sábado, 23 de julho de 2016

Polícia Federal prende um dos dois foragidos da operação antiterrorismo
NATUZA NERY/GUSTAVO URIBE/GUILHERME SETO - FSP
A Polícia Federal prendeu na noite desta sexta-feira (22) em Mato Grosso Valdir Pereira da Rocha, um dos brasileiros que estavam foragidos e é suspeito de integrar grupo que planejava atentado terrorista que poderia atingir a Olimpíada do Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Federal, ele se entregou por volta das 18h em Vila Bela da Santíssima Trindade, município fronteiriço com a Bolívia. Ele será ouvido e encaminhado posteriormente a um presídio federal.
Suspeitos de ligação com o terrorismo são conduzidos por policiais no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos
Suspeitos de ligação com o terrorismo são conduzidos por policiais no aeroporto de Cumbica, em GuarulhosMario Angelo/Sigmapress/Folhapress
A Justiça Federal expediu na quinta-feira (21) mandado de prisão contra 12 suspeitos, dos quais dez foram detidos no mesmo dia e dois não tinham sido capturados.
Segundo a Folha apurou, as forças de segurança monitoram o paradeiro do segundo foragido também em Mato Grosso, Leonid El Kadri de Melo.
Os 12 suspeitos compartilhavam materiais que ensinavam a como construir uma bomba e disseram que a Olimpíada do Rio de Janeiro era a oportunidade de irem para o paraíso.
PENA POR ROUBO E HOMICÍDIO
Rocha e Melo moravam no mesmo terreno em Vila Bela, mas em casas diferentes, e se conhecem há bastante tempo.
Em 2002, eles foram condenados a seis anos de prisão por roubo qualificado e homicídio e cumpriram pena juntos, em Araguaína (TO). Segundo conta a irmã de Leonid, Zeina El Kadre, ele tinha acabado de completar 18 anos e admitiu ter feito parte de grupo que assaltava comércios, e então um dos membros foi assassinado por outro que estava interessado em ficar com todo o dinheiro arrecadado.
Zeina, que falou com o irmão pela última vez na terça-feira (19), diz que ele sempre alegou inocência do homicídio, e ela então cursou Direito para defendê-lo. Atualmente, eles pedem revisão da pena de Leonid, que teria ressarcido parte das vítimas de assaltos do bando.
"A família está espantada, ele é um excelente pai, ganhou a guarda do filho [de quatro anos]. Nunca imaginávamos que poderia acontecer algo assim, ele não tem ligação nenhuma com grupos terroristas. Ele é muçulmano, sim, aderiu à religião quando esteve preso, mas a família não é. Nosso avô era libanês e muçulmano, mas o Leonid não aprendeu com ele", explica Zeina.
Segundo ela, ele estava morando em Vila Velha para cuidar de outro avô e estava se mantendo com "bicos" de pedreiro. Ela acrescenta que acha todo o processo "muito estranho", já que recebeu apenas um mandado de busca e apreensão da casa de seu irmão, mas não um mandado de prisão. Por isso, ela não entende que ele esteja "foragido".
Além disso, ela ressalta que o irmão está há um mês sem telefone. "Como seria possível interceptar ligações e mensagens dele?".
Leonid El Kadre, um dos suspeitos de associação a grupos terroristas
Leonid El Kadre, um dos suspeitos de associação a grupos terroristas Reprodução/Facebook

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