Sarah Belouezzane - Le Monde
Universidade de Tsinghua/AP
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg
Houve quem dissesse que ele já era, que estava ultrapassado e seria
substituído no uso diário pelo Twitter, pelo Instagram ou pelo Tumblr.
No entanto, onze anos depois de ser criado no campus de Harvard por Mark
Zuckerberg, então um jovem estudante de informática, o Facebook
continua aqui e se destaca como a grande mídia planetária deste início
de século.
A rede social se tornou o novo ogro da internet, devorando através de suas inovações tecnológicas, suas aquisições e seus lançamentos de produtos todos os usos pessoais dos internautas: compartilhamento de fotos, publicações de posts de blogs, compartilhamento de artigos de imprensa, vídeos, buscas online... Um caminho que se assemelha cada vez mais ao de outros gigantes da internet, como a Amazon, o Yahoo e sobretudo o Google, que se tornou seu principal adversário.
A rede social se tornou o novo ogro da internet, devorando através de suas inovações tecnológicas, suas aquisições e seus lançamentos de produtos todos os usos pessoais dos internautas: compartilhamento de fotos, publicações de posts de blogs, compartilhamento de artigos de imprensa, vídeos, buscas online... Um caminho que se assemelha cada vez mais ao de outros gigantes da internet, como a Amazon, o Yahoo e sobretudo o Google, que se tornou seu principal adversário.
Guerra em todas as frentes
Os resultados financeiros publicados pela rede social na quarta-feira (29) são prova dessa trajetória espetacular. No segundo trimestre de 2015, o grupo de Menlo Park viu seu faturamento crescer 39% em relação ao mesmo período em 2014, chegando a US$ 4 bilhões (quase R$ 14 bilhões). Em compensação, seu lucro líquido caiu 9%, para US$ 750 milhões, mesmo assim superando todas as previsões.Os mercados derrubaram em 5% o valor de suas ações nas transações pós-fechamento da Bolsa, e a culpa seria dos gastos muito elevados com pesquisas e desenvolvimento, que prejudicam os lucros. "Paciência, é preciso tempo para realizar grandes coisas", respondeu Mark Zuckerberg, que não esconde suas ambições desde que ele recusou a oferta de compra da Microsoft, por US$ 15 bilhões, em 2007, e que admite gastar dezenas de milhões de dólares para levar a cabo seus projetos. Foi assim que ele afastou os temores dos analistas sobre sua capacidade de monetizar a audiência da rede social por celular, uma vez que esta passou de 0% da receita em 2012 para os 75% de hoje.
A grande força do Facebook certamente é essa comunidade de usuários que, segundo os números publicados na quarta-feira, atingiu o recorde de 1,49 bilhão. "É através desse ativo que o Facebook ataca seus concorrentes, em todas as frentes. E ele não hesita em gastar o que quer que seja para conseguir isso", constata Eleni Marouli, da consultoria IHS. A ideia é monetizar o máximo possível o tempo que os internautas passam na rede social, e captar a maior parte possível do mercado na publicidade online, capitalizando sua capacidade de direcionar os anúncios.
O Facebook tem conduzido essa guerra em todas as frentes, como por exemplo no campo da pesquisa, principal área de atuação do Google. Isso porque a rede social de Zuckerberg não só lançou uma opção de busca que procura encontrar acontecimentos dentro dos limites de sua memória, como também está testando, nos Estados Unidos, uma opção que permite que os usuários postem links a partir de uma busca feita diretamente no site, graças a uma tecnologia desenvolvida na casa.
Mas é principalmente na frente dos vídeos que a maior rede social do mundo representa um perigo, tanto para o Google, que detém o YouTube, como para a Amazon e as redes de televisão. Em 2014, o Facebook introduziu a possibilidade de subir vídeos diretamente na timeline, uma opção que se tornou possível graças a um leitor criado pela própria empresa. Ou seja, não são mais necessários links que direcionem para o YouTube, o Dailymotion ou ainda as redes de TV. O usuário não precisa mais sair do Facebook, uma vez que os vídeos são reproduzidos automaticamente quando se passa por cima deles.
Isso é ótimo para os anunciantes, cujas propagandas acabam sendo vistas por tabela, ao contrário do YouTube, onde é preciso lançar um conteúdo, mas também para produtores de conteúdo como o Comedy Central ou mesmo a HBO, com quem Zuckerberg assinou um acordo para a transmissão de um antigo programa diretamente na timeline. O site chegou a prever a divisão da receita com produtores para estimular a criação, assim como o YouTube. "Eles estão investido de maneira agressiva nos conteúdos e nos vídeos, e compraram em 2014 o LiveRail, uma plataforma de monetização automatizada de anúncios em vídeos extremamente eficaz", observa Marouli.
Mas o Facebook não parou por aí. Ele lançou o Messenger, um aplicativo de mensagens, integrou o conteúdo de grandes mídias diretamente dentro dele e também está contando com o sucesso de suas caras aquisições como o Whatsapp, o maior serviço de mensagens do mundo, e o Instagram, o célebre site de compartilhamento de fotos.
Desde o início de 2015 ele vem testando o botão "buy", que permite comprar um produto exibido no Facebook, e está trabalhando no desenvolvimento de meios de pagamento. Mas os analistas acreditam que a ideia não é o Facebook se tornar um e-comércio, e sim mostrar a eficiência de sua publicidade e fechar cada vez mais seus membros dentro de seu universo. Um apetite de ogro.Facebook estreia nova sede no Vale do Silício
No Instagram, usuários que tiveram acesso à nova sede do Facebook em Menlo Park, no Vale do Silício, exibem detalhes do projeto de Ghry Partners batizado de "MPK20" (Menlo Park Building 20). Com criatividade, o novo edifício de 430 mil metros chama a atenção por mesclar arte e natureza em um espaço para lá de inspirador Reprodução/Instagram
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