Ex-chefe de inteligência de Chávez é morto na Venezuela
Homenagens que vão durar
três dias tiveram início nesta terça, quando ministro do Interior e
Justiça anunciou que um dos responsáveis pelo crime foi detido
VEJA
O ex-chefe de inteligência de Hugo Chávez
e atual presidente da Câmara Municipal de Caracas, Eliézer Otaiza, foi
assassinado no fim de semana com quatro tiros na cabeça e no pescoço. Ao
confirmar a morte, nesta segunda-feira, o presidente Nicolás Maduro ordenou
uma investigação sobre o caso. Nesta terça, o ministro do Interior e da
Justiça, Miguel Rodríguez Torres, afirmou que um dos envolvidos no
crime foi detido, o que levou à identificação dos outros responsáveis.
Torres não revelou a identidade de nenhum dos suspeitos.
Otaiza foi visto pela última vez em uma reunião de amigos no
município de Baruta, no sudeste de Caracas. Seu corpo foi encontrado no
município de El Hatillo, seminu, com sinais de tortura e com o rosto
desfigurado. Na segunda-feira, o veículo em que ele estava foi
localizado com um tiro na carroceria. As homenagens a Otaiza devem durar
três dias, período em que seu corpo ficará exposto na sede da
Assembleia Nacional.
A notícia sobre a morte do político chavista tirou o foco da crise política nos
últimos meses na Venezuela. Ao lamentar a perda de Otaiza, Maduro disse
que ele havia sido promovido recentemente a major do Exército. “Era um
homem que tinha mil vidas. Descanse em paz, espero que possa se
encontrar na vida eterna com o comandante infinito”, declarou o afilhado
político de Chávez, em declaração reproduzida pelo jornal espanhol El País, em uma referência ao coronel, morto em 2013.
A morte do político desatou uma série de especulações sobre as
disputas internas do chavismo. Declarações da ministra de Assuntos
Penitenciários, Iris Valera, contribuíram para isso. Primeiro, ela
postou em uma rede social que o crime “cheira a conspiração”, para em
seguida, acrescentar: “Eliézer, camarada. Sua morte será vingada”,
destacou o El País.
Otaiza nasceu em Valencia, no dia 7 de janeiro de 1965, e
participou da segunda tentativa fracassada de golpe contra o presidente
Carlos Andrés Pérez, em novembro de 1992, quando Chávez já estava preso
por ter comandado outra tentativa de golpe, nove meses antes. Na
ocasião, Otaiza foi ferido com gravidade no estômago e na perna, mas
sobreviveu.
Ele foi membro da Assembleia Constituinte que redigiu a Carta Magna
de 1999 - entre outras coisas, o texto acabou com o sistema legislativo
bicameral. Durante sua gestão à frente da polícia política, entre
janeiro de 2000 e meados de 2001. Após a descoberta de que Vladimiro
Montesinos, ex-assessor do ditador peruano Alberto Fujimori, permaneceu
foragido da Justiça de seu país em Caracas, Otaiza deixou o cargo.
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