sábado, 6 de novembro de 2010

A MONTAGEM DO ESTADO TOTALITÁRIO.

Em 09/5/1991, no jornal O Estado de São Paulo, o jornalista Paulo Francis comentava: "Os efeito (da censura) sobre a educação universitária americana têm sido tétricos." Ele reclava do abandono ou censura que alguns autores estavam sofrendo naquele país. Até em universidades como a de Stanford. Há uma espécie de Index, relacionando livros "politicamente incorretos": a lista dos "dead white males", machos, brancos e mortos. Costam Homero, Virgílio, Dante, Shakespeare, Volteaire, Molière, Racine, Melville, Mark Twain... Herman Melville, teve o seu romance censurado por feministas e ecologistas, "Moby Dick": no baleeiro Pequod, do capitão Ahab, não há mulheres, só homens! As feministas queriam o quê? Uma mulher no comando do navio? Arpoadora? Zagueira, no time masculino do Timão? Os ecologistas protestam contram o livro: o romance narra uma caça à baleia (Moby Dick). Até que seria engraçado um baleeiro que não caça baleias... Mark Twain escreveu o livro Hckleberry Finn. Foi taxado de racista. Huck foge com um amigo, escrevo, negro, chamado Jim. Várias vezes ele chama Jim de negro (não havia nenhum sentido pejorativo nisso). Mas foi o suficiente. Hoje, o Conselho Nacional de Educação resolveu "censurar" a obra de Monteiro Lobato. Isso acontece, graças à um "cerumano", que faz mestrado em Brasilia e viu nas venturas do Sítio do Picapau Amarelo, tons racistas, (a boneca Emília chama a Tia Nastácia de negra beiçuda, fala em pretura, etc). E o Pedrinho é um caçador (que crime!). Enquanto isso, o Brasil apresenta um nível de qualidade na educação que o remete ao quarto mundo, sem escalas.

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