Os presidentes assinaram acordos no campo energético e recordaram que mantêm pontos de vista semelhantes com relação às Malvinas e à Ucrânia
VEJA
A presidente argentina, Cristina Kirchner, e o presidente russo, Vladimir Putin, apertam as mãos depois de assinar acordos bilaterais no Kremlin, em Moscou - 24/03/2015(Sefa Karacan/Anadolu Agency/Getty Images)
O presidente russo Vladimir Putin recebeu nesta quinta-feira a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em Moscou. Os mandatários aproveitaram a oportunidade para fazer lobby pelas bandeiras de seus governos e trocar afagos em frente às câmeras. De concreto, anunciaram um acordo energético que levará tecnologia nuclear russa para a Argentina. Eles assinaram um pacto de entendimento para a construção do sexto reator da usina nuclear de Atucha, na província de Buenos Aires, e concordaram que Moscou oferecerá financiamento e tecnologia para a construção da hidroelétrica de Chihuido, ao sul da Patagônia, informou o jornal espanhol El País.
O governo de Putin tem tentado estreitar os laços com países distantes dos Estados Unidos e da União Europeia desde que sanções econômicas
foram impostas à economia russa e a funcionários do governo de Moscou.
Aos jornalistas, o presidente russo afirmou que possui uma postura
semelhante à de Cristina em relação a muitos problemas mundiais. Segundo
Putin, o Kremlin apoia uma negociação entre a Argentina e a
Grã-Bretanha para resolver a questão das Malvinas.
"A Rússia apoia a aspiração da Argentina de estabelecer negociações
bilaterais diretas com a Grã-Bretanha para a regulação pacífica do
litígio em torno das ilhas Malvinas", afirmou.
A Grã-Bretanha rejeita abrir conversas com a Argentina por considerar o assunto encerrado desde que um referendo realizado na ilha, em 2013, comprovou que a população deseja manter cidadania britânica. O governo argentino, por sua vez, reivindica o controle do arquipélago desde 1833, quando foi ocupado pela Grã-Bretanha. Em 1982, quando a Argentina era governada por uma ditadura militar, os dois países travaram uma guerra, que terminou com a vitória britânica. Em março deste ano, o governo britânico anunciou um aumento no orçamento militar das Malvinas, já que considera a invasão por parte da Argentina uma "ameaça muito viva". A presidente Cristina Kirchner negou a hipótese e relacionou a acusação com a campanha eleitoral britânica.
Cristina já havia ganhado uma ligação de agradecimento de Putin ao dizer que a legítima soberania britânica das Malvinas era idêntica à anexação ilegal da península da Crimeia, na Ucrânia, por parte da Rússia. Durante uma visita a Paris, em março do ano passado, a presidente acusou as "potências" de não aplicarem à Argentina o mesmo princípio de defesa da integridade territorial que é usado para apoiar Kiev. Em outras palavras, Cristina considerou o referendo ocorrido nas ilhas que estão sob controle britânico há quase dois séculos, e que contou com a supervisão de observadores estrangeiros, igual ao organizado em uma Crimeia recém-ocupada por tropas da Rússia e que não contou com supervisão alguma.
Nesta quinta-feira, Cristina foi mais comedida com as palavras, mas deu a entender que rejeita as sanções econômicas impostas à Rússia após Putin ter armado e treinado os grupos de rebeldes separatistas que atacam o Exército ucraniano no leste do país. "Cremos que a ONU, a diplomacia e a política são as únicas vias para resolver os problemas entre os países", disse a presidente argentina.
A Grã-Bretanha rejeita abrir conversas com a Argentina por considerar o assunto encerrado desde que um referendo realizado na ilha, em 2013, comprovou que a população deseja manter cidadania britânica. O governo argentino, por sua vez, reivindica o controle do arquipélago desde 1833, quando foi ocupado pela Grã-Bretanha. Em 1982, quando a Argentina era governada por uma ditadura militar, os dois países travaram uma guerra, que terminou com a vitória britânica. Em março deste ano, o governo britânico anunciou um aumento no orçamento militar das Malvinas, já que considera a invasão por parte da Argentina uma "ameaça muito viva". A presidente Cristina Kirchner negou a hipótese e relacionou a acusação com a campanha eleitoral britânica.
Cristina já havia ganhado uma ligação de agradecimento de Putin ao dizer que a legítima soberania britânica das Malvinas era idêntica à anexação ilegal da península da Crimeia, na Ucrânia, por parte da Rússia. Durante uma visita a Paris, em março do ano passado, a presidente acusou as "potências" de não aplicarem à Argentina o mesmo princípio de defesa da integridade territorial que é usado para apoiar Kiev. Em outras palavras, Cristina considerou o referendo ocorrido nas ilhas que estão sob controle britânico há quase dois séculos, e que contou com a supervisão de observadores estrangeiros, igual ao organizado em uma Crimeia recém-ocupada por tropas da Rússia e que não contou com supervisão alguma.
Nesta quinta-feira, Cristina foi mais comedida com as palavras, mas deu a entender que rejeita as sanções econômicas impostas à Rússia após Putin ter armado e treinado os grupos de rebeldes separatistas que atacam o Exército ucraniano no leste do país. "Cremos que a ONU, a diplomacia e a política são as únicas vias para resolver os problemas entre os países", disse a presidente argentina.
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