quinta-feira, 28 de maio de 2015

Dinamarca e Austrália pagam benefícios sociais a jihadistas do Isis na Síria
Ao menos oitenta terroristas receberam ajuda, como seguro-desemprego e auxílio-creche, enquanto lutavam no Oriente Médio
Paula Pauli - VEJA
Combatentes do Estado Islâmico marcham na cidade síria de Raqqa
Combatentes do Estado Islâmico marcham na cidade síria de Raqqa(VEJA.com/AP)
O governo da Dinamarca pagou um total de 57 000 dólares em seguro-desemprego para 32 terroristas que hoje lutam nas colunas do grupo Estado Islâmico (Isis), na Síria.
A informação foi divulgada pela rádio dinamarquesa Radio24syv, segundo dados do Ministério do Trabalho. Um cidadão com direito ao seguro-desemprego recebe, diariamente cerca de 122 dólares por um período de até dois anos. A legislação local, contudo, só permite que sejam beneficiados aqueles que estão disponíveis ao mercado de trabalho mas não encontram vagas, o que seguramente não é o caso dos jihadistas. Entre os crimes em que eles se envolvem estão execuções de homens, mulheres e crianças, tráfico de pessoas, destruição de casas e de cidades inteiras.
A Dinamarca é um dos países com sistema de benefícios sociais mais generosos do mundo e seu governo é de centro-esquerda. Depois da Bélgica, o país é o que, proporcionalmente ao tamanho da população de 5,6 milhões de habitantes, mais manda soldados para a guerra na Síria e no Iraque.
Situação parecida foi detectada na Austrália. Uma investigação federal concluída no final do ano passado constatou que quase todos os jihadistas que partiram desse país para somar-se ao Isis eram contemplados por algum programa social. Dos 57 australianos que foram para o Oriente Médio, 55 estavam na lista dos beneficiários porque tinham filhos pequenos, alguma doença ou não encontravam trabalho.
Os dois casos evidenciam os perigos da excessiva tolerância com terroristas. Na segunda-feira, 25, no funeral de um jihadista dinamarquês morto por esfaqueamento, um grupo que assistia à cerimônia atacou patrulhas policiais com pedras. Um dos policiais sacou a arma e efetuou um disparo. O grupo fugiu e foi perseguido por policiais. Cinco homens foram detidos e liberados em seguida. O funeral era de Andres Vo Riis, que aparecia em fotos no Facebook com uma Kalashnikov AK 47 e com uma bandeira islâmica preta. Seu irmão mais velho é uma figura conhecida na comunidade islâmica da Dinamarca e tem lutado na Síria.

Nenhum comentário: