terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tristeza

Tristeza
Na biblioteca de Jorge Luís borges, paira agora, uma tristeza.
Ela, delicada e gentil, dança Pavane, de Fauré, ensaia passos, de uma dança imaginária, que ninguém vê.
Ele, solilóquio canta uma canção que ninguém escuta.
A poeira da eternidade recai sobre ambos. Encobre a amizade que agoniza, solitária e incompreendida, por aqueles que têm a cobiça e a inveja.
Lá fora, porém, há o perfume de uma pequena flor.
Dá sinais de uma saída, uma chance de vida para ambos.
Mas os filisteus não dão trégua. Ambos fraquejam. A luta é muito intensa.
Ele pede ao Nosso Senhor que ponha um fim nessa agonia.
E dá adeus a tudo isso.
A pequena flor com o seu perfume agoniza.
Domage.
Ela continua ensaiando a sua dança,
seus gestos lentos hipnotizam
espectadores imaginários.
Cego pela dor, pela saudade,
ele parte.
Para onde, ele não sabe, exatamente.
Mas agora,
isso não mais lhe importa.
Nada mais lhe importa.

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