quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Em 50 anos, parcela de imigrantes na população dos EUA quadruplicou
Julia Preston - NYT
Jenna Schoenefeld/The New York Times
Lorenzo Pena, 14 meses, Judith Pena, 3 anos, Paulo Pena, 3 anos, Ginaluca Marzano, 14 meses, e Astrid Marzano, da esquerda para a direita, brincam no Woodbine Park, em Los Angeles (EUA)Lorenzo Pena, 14 meses, Judith Pena, 3 anos, Paulo Pena, 3 anos, Ginaluca Marzano, 14 meses, e Astrid Marzano, da esquerda para a direita, brincam no Woodbine Park, em Los Angeles (EUA)
Nos 50 anos desde que o Congresso reconfigurou a lei de imigração de forma a abrir o país aos recém-chegados de todo o mundo, 59 milhões de pessoas nascidas no exterior vieram para os Estados Unidos, mais do que quadruplicando o número de imigrantes que estavam no país em 1965 e elevando esta parcela da população para perto do pico observado no outro grande afluxo de um século atrás, de acordo com um estudo publicado na segunda-feira (28) pelo Pew Research Center.
Desde a aprovação da Lei de Imigração e Nacionalidade em 1965, a imigração tem sido o principal motor do crescimento do país, com novos imigrantes, seus filhos e netos representando 55 por cento do aumento, segundo o relatório.
A alteração das prioridades gerada pela lei trouxe grandes mudanças nos fluxos de imigrantes e na formação da nação, concluíram os pesquisadores do Pew.
Considerando que, em 1965, a maioria dos imigrantes vinha da Europa, desde então, cerca de metade de todos os imigrantes vieram da América Latina, sendo que o México, de longe, enviou o maior número de pessoas. Cerca de 16 milhões de imigrantes vieram do México nas últimas cinco décadas, ou cerca de 28 por cento de todos os recém-chegados.
As chegadas da Europa, a principal fonte de imigrantes pela maior parte da história da nação, agora compõem 10 por cento dos novos residentes estrangeiros.
Mas, de acordo com o relatório, desde 2011 houve outra mudança significativa, com pessoas da Ásia -principalmente da Índia e da China -- superando os números da América Latina.
Essa mudança é surpreendente na história americana, porque os chineses e a maioria dos outros imigrantes asiáticos eram proibidos de vir morar nos Estados Unidos durante muitos anos no final do século 19 e início do século 20.
O Pew Research Center publicou o relatório por ocasião do 50º aniversário da Lei de Imigração que ocorre nesta semana. A lei pôs fim a um sistema baseado em cotas que favoreciam esmagadoramente a imigração a partir de países do norte da Europa.
O novo sistema abriu a imigração legal a pessoas de todos os países, priorizando a entrada de familiares de pessoas que já morassem nos Estados Unidos, especialmente dos cidadãos americanos e, ao mesmo tempo, buscando atrair estrangeiros com capacidades de trabalho específicas.
"Este período mais recente realmente reflete a noção de que os Estados Unidos são uma nação construída sobre a imigração e tem sido capaz de absorver muitos imigrantes de diferentes partes do mundo", disse Mark Hugo Lopez, diretor de pesquisa latino-americana no Centro e Pew um dos autores do relatório 103 páginas, junto com o demógrafo do Centro Jeffrey Passel e Molly Rohal.
Hoje, 45 milhões de imigrantes vivem no país -- de longe a maior população estrangeira na história dos EUA, que era de pouco menos de 10 milhões em 1965. (Do total de estrangeiros que vieram desde 1965, cerca de 14 milhões já morreram ou partiram.) A fatia da população composta de estrangeiros é de 14%, próxima do pico de 15% observado durante a grande imigração europeia do início do século 20.
Em uma enquete incluída no relatório, os americanos estão divididos em relação à questão se a imigração ajudou ou prejudicou o país. Cerca de 45% dos adultos na pesquisa dizem que os imigrantes estão "tornando a sociedade americana melhor, no longo prazo", enquanto 37% dizem que estão piorando.
Entre os brancos, a opinião é dividida, com 41% dizendo que os imigrantes ajudam a sociedade americana e 43% dizendo que eles a tornam pior.
Os republicanos têm uma visão nitidamente negativa da imigração, com 53% dos adultos que se identificaram como republicanos dizendo que os imigrantes pioram o país e apenas 31% dizendo que melhoram. O sentimento é o inverso para os democratas, com cerca de 55% dizendo que imigrantes tornam o país melhor e apenas 24% dizendo o contrário.
Nos próximos 50 anos, prevê o relatório Pew, imigrantes e seus descendentes terão um papel ainda maior no crescimento do país. Se as tendências atuais continuarem, eles serão responsáveis por quase 90% de crescimento, elevando a população total para 441 milhões.
A pesquisa de opinião foi realizada online pelo Pew Research Center em espanhol e inglês, com 3.147 adultos, entre os dias 10 de março e de 6 abril, com uma margem de erro de amostragem de mais ou menos 2%.
Retratos captam nova identidade de latinos nos EUA
Seis artistas latino-americanos nos EUA receberam a tarefa de definir a identidade de imigrantes da região por meio de uma série de retratos. O resultado foram 59 obras -- entre fotografias, pinturas e obras com técnicas mistas -- reunidas pela National Portrait Gallery, em Washington, em uma mostra que ficará aberta até abril de 2015. A pintura acima é de Michael Vásquez, filho de um porto-riquenho, que mora em Miami - Michael Velasquez
Tradutor: Deborah Weinberg 

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