Acompanhamos
na mídia a crise fiscal ao qual passa o estado do Rio de Janeiro, com
atrasos e parcelamento de salários, alto endividamento com entes
privados e com a União, serviços públicos sucateados e greves sindicais
fazendo com que o governo não tenha paz para trabalhar. Propor 6 ações
que possam fazer com que o segundo maior estado do país em arrecadação
reencontre o caminho do crescimento:
Parcerias público-privadas com as universidades estaduais;
As universidades geridas pelo governo do estado (Uerj, UENF e UEZO)
sofreram um corte de 16% no seu orçamento na votação da lei orçamentária
do estado no final do ano passado. Isso prejudica muito ações das
universidades como pagamento de funcionários terceirizados, pagamento de
bolsistas e a manutenção do campus. Por isso, um modelo de participação
entre a iniciativa privada e as universidades, com as empresas
realizando parcerias com departamentos para o financiamento de
atividades acadêmicas e. em contrapartida, as universidades viriam a dar
prioridade as empresas parceiras na oferta de programas de estágio e
trainee. Não iremos ter perdedores com tal iniciativa: as universidades
iriam ter dinheiro em caixa, o estado com um problema a menos para se
resolver e a iniciativa privada ganharia com profissionais melhores,
preparados e qualificados.
Manutenção das renúncias fiscais e concessão controlada;
É esperado que um leigo em economia diga que basta aumentar impostos
para melhorar o caixa, mas vemos tal iniciativa sendo realizada pelo
Governo Federal e o resultado é desastroso: empresas fechando pelo
aumento da já elevadíssima carga tributária e o aumento do desemprego em
nosso país. O governo, a partir da gestão Sérgio Cabral Filho no ano de
2007, passou a dar incentivos fiscais para que empresas se instalassem
no Rio de Janeiro, porém escolheu apenas alguns setores e, entre eles,
empresas de setores não-competitivos como o de joalherias. Segundo
relatório do Tribunal de Contas do Estado o estado deixou de arrecadar
R$ 230 milhões em ICMS de empresas que vendem joias confeccionadas com
metais preciosos e que apenas contribuintes de alto poder aquisitivo
podem adquirir. Todavia, existem setores onde se faz necessária a
renúncia fiscal como os setores automotivo, elétrico, alimentício e
siderúrgico. Nesse caso, as renúncias fiscais servem para fomentar a
geração de emprego e renda para os cidadãos do estado do Rio de Janeiro.
Naturalmente, as renúncias de receita devem ser mantidas para não se
piorar ainda mais o cenário atual, porém só deve ser concedida a setores
que tem sua finalidade de competição no mercado e não para beneficiar
determinados grupos de interesses.
Demissão de funcionários com cargos comissionados;
Vivemos algo totalmente constrangedor no Rio de Janeiro, se tem mais
cargos comissionados que funcionários de carreira. A máquina pública
estadual, principalmente a partir de 2007 vem sendo um verdadeiro cabide
de empregos onde se empregam pessoas ligadas aos partidos políticos da
base do governo. Temos secretarias, como a Secretaria Estadual de
Governo (SEGOV), com apenas dez funcionários públicos de carreira e
seiscentos e dez comissionados. O critério do mérito do concurso público
vem sendo substituído pelo sujo e abjeto carreirismo político. Deve-se
cortar na carne e se realizar uma redução drástica no número de cargos
comissionados, economizando verbas e aplicando onde o dinheiro do
pagador de impostos se faz necessário.
Remanejamento de secretarias para prédios já pertencentes ao governo;
Buscando a economia de recursos algumas secretarias, que hoje estão
alocadas em salas e prédios alugados, deveriam ser realocadas para
ocupar prédios públicos que estão sem ou com pouco uso. Tal exemplo já
foi aplicado no ano passado pela Secretaria Estadual de Transportes na
gestão do secretário Carlos Roberto Osório, que transferiu a sede da
secretaria de Copacabana para a antiga Estação de Trem da Leopoldina.
Assim, utilizando um prédio que já pertencia ao Governo do Estado
reduziu despesas de aluguel, fazendo uma economia de recursos ao caixa
estadual.
Redução de secretarias estaduais;
Atualmente se tem 27 secretarias estaduais no Rio de Janeiro que
geram um alto custo para o contribuinte fluminense. Entre elas,
secretarias desnecessárias, como a Secretaria estadual de combate as
drogas e a Secretaria estadual de envelhecimento saudável e qualidade de
vida. São pastas que em nada ajudam na vida do cidadão e apenas
consomem verbas públicas. Deve-se cortar esse tipo de secretaria que
apenas agrada aos apadrinhados políticos dos partidos da base do
governo.
Auditoria das contas do governo
Revisar as contas da gestão estadual para se saber exatamente em
quanto está a dívida do Governo do Estado, para, em um segundo momento,
realizar uma renegociação e posterior pagamento. Essa regra deve valer
também para empréstimos, como aquele que o governo contraiu com o BNDES,
cerca de 1 bilhão de reais para a finalização da obra da Linha 4 do
Metrô do Rio, dando como garantia parte da arrecadação do estado. Um
estado que já está com as suas finanças combalidas não deve realizar
gastos irresponsáveis. A lista não é exaustiva, mas serve como sinal sobre qual caminho o
estado do Rio de Janeiro precisa seguir. Os atrasos nos pagamentos, os
parcelamento de salários e os serviços públicos sucateados são todos
consequências de uma gestão estadual que mimetiza os erros do governo
federal. Irresponsabilidade fiscal, aumento de tributação e
endividamento são os elementos essenciais para a receita do fracasso. É
hora de um pouco de racionalidade econômica para colocar o estado do Rio
de Janeiro em um novo caminho de prosperidade.
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