terça-feira, 19 de julho de 2016

Terrorismo islâmico: cada um de nós é alvo da Jihad
Em 2 de julho, nove cidadãos italianos foram massacrados por islamistas no ataque a um restaurante em Daca, Bangladesh. Eles foram torturados e mortos com "lâminas extremamente afiadas" brandidas por terroristas sorridentes que pouparam a vida daqueles que conheciam o Alcorão. Já faz quase um ano que bengaleses pobres têm experimentado esse tipo de massacres. Mas as vítimas bengalesas não eram ricos estrangeiros não muçulmanos -- eram blogueiros anônimos muçulmanos, acusados de "blasfêmia", foram assassinados com "lâminas afiadas" -- cinco vítimas em 2015 e um estudante de direito em 2016, bem como um sacerdote hindu esfaqueado até a morte.
O mesmo ciclo aconteceu na Síria e no Iraque, onde os decapitadores do Estado Islâmico inicialmente visavam uma série de jornalistas ocidentais, em seguida expulsaram e mataram cristãos em Mossul e então desembarcaram em Paris com o objetivo de exterminar civis ocidentais.
Há duas semanas uma menina israelense de 13 anos foi morta a facadas enquanto dormia em sua cama. Assim como em Bangladesh o terrorista árabe palestino usou uma faca para matar Hallel Yaffa Ariel. Não se trata de um simples assassinato, é uma carnificina que equivocadamente equipara a construção de um lar com o assassinato de uma criança. Os jornais italianos ocultaram a identidade dela. O Corriere della Sera, segundo maior jornal da Itália, estampou: "Cisjordânia: assassinada americana de 13 anos".
Quando quatro israelenses foram assassinados no mês passado no restaurante Max Brenner em Tel-aviv, a mídia estrangeira também estampou com manchetes "equivocadas". Do Le Monde ao Libération, a imprensa francesa usou a palavra "tiroteio" em vez de terrorismo. A CNN transmitiu a matéria sobre os "terroristas", entre aspas. La Repubblica, o maior jornal da Itália, chamou os terroristas árabes palestinos de "agressores".
O que significam essas manchetes distorcidas? Que nós, no Ocidente ingenuamente acreditamos que há dois tipos de terrorismo: o "terrorismo internacional" que visa os cidadãos ocidentais em Nice, Paris, Daca, Raqqa ou Tunísia; e o terrorismo "nacional", que ocorre entre os árabes e Israel, diante do qual os judeus israelenses deve recuar e se render. Há também o "terror sem rosto", como o de Orlando, onde um afegão-americano muçulmano massacrou 50 americanos e, todos, como de costume nos Estados Unidos se recusaram a usar a palavra "Islã".
De acordo com Winston Churchill é a reação do contemporizador, "aquele que alimenta o crocodilo, esperando que ele será o último a ser devorado". O problema é que independentemente de sermos pacifistas ou belicistas, gays ou heterossexuais, ateus ou cristãos, ricos ou pobres, blasfemos ou devotos, franceses ou iraquianos, para o terrorismo jihadista, isso não faz nenhuma diferença. Cada um de nós é um alvo: o terrorismo islamista é genocida.
Apesar dos belíssimos slogans como "Je Suis Charlie", poucos no Ocidente mostraram solidariedade para com os cartunistas franceses do Charlie Hebdo. A maioria dos europeus acredita que os jornalistas estavam procurando sarna para se coçar e a encontraram. Ou pior ainda, conforme ressaltou o editor do Financial Times: eles foram "idiotas". Mas depois do 7 de janeiro veio o 13 de novembro. A essa altura, ninguém mais culpava as caricaturas de Maomé pelos ataques terroristas em Paris.
Enquanto o Estado Islâmico escravizava e estuprava centenas de meninas yazidis, nossas intrépidas feministas no Ocidente estavam muito ocupadas lutando por um referendo irlandês sobre o casamento gay. Elas claramente não davam a mínima no tocante ao destino das suas "irmãs" yazidis e curdas. Elas estavam escondidas em algum lugar remoto e exótico no Oriente. Da mesma maneira que foram assassinados os blogueiros seculares em Daca.
Já está na hora de nos lembrarmos do famoso poema de Martin Niemöller, pastor cristão alemão que ficou preso em um campo de concentração durante 7 anos pelo regime nazista:
Primeiro vieram buscar os socialistas, eu me calei —
Porque eu não era socialista.

Depois vieram atrás dos sindicalistas, eu me calei —
Porque eu não era sindicalista.

Depois vieram buscar judeus, e eu não protestei —
Porque eu não era judeu.

Depois vieram me buscar —
Já não restava ninguém para me defender.
Nessa mesma linha, quando terroristas islamistas têm como alvo blogueiros dissidentes muçulmanos, longínquas mulheres yazidis ou meninas israelenses -- que são escravizadas, açoitadas, estupradas ou assassinadas -- isso deveria nos preocupar no Ocidente. Os islamistas estão apenas afiando suas facas nelas antes de virem atrás de nós.
Se nos calarmos hoje, seremos punidos pela nossa indolência amanhã.
Giulio Meotti, editor cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
Publicado no site do The Gatestone Institute.

Tradução: Joseph Skilnik

Nenhum comentário: