Reinaldo Azevedo -VEJA
O
Estado de Minas está vivo! Que bom! No dia 21 de abril, o governador
Fernando Pimentel (PT), afrontando o bom senso, a lógica e a história,
entregou a Grande Medalha da Inconfidência a João Pedro Stedile, o
chefão do MST, um movimento que já não se preocupa mais nem em esconder
os crimes que pratica porque sabe que encontrará interlocução nos
gabinetes da República — entre eles, o da Presidência. Integrantes da
Assembleia Legislativa e representantes do agronegócio, da indústria e
do comércio de Minas reagiram à afronta. Parlamentares de oposição
protocolaram um projeto de resolução que susta os efeitos do ato que
condecorou um homem que nutre notório desprezo pela democracia.
“A
rigor, até, se ele, o sr. João Pedro Stédile, possuir alguma notoriedade
em seu saber, ela o é criminal”, afirma o líder do Bloco Verdade e
Coerência, Gustavo Corrêa (DEM), segundo informa o Estadão.
Pimentel
concedeu ainda o Grande Colar da Inconfidência ao presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, o que também foi alvo de
críticas. Segundo Corrêa, isso “demonstrou, claramente, o alinhamento do
governo do Estado com os interesses do Partido dos Trabalhadores”. O
que eu acho? Ora, penso que o deputado está certo nos dois casos.
Critiquei aqui as condecorações num post do dia 22.
A
reação à absurda homenagem feita por Pimentel a Stedile não se limitou à
Assembleia. Nesta quinta, os principais jornais do Estado publicaram
uma nota de repúdio em nome de seis federações, a saber: da Agricultura e
Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), das
Associações Comerciais e Empresariais do Estado (Federaminas), das
Empresas de Transportes de Carga (Fetcemg), das Indústrias (Fiemg) e das
Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-MG). Assinam ainda o texto a
Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte; a Associação
Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas); o Centro Industrial e
Empresarial (Ciemg) e o Sindicato e Organização das Cooperativas
(Ocemg).
Diz a nota:
As entidades empresariais de Minas Gerais manifestam sua mais enfática estranheza diante da decisão do governo do estado de outorgar Comenda a quem comanda ações reprováveis de movimentos à margem da lei, particularmente o MST, cujos objetivos, acintosamente, violam os mais elementares princípios democráticos.
As entidades empresariais de Minas Gerais manifestam sua mais enfática estranheza diante da decisão do governo do estado de outorgar Comenda a quem comanda ações reprováveis de movimentos à margem da lei, particularmente o MST, cujos objetivos, acintosamente, violam os mais elementares princípios democráticos.
Ao
renovar o inarredável compromisso com a lei e a ordem, as entidades
abaixo assinadas reiteram a disposição de repelir iniciativas dessa
natureza e reafirmam a necessidade de respeito à cultura e ao caráter
dos homens e mulheres de Minas Gerais.
Reiteram,
igualmente, a confiança de que o ideário dos Inconfidentes de
justiça, paz e desenvolvimento – prevalecerá sobre o autoritarismo, a
violência e a ilegalidade, inspirando as decisões das autoridades
constituídas no sentido de construir um país justo e democrático.
Retomo
É evidente que a medalha concedida a Stedile tem de ser cassada. Minas não pode condecorar um homem que, abertamente, não reconhece os fundamentos do Estado de Direito, sobre os quais se sustenta o próprio ente que o condecorou.
É evidente que a medalha concedida a Stedile tem de ser cassada. Minas não pode condecorar um homem que, abertamente, não reconhece os fundamentos do Estado de Direito, sobre os quais se sustenta o próprio ente que o condecorou.
Não
se trata de ser contra a reforma agrária ou a favor dela — as posições
podem se dividir, e todas elas são legítimas. Trata-se de ser contra a
prática contumaz e organizada de crimes em nome de tal causa. Ninguém
tem licença especial para tanto, até onde se sabe. E muito menos deve
ser condecorado por isso.
Ao
homenagear Stedile, o governador Fernando Pimentel dá um tapa na cara
dos brasileiros — e dos mineiros em particular — que lutam para ganhar a
vida honestamente, respeitando as leis do país, democraticamente
pactuadas. Pior do que isso, ele também consagra um método de resolução
de divergências: a violência.
A
reação dos mineiros ao insulto de Pimentel é mais um sinal de que algo
de novo está em curso no país. Os petistas, felizmente, ainda não
perceberam.
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