Ministro do Supremo Tribunal Federal rebate declarações do petista. "Felizmente, o mensalão deu errado", diz Mendes
Laryssa Borges - VEJA
Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal
(Fellipe Sampaio/SCO/STF )
“Nós estamos numa fase eleitoral, e as pessoas precisam encontrar algum discurso para justificar aquilo que é de difícil justificação”, disse Mendes. As críticas do ministro somam-se às manifestações do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que nesta segunda-feira afirmou que Lula tem “dificuldade" em lidar com a atuação de um Judiciário independente, e a condenações de partidos de oposição.
Para Mendes, “felizmente” o esquema do mensalão foi desmantelado, e os culpados, responsabilizados. “Talvez o que a gente tenha que perguntar é ‘o que seria do Brasil se o mensalão tivesse dado certo?' Talvez nós já estivéssemos para lá da Venezuela”, afirmou o ministro. “Felizmente, o mensalão deu errado e felizmente nós logramos punir o mensalão. Acho que isso é um bom resultado, que fortalece a democracia brasileira. Já se disse que nem Deus pode mudar o passado, mas parece que o ex-presidente acredita que pode fazê-lo”, criticou o ministro.
No julgamento do mensalão, foram condenados os principais expoentes da cúpula do PT, entre os quais o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente da sigla José Genoino, além do ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha e do ex-tesoureiro Delúbio Soares. Também acabaram atrás das grades banqueiros, como a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello, e empresários, como Marcos Valério, o operador do esquema criminoso.
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