Rodrigo Constantino - VEJA
Eis um roteiro conhecido para os brasileiros: o estado fracassa em suas funções mais básicas, a esquerda ajuda a criar um ambiente propício ao fracasso com sua subversão de valores morais, e a solução proposta pela mesma esquerda é mais estado. Assim seus tentáculos vão avançando cada vez mais, tolhendo nossas liberdades, enquanto o resultado só piora e o estado continua fracassando ainda mais em suas funções básicas, como prover segurança à população. Soa familiar?
Somos o país do sofá, que só ataca
sintomas, e nunca vamos nas raízes dos problemas. Um marginal “dimenor”
assalta e mata um médico ciclista a facadas, e logo se discute se
devemos aprovar o desarmamento de facas. Ou pior: o desarmamento
infantil, com o estado recolhendo as armas de brinquedo como se fossem,
elas, as grandes ameaças à paz! É sério:
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou,
nesta quarta-feira, um projeto de lei que proíbe a fabricação, a venda e
a distribuição de armas de brinquedo que disparam qualquer tipo de
projétil, como espuma ou laser. A proposta, no entanto, não impede a
venda de armas de ar comprimido, que são regulamentadas pelo Exército.
De
autoria da deputada Martha Rocha (PSD), a proposta foi aprovada em
primeira discussão. O projeto deve ser votado novamente pela Alerj na
semana que vem. Em seguida, caso seja aprovado, seguirá para a sanção do
governador Luiz Fernando Pezão.
O
projeto determina que as armas de brinquedo sejam entregues pelos donos
em postos de coleta, sob pena de multas que variam de R$ 5 mil a R$ 20
mil, em caso de descumprimento.
Segundo
a deputada, estudos mostram que a promoção da cultura de paz entre as
crianças tem sido uma alternativa eficaz no combate à violência.
—
Com esse projeto, vamos ajudar tanto a reduzir o número de roubos
feitos com réplicas de armas, quanto estimular que as crianças brinquem
na rua, joguem e não usem armas — afirmou a deputada.
O
projeto também institui a Semana do Desarmamento Juvenil, prevista para
coincidir sempre com o 12 de outubro, Dia da Criança, e estipula a
realização de campanhas de prevenção à violência.
O Rio não é exceção. O Distrito Federal já tinha seguido receita igual, e comentei à época:
Semana do Desarmamento Infantil? O país
perdeu o juízo? O grau de infantilidade chegou a esse patamar? Então
bandidos usam armas de brinquedo, em 12% dos casos de armas apreendidas
com criminosos? E se eles usarem facas? Vamos vetar as facas também? E
se usarem canivetes? Ou cacos de vidro apontados para o pescoço das
donzelas?
O governo é incapaz de cumprir com uma de
suas funções mais básicas, que é a segurança, e sai atacando sintomas,
tolhendo a liberdade dos outros, inclusive das crianças. Sou do tempo em
que “polícia e ladrão” era uma ótima brincadeira, e sim, usávamos armas
de brinquedo. Proibir isso com um discurso de que criminosos de verdade
utilizam tais armas é simplesmente absurdo!
Sobre a tal Semana do Desarmamento
Infantil, nem sei o que dizer. É patético demais! Coisa de sociólogo e
psicólogo de esquerda que culpa jogos, brincadeiras, filmes e videogames
pela criminalidade no mundo. Ou seja, coisa de gente desconectada da
realidade, que ignora estatísticas e a própria natureza humana, ainda
sonhando com um ser romantizado por Rousseau, bondoso, que é corrompido
pela “sociedade”.
Crianças japonesas brincam com armas e há
baixa criminalidade? Crianças canadenses brincam com armas e há
reduzida taxa de homicídios? Não importa! Vamos culpar as armas pelos
nossos crimes, inclusive as de plástico! Michael Moore vai adorar. É
tudo culpa dos objetos inanimados!
E proíbe logo a trilogia do Bourne, feita
pelo esquerda caviar Matt Damon, pois isso é um convite ao crime. Já
pensou, alguém ir ao cinema ver esses filmes e ter acesso a uma pistola
de plástico? É claro que só pode dar em assaltos e assassinatos! Que
brincadeira mais sem graça essa…
Nenhum comentário:
Postar um comentário