sábado, 7 de julho de 2012

NÃO SEJA ROUBADO NAS COMPRAS COM CARTÃO DE CRÉDITO

Vendas com cartão não podem ter preço superior
O Estado de S.Paulo
Estamos constatando, há algum tempo, que o governo se tem perdido na condução da política econômica, esquecendo-se dos seus objetivos. Isso se comprova mais uma vez na intenção de rever a política das compras com cartão de crédito.
Até então, a posição firme era de proibir as lojas de cobrar preço superior nas compras com cartão. Agora, três organismos oficiais - o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) e o Banco Central - estão estudando uma reforma das normas para os Procons do Brasil para permitir taxar as vendas pagas por meio de cartões.
O primeiro efeito dessa medida seria de reduzir as vendas no varejo que já há alguns anos são feitas com os cartões de crédito.
As lojas não têm obrigação de aceitar pagamento com cartão de crédito, se aceitam essa modalidade de pagamento é porque se trata de um meio de atrair clientes e vender mais.
Isso explica por que aceitam pagar uma remuneração ao administrador do cartão que, por sua vez, assume o risco da inadimplência e de receber o valor da venda alguns dias depois da sua efetivação.
Além disso, não devemos ter ilusões, as lojas incluem esses custos no preço à vista, como mostra a dificuldade para se obter um desconto quando o comprador está propondo pagamento imediato em dinheiro.
Mais estranho ainda é o fato de que muitas lojas oferecem a seus clientes distribuir o pagamento no cartão em três ou seis vezes sem cobrar nenhum juro, o que faz pensar que os lojistas, com a garantia de que o administrador do cartão pagará a conta, estão interessados em vender em prazo maior sem ter perdas.
O uso do cartão de crédito foi uma boa invenção para os compradores que, deste modo, não precisam portar dinheiro vivo, evitando roubos e a expansão da base monetária. Os bancos se associaram a essa inovação, mesmo precisando enfrentar despesas em caso de clonagem do cartão ou de inadimplência, que, aliás, é compensada pelos juros astronômicos que cobram para financiar os pagamentos em caso de atraso dos titulares dos cartões de crédito.
É difícil negar que o cartão de crédito favoreceu as vendas varejistas e a vida dos compradores. Podemos entender que as autoridades monetárias estejam preocupadas com um excesso de uso dos cartões, que favorece a inadimplência e o endividamento. Caberia apenas aos bancos se mostrarem mais exigentes na distribuição dos cartões.

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