sexta-feira, 24 de abril de 2015

Produção de roupas tem maior redução em 40 anos
MARIA CRISTINA FRIAS - FSP
A produção de roupas no país recuou 19,7% no primeiro trimestre deste ano, segundo o Sindivestuário (sindicato que representa as indústrias paulistas).
No Estado de São Paulo, a retração foi ainda maior no período e chegou a 24,1%.
Esse foi o pior desempenho dos últimos quarenta anos e superou até a queda registrada durante a crise de 2008, de 6% a 7%.
Mesmo com a alta do dólar, as importações são responsáveis pelo cenário negativo, segundo Ronald Masijah, presidente da entidade e sócio da fabricante paulistana de lingeries Darling.
"Continua sendo muito lucrativo para as empresas importarem, porque a margem é muito grande. Isso só mudaria se a cotação do dólar chegasse a R$ 3,60, o que é improvável."
Enquanto no Brasil os impostos equivalem a 42% do preço do produto, na China, essa parcela é de 13%, segundo a entidade, que negocia incentivos fiscais no Estado.
A projeção é que o ano encerre com baixa de 10% na produção. O setor apresentou quedas médias anuais de 5% nos últimos cinco anos até 2014, quando registrou retração de cerca de 7%.
A Darling iniciou em 2014 um programa de controle de desperdício de tecidos e modernizou equipamentos para diminuir custos e tempo gasto com a produção.
"Conseguimos manter nossa receita estável em relação ao ano anterior", diz Masijah.
A companhia não demitiu porque cerca 40% dos funcionários estão na empresa há mais de 40 anos, em processo de aposentadoria, de acordo com o executivo.

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