Bruno Kazuhiro - IL
Contudo, a situação precária atual das universidades
federais e as medidas recentes tomadas pelo governo petista de Dilma
Rousseff no que diz respeito ao aumento do preço da taxa de inscrição
para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e às dificuldades impostas
para os jovens que necessitam do Programa de Financiamento Estudantil
(FIES) vão na contramão da promoção de uma educação superior de
qualidade e acessível.
Não há dúvidas de que o reajuste da taxa de inscrição do
ENEM para um valor que representa quase o dobro do anterior, a redução
do número de isenções no que diz respeito a esta taxa e a nova
configuração do FIES são grandes equívocos e só trazem malefícios, já
que prejudicam em demasia os estudantes e, ao mesmo tempo, não auxiliam
de forma relevante a situação fiscal do país, que passa por ajustes
exatamente pela má gestão e pela corrupção empreendidas nos governos
petistas anteriores. Ao mesmo tempo, a realidade das universidades
federais piora ainda mais o cenário, com atividades paralisadas por
problemas financeiros, administração errônea dos recursos, falta de
condições mínimas de segurança e de limpeza e alunos sem aulas.
Enquanto isso, a União Nacional dos Estudantes, que deveria
denunciar estes erros e defender os jovens brasileiros, nada faz, nada
diz, nada propõe. A instituição se vê paralisada, inerte e calada,
provavelmente por ser hoje dominada de forma nociva por um partido
político que faz parte da base de apoio do governo e que, portanto,
impede que a UNE cumpra seu legítimo papel de representante das demandas
estudantis e deixa a impressão de que a entidade nunca mais se
desprenderá dos interesses de seus indevidos donos, tendo esquecido sua
real missão para sempre.
Neste cenário, torna-se natural que a juventude busque
outras formas de se ver representada e os movimentos juvenis organizados
pelas redes sociais e que pedem ética na política e até mesmo o
impeachment de Dilma Rousseff são exemplos disso. Ao mesmo tempo,
diretórios de estudantes e juventudes partidárias que não se aproximam
ideologicamente dos que hoje controlam a UNE passam a enxergá-la como
envenenada pela parcialidade e ignorá-la como entidade de fato
representativa.
Hoje, cabe aos jovens de outros matizes doutrinários e organizados a
partir de novas formas fazer aquilo que a UNE, domada e amestrada, não
se digna a fazer: demandar aquilo que o jovem brasileiro necessita e
apontar os erros do governo petista quanto aos temas que concernem à
juventude. Enfim, mostrar, entre outras coisas, o quão falacioso é o
lema “Pátria Educadora”.
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