Refutando as dez maiores impropriedades que ouvi e li sobre os atentados da França – Parte 1
Acho
que me choquei mais com a reação dos intelectuais do que com os
atentados em si que, embora chocantes, para mim, que sou um curioso do
tema, não foram surpreendentes. Nem mesmo os defuntos esfriavam e um
monte de “intelectuais” brasileiros acorreram às câmeras e à internet
para um espetáculo de bom-mocismo ignorante e de síndrome de Estocolmo.
Os mais chocantes e indecentes argumentos resumem-se aos pontos abaixo:
1) “Não foi um ataque religioso/ Não foi um ataque islâmico!”
No islã, não é proibido apenas fazer charges ofensivas do Profeta
Mohammed/ Maomé. É proibida qualquer imagem dele, por mais bonita que
possa ser. As charges foram objetos de “Fatwas” (decretos, sentenças) de
autoridades religiosas ligadas a grupos jihadistas, por conta da ofensa
ao Profeta Mohammed (Maomé). Testemunhas relataram que, durante o
tiroteio, os assassinos gritavam Alahu Akbar (Alah é grande) e teriam
dito: “o Profeta foi vingado.” Depois da pérola acima ter sido
proclamada inclusive pelo esquerdista e “bonzinho” François Hollande, a
“sucursal” iemenita da Al Qaeda, organização fundamentalista e jihadista
islâmica, reivindicou – coisa que faz raramente – a autoria dos
atentados. O ataque foi islâmico e motivado por questões religiosas sim.
2) “Não se pode vincular isso ao islã !”
Uma coisa é discriminar todos os islamitas ou considerá-los todos
terroristas, o que é um erro e uma injustiça. Todavia, o jihadismo é uma
tendência religiosa dentro do fundamentalismo islâmico. Existem dois
tipos de Jihad (guerras santas) no islã: a “Jihad maior” e a “Jihad
menor”. A “Jihad maior” é a guerra interna das “forças da alma” versus
“as forças do instinto, da corrupção”. A “Jihad menor” é a guerra santa
aos infiéis. O islã fundamentalista prega a “Jihad menor” em detrimento
da “Jihad maior”: se a “Jihad maior” se refere à corrupção de si
próprio, uma luta interior, na “Jihad menor” é definida como uma luta de
Dar Al Islam ( o mundo do islã) contra Dar Al Harb (o mundo da
corrupção), assim considerado o o mundo dos Kafir/Kuffar, infiéis. Assim
sendo, se se quer tentar minorar os riscos de futuros ataques, deve-se
procurar jihadistas não entre budistas, ciclistas, judeus, cruzeirenses
ou cristãos, mas infiltrados nas mesquitas mais fundamentalistas do
islã. É uma lógica básica.
3) “Os chargistas ofenderam muito o islã !“
O referido semanário (Charlie Hebdo), que era de extrema esquerda,
aliás, ofendia TODAS as religiões, sobretudo o judaísmo, cristianismo e
islã. Uma pequena pesquisa no “Google imagens” mostra as charges, com
cenas grosseiras, como “cu de judia”, um judeu ortodoxo beijando a boca
de um oficial da SS em frente ao campo de Extermínio de Auschwitz, bem
como cenas com uma caricatura de um “Jesus Cristo” efeminado praticando
sexo anal com Deus(!), ao mesmo tempo em que enfia um símbolo indicado
como “Espírito Santo” em seu ânus. A revista tinha um humor de extremo
mau gosto, sobretudo para com as religiões. Dizer que blasfêmia
justifica assassinato – como alguns esquerdistas incorrigíveis estão
dizendo – significa voltar ao de pior na Idade Média, ou ainda, aceitar
como justificável que as moças do grupo FEMEN fossem metralhadas ou
apedrejadas à morte por ofenderem tão reiteradamente os símbolos
católicos.
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