segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Este texto foi escrito baseado numa composição de Rachmaninoff chamado Vocalise. Em meio ao caos e desespero, ainda lambendo as minhas feridas e, temendo que se transformem em mais cicatrizes; ainda não consigo suportar a idéia. Mais parece uma morte lenta e dolorosa, a tua ausência. Tu, que tens o mais belo sorriso, a risada mais encantadora, olhos negros castos, longos negros cabelos (batiam na cintura, até!), com um corpo branco e magro de bailarina abandona-me e, me enlouqueces: não sei se tu és a figura diáfana, que ao tentar tocá-la, o vento foi mais rápido e a desfez. Ou então, realmente, não passei de um traço, rabiscado por alguém num momento de insensatez, traço que agora desaparece ante um breve movimento das tuas belas mãos. Sempre tuas belas mãos. Paulo Mello

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