Advogado de envolvido no caso Nisman pede que Cristina deponha
Maximiliano Rusconi disse à Rádio Mitre que
fará pedido em razão de informações divulgadas pela presidente e seu
chefe de Gabinete
O Estado S. Paulo
Cartaz 'Eu sou Nisman' é visto em praça na frente da Casa Rosada
BUENOS AIRES - O advogado do técnico em informática investigado
na morte do promotor argentino Alberto Nisman disse nesta quarta-feira,
28, que pedirá à Justiça que a presidente Cristina Kirchner deponha
sobre o caso. Maximiliano Rusconi disse à Rádio Mitre que fará o pedido
em razão das informações divulgadas pela presidente e seu chefe de
Gabinete, Aníbal Fernández, nos últimos dias sobre seu cliente, Diego
Lagomarsino.
O governo argentino, que nos primeiros dias após a morte
sustentava a tese de que Nisman teria se matado, voltou atrás depois de
provas colocarem em dúvida o suicídio. A promotoria agora investiga o
caso trabalhando com outras hipóteses, como suicídio induzido ou
assassinato.
“ Vou sugerir que a presidente e Anibal, já que têm tantas
informações, se apresentem para depor”, disse. Na segunda-feira,
Cristina disse que Lagomarsino era um “fervente opositor do governo” e
recordou da relação de confiança que ele tinha com Nisman.
Lagomarsino foi a última pessoa a ver Nisman vivo. Ele está proibido de deixar a Argentina, mas não foi formalmente acusado. Em entrevista coletiva sobre o caso, ele afirmou que Nisman desconfiava de sua equipe de seguranças e tinha medo de morrer. Segundo a Justiça argentina, ao menos três dos dez guarda-costas do promotor foram afastados da Polícia Federal depois de apresentarem contradições em seus depoimentos.
“Tivemos uma reunião com a promotoria que foi muito
tranquilizadora, no sentido de que ainda não há uma decisão para
convocá-lo para depor”, disse Rusconi.
Nisman apareceu morto em seu apartamento no dia 18, quatro
dias depois de denunciar Cristina e o chanceler Hector Timerman por
supostamente encobrir os iranianos suspeitos do atentado à Associação
Mutual Israelita-Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário