quinta-feira, 23 de abril de 2015

Os vândalos de Bebel, a “mulher 100 votos”, atacam a Secretaria de Educação
Reinaldo Azevedo - VEJA
Vândalos disfarçados de professores tentaram invadir nesta quinta-feira a sede da Secretaria Estadual de Educação, em São Paulo. Mascarados, lançaram uma barra de ferro contra a porta do edifício. Os vidros foram quebrados. Os policiais tiveram de recorrer ao gás lacrimogêneo e ao gás pimenta para que os supostos docentes se lembrassem de que existem leis no país. A manifestação aconteceu depois de uma reunião infrutífera entre a direção da Apeoesp, o sindicato da rede oficial de ensino, e o secretário de Educação, Herman Woorvald.
Um grupo minoritário de professores está em greve há 39 dias, sob o comando da inefável Bebel Noronha, a petista que preside o sindicato. A turma reivindica, atenção!, nada menos de 75% de reajuste, de uma vez, numa única paulada. Pretexto: igualar os ganhos a outras carreiras de nível universitário.
Atenção! Como informa a Folha, de junho de 2012 a fevereiro deste ano, o salário médio dos professores das escolas estaduais subiu 28%. Nesse período, a inflação foi de 16%, segundo o indicador IPC-Fipe, em São Paulo, e de 19,5%, segundo o IPCA. Considerando o início do mandato anterior do tucano (2011) até fevereiro de 2015, o reajuste salarial foi de 45%, segundo dados tabulados pelo próprio governo, ante uma inflação de 25% (IPC). Logo no início do mandato anterior, Alckmin aprovou lei que estabeleceu política de aumentos até 2014.
Vamos lá, meus caros! Todos podemos achar, e certamente achamos, que os professores merecem ganhar mais. Mas há uma medida nas coisas. Imaginar que o Estado pode arcar com um reajuste de 75% a título de equiparação, partir para a greve e desta para atos violentos, eis um conjunto de práticas inaceitáveis.
Que exemplo dá a Apeoesp a seus alunos! Bem, dizer o quê? Essa mesma entidade, comandada pelos mesmos sectários, já queimou livros em praça pública em manifestações grevistas e para protestar contra a criação de um currículo unificado. Cabe a pergunta: que tipo de gente e de liderança comanda a queima de livros? O exemplo notório de que a humanidade tem lembrança são os nazistas, na Alemanha, não é isso? Vale, nesse caso, a máxima do poeta alemão Heine: “Onde se queimam livros ainda se queimarão pessoas”.
Depois do ataque à secretaria, 350 militantes da Apeoesp saíram em passeata. Para quê? Certamente não para ganhar o apoio da população, que é quem acaba, de várias maneiras, pagando o pato por sua irresponsabilidade.
Espero que o governo Alckmin realmente não negocie com a Apeoesp enquanto a greve não chegar ao fim. O estado democrático e de direito não pode condescender com esses métodos. E a maioria silenciosa dos professores, que não endossam a violência e a porra-louquice, tem de começar a mostrar a cara.
Olho aqui o currículo de Bebel, prestem atenção:
1991/1992 – Coordenadora da Subsede da APEOESP em Piracicaba
1993/96 – Secretária de Organização do Interior da APEOESP
1996/99 – Vice-Presidenta da APEOESP
1997/99 – Secretária Geral da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
1999/02 – Presidenta da APEOESP
2002 – Secretária de Finanças da APEOESP
2006-2009  Membro do Conselho Nacional de Educação (CNE)
A partir de 2010 – Presidente da Apeoesp
Como se nota, ela é uma profissional da causa. Está longe da sala de aula há muito tempo. Perdeu contato com os alunos. Talvez por isso tenha patrocinado uma propaganda na TV pedindo que os pais não levassem seus filhos à escola.
Ah, sim: Bebel já teve a chance de se submeter ao escrutínio popular. Foi candidata a vereadora da cidade de Águas de São Pedro, o segundo menor município do país, com cerca de 3 mil habitantes. Obteve 100 votos.
Impedir as crianças de ter aula é mais fácil do que se eleger vereadora em Águas de São Pedro, né, Bebel?

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