valencia, no dia 7 de janeiro de 1965, e participou da segunda tentativa fracassada de golpe contra o presidente Carlos Andrés Pérez, em novembro de 1992, quando Chávez já estava preso por ter comandado outra tentativa de golpe, nove meses antes. Na ocasião, Otaiza foi ferido com gravidade no estômago e na perna, mas sobreviveu.
Ele foi membro da Assembleia Constituinte que redigiu a Carta Magna de 1999 - entre outras coisas, o texto acabou com o sistema legislativo bicameral. Durante sua gestão à frente da polícia política, entre janeiro de 2000 e meados de 2001. Após a descoberta de que Vladimiro Montesinos, ex-assessor do ditador peruano Alberto Fujimori, permaneceu foragido da Justiça de seu país em Caracas, Otaiza deixou o cargo.

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