CORRUPÇÃO NO FUTEBOL Ao voltar ao Brasil, presidente da CBF não votará na eleição da entidade, nesta sexta-feira
LEANDRO COLON E MARCEL RIZZO - FSP
O presidente da CBF decidiu deixar a Suíça no dia em que a Folha publicou que há indícios na investigação da Justiça dos EUA que o ligam a esquema de propina recebida por cartolas relacionada à Copa do Brasil, torneio que a CBF organiza. Contudo, Del Nero não está, por ora, entre os indiciados na operação.
A provável instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado preocupa o dirigente. Ele prefere estar no Brasil para tentar desarticular a comissão, da qual seria o principal alvo. Del Nero disse a aliados que teme pelo seu mandato na CBF.
O cartola deveria participar, nesta sexta (29), da eleição que escolhe o novo presidente da Fifa. Segundo a Fifa, Del Nero, que apoia a reeleição de Joseph Blatter, pode designar outra pessoa para votar no seu lugar.
Os outros dois representantes da CBF no congresso, que viajaram à convite da CBF, são o presidente da Federação Goiana de Futebol, André Pitta, e o presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio, que irão representá-lo no pleito.
Além do congresso, ele estaria na reunião extraordinária do comitê executivo da Fifa no sábado (30) --informação que o próprio Del Nero havia dado à Folha, em Zurique, na última segunda (25).
Neste encontro, a Fifa deve decidir sobre as vagas da Copa do Mundo destinadas aos continentes. A Conmebol, que reúne as seleções sul-americanas, pode perder a chance que tem hoje de disputar uma vaga na repescagem, além das quatro que já tem garantida em Copas.
Na quarta (27), quando a operação estourou em Zurique, Del Nero não escondeu a tensão ao conversar com os jornalistas. Disse que a situação era "péssima" para a imagem da CBF. Depois, determinou a retirada do nome de Marin do prédio que abriga a sede da entidade no Rio.
Conforme a Folha publicou na quinta, documentos dos EUA mostram que Marin dividiria com Del Nero e o também ex-presidente Ricardo Teixeira suborno de R$ 2 milhões para fechar a venda dos direitos comerciais da Copa do Brasil para empresas de marketing esportivo.
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