Presidente disse ter estudado a substituição do auxiliar, mas não encontrou opção para a troca
A partir de agora, PT e ex-presidente irão trabalhar para tentar esvaziar a atuação política da pasta
MARINA DIAS/NATUZA NERY/VALDO CRUZ - FSP
Pressionada a mexer no coração do Planalto para tentar sair da crise que
acomete o país, a presidente Dilma Rousseff avisou nesta quinta (17) ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, neste momento, não há como
tirar Aloizio Mercadante da Casa Civil sem gerar "mais instabilidade"
no governo.
De acordo com aliados, Lula acreditava que a saída de Mercadante seria
uma margem de manobra para Dilma. Mas ouviu da sucessora que, apesar de
ter estudado substituir seu principal auxiliar, não encontrou opções
viáveis para a troca.
Com a permanência de Mercadante, a estratégia de Lula e do PT, a partir de agora, é tentar esvaziar a atuação política da Casa Civil e reorganizar a cada vez mais escassa base aliada com a reforma administrativa.
Dilma prometeu fazer o anúncio das mudanças ministeriais até quarta (23), mas o xadrez político ainda não está completamente definido.
Ficou a cargo de Lula conversar a sós com Mercadante, na manhã desta sexta-feira (18), e discutir o novo papel do ministro no governo.
Segundo a Folha apurou, o ex-presidente disse a Mercadante que ele precisa "se preservar" e "mudar o método" de trabalho, deixando a articulação política para o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) e para o assessor especial da Presidência Giles Azevedo.
Dilma, por sinal, decidiu dar mais funções políticas a Berzoini numa forma de agradar Lula, de quem o atual ministros das Comunicações é muito próximo.
Lula ponderou, tanto para Mercadante como em sua conversa com Dilma, que a reforma administrativa e ministerial precisa de "lastro político", com relação mais orgânica entre os ministros e suas bancadas.
Nessa configuração, deputados e senadores indicariam nomes mais representativos para que a presidente consiga os votos necessários no Congresso para a aprovação do pacote fiscal e ganhe fôlego diante dos movimentos que pedem a abertura de um processo de impeachment.
Lula disse à presidente que ela não pode errar na reconfiguração de seu governo sob o risco de perder o apoio do PMDB e ficar sujeita a um processo de afastamento.
VIRAR A PÁGINA
Além de usar a reforma para recompor a base e evitar dar "motivo" para o PMDB abandonar o barco, Lula disse a Dilma que o governo não pode perder tanto tempo na segunda fase do ajuste fiscal.
O novo pacote foi anunciado no início da semana com a proposta de cortes de R$ 26 bilhões e aumento da receita, com a recriação da CPMF, que pode gerar R$ 32 bilhões.
"Não aguento mais falar de ajuste. Não dá para perder tanto tempo como ocorreu com o primeiro. Temos de votar rápido e mudar a agenda", disse Lula à sucessora.
O ex-presidente repetiu o discurso na reunião que teve com ministros do PT, também na quinta-feira (17). O encontro durou cerca de cinco horas e não contou com a presença de Mercadante.
Aos ministros petistas, Lula pediu união na defesa do novo pacote fiscal, mesmo tendo restrições a boa parte das medidas. Diante da reclamação sobre corte em programas sociais, disse que era preciso "parar de falar do ajuste" e "discutir a retomada do crescimento". Nas palavras dele, criar uma agenda "pós-ajuste".
O secretário de Comunicação do PT, Alberto Cantalice, disse nesta sexta (18) que o comando do partido se reunirá com Lula para agendar suas viagens em defesa do governo. Como a Folha antecipou, o petista fará uma defesa enfática da nova política econômica de Dilma
O secretário nacional da Juventude do PT, Jefferson Lima, disse ter ouvido a seguinte frase do petista: "Temos que apoiar o pacote, infelizmente".
Com a permanência de Mercadante, a estratégia de Lula e do PT, a partir de agora, é tentar esvaziar a atuação política da Casa Civil e reorganizar a cada vez mais escassa base aliada com a reforma administrativa.
Dilma prometeu fazer o anúncio das mudanças ministeriais até quarta (23), mas o xadrez político ainda não está completamente definido.
Ficou a cargo de Lula conversar a sós com Mercadante, na manhã desta sexta-feira (18), e discutir o novo papel do ministro no governo.
Segundo a Folha apurou, o ex-presidente disse a Mercadante que ele precisa "se preservar" e "mudar o método" de trabalho, deixando a articulação política para o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) e para o assessor especial da Presidência Giles Azevedo.
Dilma, por sinal, decidiu dar mais funções políticas a Berzoini numa forma de agradar Lula, de quem o atual ministros das Comunicações é muito próximo.
Lula ponderou, tanto para Mercadante como em sua conversa com Dilma, que a reforma administrativa e ministerial precisa de "lastro político", com relação mais orgânica entre os ministros e suas bancadas.
Nessa configuração, deputados e senadores indicariam nomes mais representativos para que a presidente consiga os votos necessários no Congresso para a aprovação do pacote fiscal e ganhe fôlego diante dos movimentos que pedem a abertura de um processo de impeachment.
Lula disse à presidente que ela não pode errar na reconfiguração de seu governo sob o risco de perder o apoio do PMDB e ficar sujeita a um processo de afastamento.
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Além de usar a reforma para recompor a base e evitar dar "motivo" para o PMDB abandonar o barco, Lula disse a Dilma que o governo não pode perder tanto tempo na segunda fase do ajuste fiscal.
O novo pacote foi anunciado no início da semana com a proposta de cortes de R$ 26 bilhões e aumento da receita, com a recriação da CPMF, que pode gerar R$ 32 bilhões.
"Não aguento mais falar de ajuste. Não dá para perder tanto tempo como ocorreu com o primeiro. Temos de votar rápido e mudar a agenda", disse Lula à sucessora.
O ex-presidente repetiu o discurso na reunião que teve com ministros do PT, também na quinta-feira (17). O encontro durou cerca de cinco horas e não contou com a presença de Mercadante.
Aos ministros petistas, Lula pediu união na defesa do novo pacote fiscal, mesmo tendo restrições a boa parte das medidas. Diante da reclamação sobre corte em programas sociais, disse que era preciso "parar de falar do ajuste" e "discutir a retomada do crescimento". Nas palavras dele, criar uma agenda "pós-ajuste".
O secretário de Comunicação do PT, Alberto Cantalice, disse nesta sexta (18) que o comando do partido se reunirá com Lula para agendar suas viagens em defesa do governo. Como a Folha antecipou, o petista fará uma defesa enfática da nova política econômica de Dilma
O secretário nacional da Juventude do PT, Jefferson Lima, disse ter ouvido a seguinte frase do petista: "Temos que apoiar o pacote, infelizmente".
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