Daniel Buarque - UOL
Vários textos editoriais
publicados na imprensa internacional no mês passado deixaram claro o
posicionamento estrangeiro contrário a qualquer ideia de impeachment no
Brasil, mesmo com toda a crise política. Pouco antes, o tom geral era até mesmo de que o impeachment seria equivalente a uma tentativa de golpe.
Agora, depois do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela
Standard and Poor's, da divulgação de indicadores sobre a gravidade da
crise econômica, da frustração em torno do pacote de ajustes fiscais do
governo e da insistência da oposição em discutir a interrupção do
governo de Dilma Rousseff, esta semana foi possível perceber uma mudança
de tom na mídia estrangeira. As publicações internacionais passaram a
ver ímpeto nas ações deste tipo, e começam a indicar que é possível que o
mandato do governo realmente seja abreviado.
A mudança de tom foi percebida primeiramente na análise da agência de inteligência geopolítica dos EUA Stratfor. Poucos meses depois de dizer que impeachment era improvável, o think tank indicou nesta semana que o movimento para tirar Dilma do poder ganha força. Além dele, a consultoria internacional Eurasia, especialista em análise de risco político, elevou de 30% para 40% sua perspectiva de possibilidade de impeachment no Brasil.
A partir de análises nesta linha, algumas das principais publicações jornalísticas no resto do mundo começaram a ver o risco de fim antecipado do atual governo como possível (ainda que não necessariamente provável).
O jornal de economia “Financial Times'', por exemplo, publicou nesta semana dois textos indicando o possível fim da linha da presidência de Dilma. É importante lembrar que o “FT'' tradicionalmente se colocou contra o governo e crticou a condução da economia desde antes da reeleição, no ano passado, mas ainda assim ele indica aumento da força contra a presidente.
Uma análise publicada pelo jornal diz que “os lobos estão se aproximando do governo'', e indica que os principais pontos que colocam seu cargo sob risco são a queda na atividade industrial, a diminuição do consumo e da confiança dos consumidores e o aumento do desemprego.
Segundo o “FT'', é possível ver o momento como o “começo do fim'' do Brasil de Dilma. Texto assinado pelo analista brasileiro Paulo Sotero, do Wilson Center, diz que o governo não tem mais a credibilidade necessária para conter a crise.
Outra rede de economia, Bloomberg publicou uma reportagem sobre a pressão política sobre o governo. “Discussões no Congresso e o apoio ao pedido refletem uma crescente união da oposição em relação ao impeachment enquanto a maior economia da América Latina se afunda na recessão'', diz.
Em uma reportagem sobre a crise no país, o jornal americano “Washington Post'' lembrou dos protestos contra a presidente e a mobilização popular pelo fim do governo de Dilma. “A questão agora é saber se uma segunda agência de risco também vai rebaixar o Brasil. Se isso acontecer, o impacto pode ser dramático'', diz.
A agência de notícias Reuters publicou uma nota sobre o editorial do jornal “Folha de S.Paulo'' do domingo, em que o jornal diz que o governo está tendo sua “última chance'', reforçando na mídia internacional o sentimento de que o governo está sob risco.
Sem tratar especificamente da questão política do impeachment, a revista “The Economist'' publicou nesta quinta-feira uma reportagem sobre o aumento do desemprego do Brasil. Para a publicação, a “mordida'' da recessão está sendo sentida por milhares de brasileiros, e pode afetar ainda mais a força do governo Dilma. A revista critica o ajuste fiscal proposto e diz que “assim como esforços anteriores do governo, este ajuste parece insuficiente para reparar as finanças públicas, mas mais de que o necessário para irritar o Congresso, onde a cada vez mais impopular presidente não tem controle e onde o movimento para sua saída tem ganhado força. Dilma está se segurando em seu emprego por enquanto. Muitos brasileiros comuns não tiveram a mesma sorte'', diz.
Ainda não é uma opinião unânime entre a mídia internacional, mas percebe-se claramente uma nova linha de interpretação do atual momento brasileiro. A análise do posicionamento estrangeiro mostra que o movimento pelo impeachment não chega a ter apoio no resto do mundo, mas que olhares externos já começam a ver a saída de Dilma do governo como uma possibilidade real.
A mudança de tom foi percebida primeiramente na análise da agência de inteligência geopolítica dos EUA Stratfor. Poucos meses depois de dizer que impeachment era improvável, o think tank indicou nesta semana que o movimento para tirar Dilma do poder ganha força. Além dele, a consultoria internacional Eurasia, especialista em análise de risco político, elevou de 30% para 40% sua perspectiva de possibilidade de impeachment no Brasil.
A partir de análises nesta linha, algumas das principais publicações jornalísticas no resto do mundo começaram a ver o risco de fim antecipado do atual governo como possível (ainda que não necessariamente provável).
O jornal de economia “Financial Times'', por exemplo, publicou nesta semana dois textos indicando o possível fim da linha da presidência de Dilma. É importante lembrar que o “FT'' tradicionalmente se colocou contra o governo e crticou a condução da economia desde antes da reeleição, no ano passado, mas ainda assim ele indica aumento da força contra a presidente.
Uma análise publicada pelo jornal diz que “os lobos estão se aproximando do governo'', e indica que os principais pontos que colocam seu cargo sob risco são a queda na atividade industrial, a diminuição do consumo e da confiança dos consumidores e o aumento do desemprego.
Segundo o “FT'', é possível ver o momento como o “começo do fim'' do Brasil de Dilma. Texto assinado pelo analista brasileiro Paulo Sotero, do Wilson Center, diz que o governo não tem mais a credibilidade necessária para conter a crise.
Outra rede de economia, Bloomberg publicou uma reportagem sobre a pressão política sobre o governo. “Discussões no Congresso e o apoio ao pedido refletem uma crescente união da oposição em relação ao impeachment enquanto a maior economia da América Latina se afunda na recessão'', diz.
Em uma reportagem sobre a crise no país, o jornal americano “Washington Post'' lembrou dos protestos contra a presidente e a mobilização popular pelo fim do governo de Dilma. “A questão agora é saber se uma segunda agência de risco também vai rebaixar o Brasil. Se isso acontecer, o impacto pode ser dramático'', diz.
A agência de notícias Reuters publicou uma nota sobre o editorial do jornal “Folha de S.Paulo'' do domingo, em que o jornal diz que o governo está tendo sua “última chance'', reforçando na mídia internacional o sentimento de que o governo está sob risco.
Sem tratar especificamente da questão política do impeachment, a revista “The Economist'' publicou nesta quinta-feira uma reportagem sobre o aumento do desemprego do Brasil. Para a publicação, a “mordida'' da recessão está sendo sentida por milhares de brasileiros, e pode afetar ainda mais a força do governo Dilma. A revista critica o ajuste fiscal proposto e diz que “assim como esforços anteriores do governo, este ajuste parece insuficiente para reparar as finanças públicas, mas mais de que o necessário para irritar o Congresso, onde a cada vez mais impopular presidente não tem controle e onde o movimento para sua saída tem ganhado força. Dilma está se segurando em seu emprego por enquanto. Muitos brasileiros comuns não tiveram a mesma sorte'', diz.
Ainda não é uma opinião unânime entre a mídia internacional, mas percebe-se claramente uma nova linha de interpretação do atual momento brasileiro. A análise do posicionamento estrangeiro mostra que o movimento pelo impeachment não chega a ter apoio no resto do mundo, mas que olhares externos já começam a ver a saída de Dilma do governo como uma possibilidade real.
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