João Bosco Rabello - OESP
Em política, como na economia, o êxito é vinculado à capacidade de criar expectativas positivas. Nesse momento, a presidente Dilma Rousseff caminha na contramão, sem gerar expectativa de poder no campo político, ao tempo em que consolida a relação de desconfiança construída junto ao mercado, no campo econômico.
A queda gradual e segura nas pesquisas corrói seu patrimônio político
às vésperas da eleição em que tenta o segundo mandato e abre fissuras
na sua base de sustentação congressual, já com efeitos dissidentes na
aliança nacional.
As pesquisas refletem o efeito-dominó do processo: com a economia estagnada, principalmente pela falta de investimentos privados, e a inflação afetando o cotidiano do cidadão, os índices de aprovação caem e o apoio político desaparece.
A formalização do movimento pela volta do ex-presidente Lula por um partido aliado, o PR, reflete menos a crença nessa possibilidade e mais a decisão de não seguir com a candidatura que perde força. É, portanto, mais um movimento de “Sai, Dilma”, do que de “Volta, Lula”.
O PR não tem certeza se Lula aceita disputar o mandato em 2014. A perspectiva de um governo difícil em 2015, capaz de apagar a imagem de êxito dos mandatos anteriores, põe em dúvida a eficácia da provocação ao ex-presidente.
Mas não é o que mais importa. Rejeitada a candidatura de Dilma e não obtendo resposta para a proposta de retorno de Lula, o partido está livre para aderir a quem quiser. O gesto do líder do PR, Bernardo Santana (MG), tem esse efeito objetivo de liberar o partido do compromisso com Dilma.
O aceno a Lula mantém o PR como aliado, dispensando-o de abrir mão dos cargos que ocupa na estrutura de governo. Afinal, contesta a competitividade da candidatura oficial, mas não seu mérito. E pede a troca em nome dessa competitividade.
O partido, assim, cria o divisor de águas na campanha da reeleição de Dilma, descartando-a como candidata com chance real de vitória. Política sem voto é exercício de ficção, proibitivo em tempo de campanha.
Com Lula, ou sem Lula, o PR tira do bastidor para o plano formal um movimento que se manifesta primeiro pela retirada de apoio a Dilma, apesar da leitura de chantagem pela obtenção de mais cargos persistir.
A essa altura, cargos têm valor reduzido, especialmente se a perspectiva de vitória eleitoral diminui e, com ela, a de continuidade também. Os partidos valem mais agora pelo tempo de TV, moeda de troca real nesse fim de mandato melancólico do governo Dilma.
A contestação contínua à candidatura de Dilma deixa de ter na divisão interna do PT, insatisfeito com a convivência com a presidente, seu impulso maior, para dar lugar ao pragmatismo político.
A renovação de mandatos, a preservação e a conquista de poderes regionais orientam o comportamento dos políticos nessa etapa em que são tomados por um sentido de urgência e de realidade refratários a cenários incertos.
A tendência de rejeição da base aliada à reeleição de Dilma crescerá na proporção de sua queda nas pesquisas. Se confirmado um gráfico de declínio, a debandada será inevitável e pode tanto dar lugar à candidatura de Lula quanto à distribuição dos dissidentes entre os dois candidatos de oposição, Aécio Neves e Eduardo Campos, conforme as circunstâncias da política regional.
As pesquisas refletem o efeito-dominó do processo: com a economia estagnada, principalmente pela falta de investimentos privados, e a inflação afetando o cotidiano do cidadão, os índices de aprovação caem e o apoio político desaparece.
A formalização do movimento pela volta do ex-presidente Lula por um partido aliado, o PR, reflete menos a crença nessa possibilidade e mais a decisão de não seguir com a candidatura que perde força. É, portanto, mais um movimento de “Sai, Dilma”, do que de “Volta, Lula”.
O PR não tem certeza se Lula aceita disputar o mandato em 2014. A perspectiva de um governo difícil em 2015, capaz de apagar a imagem de êxito dos mandatos anteriores, põe em dúvida a eficácia da provocação ao ex-presidente.
Mas não é o que mais importa. Rejeitada a candidatura de Dilma e não obtendo resposta para a proposta de retorno de Lula, o partido está livre para aderir a quem quiser. O gesto do líder do PR, Bernardo Santana (MG), tem esse efeito objetivo de liberar o partido do compromisso com Dilma.
O aceno a Lula mantém o PR como aliado, dispensando-o de abrir mão dos cargos que ocupa na estrutura de governo. Afinal, contesta a competitividade da candidatura oficial, mas não seu mérito. E pede a troca em nome dessa competitividade.
O partido, assim, cria o divisor de águas na campanha da reeleição de Dilma, descartando-a como candidata com chance real de vitória. Política sem voto é exercício de ficção, proibitivo em tempo de campanha.
Com Lula, ou sem Lula, o PR tira do bastidor para o plano formal um movimento que se manifesta primeiro pela retirada de apoio a Dilma, apesar da leitura de chantagem pela obtenção de mais cargos persistir.
A essa altura, cargos têm valor reduzido, especialmente se a perspectiva de vitória eleitoral diminui e, com ela, a de continuidade também. Os partidos valem mais agora pelo tempo de TV, moeda de troca real nesse fim de mandato melancólico do governo Dilma.
A contestação contínua à candidatura de Dilma deixa de ter na divisão interna do PT, insatisfeito com a convivência com a presidente, seu impulso maior, para dar lugar ao pragmatismo político.
A renovação de mandatos, a preservação e a conquista de poderes regionais orientam o comportamento dos políticos nessa etapa em que são tomados por um sentido de urgência e de realidade refratários a cenários incertos.
A tendência de rejeição da base aliada à reeleição de Dilma crescerá na proporção de sua queda nas pesquisas. Se confirmado um gráfico de declínio, a debandada será inevitável e pode tanto dar lugar à candidatura de Lula quanto à distribuição dos dissidentes entre os dois candidatos de oposição, Aécio Neves e Eduardo Campos, conforme as circunstâncias da política regional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário