VEJA
O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, afirmou em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura, que vai cobrar nesta terça-feira na Justiça explicações do deputado petista André Vargas sobre seu envolvimento com a indicação de nomes para o laboratório Labogen, empresa de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef e investigada pela Polícia Federal.
O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, afirmou em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura, que vai cobrar nesta terça-feira na Justiça explicações do deputado petista André Vargas sobre seu envolvimento com a indicação de nomes para o laboratório Labogen, empresa de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef e investigada pela Polícia Federal.
Conforme
revelou VEJA, a PF interceptou conversas telefônicas em que o deputado
André Vargas conversava com Youssef sobre a contratação de um executivo
para o Labogen. Segundo relatório produzido pelos policiais, Vargas, que
fazia lobby para o laboratório no Ministério da Saúde na tentativa de
obter um contrato de 150 milhões de reais, avisa que o escolhido
encontraria Youssef dias depois e ressalta que “foi Padilha que
indicou”. Pelo número de telefone, os investigadores o identificaram
como Marcus Cezar Ferreira de Moura. “O executivo indicado por Alexandre
Padilha”, como o relatório da PF se refere a Marcus, trabalhou como
assessor parlamentar de um fundo de pensão controlado pelo PT.
Padilha
declarou que nunca desconfiou que Vargas fizesse lobby para o Labogen e
disse ser o principal interessado na apuração do caso – ele pediu à PF
para ter acesso ao relatório completo. Segundo o ex-ministro, seu
advogado chega a Brasília nesta terça-feira para interpelar
judicialmente André Vargas pelas citações sobre a indicação de Marcus
Cezar. “Meu nome não está em nenhuma citação. Ele apareceu em diálogo de
terceiros. Não há atitude suspeita ou indiciamento pela PF”, afirmou o
pré-candidato, que disse dormir tranquilo mesmo com a possibilidade de
Vargas revelar novos detalhes do caso. “Não podia desconfiar de Vargas,
ele era vice-presidente da Câmara, eleito também pela oposição. Se
alguém tinha de desconfiar, eram os deputados.”
Reportagem
de VEJA mostrou que, de acordo com a investigação da Polícia Federal, o
Labogen é um laboratório-fantasma sem capacidade técnica para ter um
contrato de 150 milhões de reais – um acordo de 31 milhões em que o
Labogen figura como parceiro do gigante farmacêutico EMS no fornecimento
de uma matéria-prima do Viagra chegou a ser aprovado. Após a
publicação, o repasse do pagamento foi suspenso. “Se o laboratório fosse
de fachada, teria sido retirado pelos vários filtros de análise do
ministério por não ter capacidade de entregar a matéria-prima”, alegou o
ex-ministro no programa da TV Cultura.
Padilha
declarou ainda que era impossível que o Ministério da Saúde tivesse um
contrato com o Labogen. Segundo o ex-ministro, “nunca teve e nunca
existiria um contrato com laboratório privado na minha gestão”. Padilha
reafirmou que era uma parceria que integrava um dos programas da pasta.
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