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Calmaria no mercado de trabalho é mais um sinal de que economia se deteriora de modo lento e gradual, com reflexos diretos no cotidiano
Uma calmaria abateu-se sobre o mercado de trabalho no primeiro trimestre deste ano. Como em tantos aspectos da vida econômica que dizem mais respeito ao cotidiano da população, como no caso do consumo ou da renda, não se detecta piora, mas avanços cada vez mais vagarosos --ou estagnação.
O número de empregados deixou de crescer nas regiões metropolitanas. O emprego formal cresce com mais vagar. Um setor importante da cadeia industrial, as montadoras de veículos, começa a dispensar funcionários.
No entanto, a taxa de desemprego é historicamente baixa. A renda média dos trabalhadores cresce ainda bem acima da inflação.
Tal balanço tem algo de extraordinário, pois o país cresceu de modo modestíssimo no último triênio, sem perspectiva de aceleração para este 2014 e para o ano seguinte.
A taxa de desemprego é a proporção daqueles que procuram trabalho, mas não encontram colocação. Não tem aumentado, em especial porque jovens de 18 a 24 anos optam por apenas estudar, dadas oportunidades maiores de financiar seu curso universitário e a melhoria de renda de suas famílias.
A oferta de trabalho não tem diminuído, embora pareça estagnar, porque empresas preferem represar trabalhadores treinados e qualificados, atitude facilitada em parte pela redução de custos trabalhistas devido à desoneração de impostos sobre a folha de pagamentos.
Parece difícil, porém, que tal situação perdure. Os custos salariais em alta pressionam a inflação, o que resulta em taxas de juros maiores, o que acabará por arrefecer mais a atividade econômica.
Os indicadores de confiança do consumidor e do cidadão estão nos níveis mais fracos desde a crise de 2009. O brasileiro ressente-se da inflação persistente e de dificuldades algo maiores de encontrar trabalho e obter reajustes salariais.
A manutenção do emprego em alguns setores, em especial da indústria, parece depender de novas medidas de estímulo financiadas por impostos, reivindicação de montadoras e metalúrgicos. Mas o governo só pode dar tais incentivos se permitir deterioração ainda maior das contas, grande empecilho à aceleração do crescimento.
Excetuadas as hipóteses de acidente grave na economia mundial ou de gesto tresloucado das autoridades econômicas, o incremento do desemprego não será crítico, ao menos neste ano.
Deve persistir, no horizonte visível, o equilíbrio medíocre de baixo crescimento, inflação no limite e desemprego baixo, insustentável no médio prazo. A alta de preços ou o excesso de gastos externos implicarão algum ajuste e um ciclo de alta do desemprego.
Enquanto o ajuste não vem, o ambiente econômico se deteriora de modo lento e gradual, com reflexos no cotidiano, percebidos pelo cidadão comum desde meados do ano passado. Não há crise. Mas a paciência se esvai, ainda que a conta-gotas.
O número de empregados deixou de crescer nas regiões metropolitanas. O emprego formal cresce com mais vagar. Um setor importante da cadeia industrial, as montadoras de veículos, começa a dispensar funcionários.
No entanto, a taxa de desemprego é historicamente baixa. A renda média dos trabalhadores cresce ainda bem acima da inflação.
Tal balanço tem algo de extraordinário, pois o país cresceu de modo modestíssimo no último triênio, sem perspectiva de aceleração para este 2014 e para o ano seguinte.
A taxa de desemprego é a proporção daqueles que procuram trabalho, mas não encontram colocação. Não tem aumentado, em especial porque jovens de 18 a 24 anos optam por apenas estudar, dadas oportunidades maiores de financiar seu curso universitário e a melhoria de renda de suas famílias.
A oferta de trabalho não tem diminuído, embora pareça estagnar, porque empresas preferem represar trabalhadores treinados e qualificados, atitude facilitada em parte pela redução de custos trabalhistas devido à desoneração de impostos sobre a folha de pagamentos.
Parece difícil, porém, que tal situação perdure. Os custos salariais em alta pressionam a inflação, o que resulta em taxas de juros maiores, o que acabará por arrefecer mais a atividade econômica.
Os indicadores de confiança do consumidor e do cidadão estão nos níveis mais fracos desde a crise de 2009. O brasileiro ressente-se da inflação persistente e de dificuldades algo maiores de encontrar trabalho e obter reajustes salariais.
A manutenção do emprego em alguns setores, em especial da indústria, parece depender de novas medidas de estímulo financiadas por impostos, reivindicação de montadoras e metalúrgicos. Mas o governo só pode dar tais incentivos se permitir deterioração ainda maior das contas, grande empecilho à aceleração do crescimento.
Excetuadas as hipóteses de acidente grave na economia mundial ou de gesto tresloucado das autoridades econômicas, o incremento do desemprego não será crítico, ao menos neste ano.
Deve persistir, no horizonte visível, o equilíbrio medíocre de baixo crescimento, inflação no limite e desemprego baixo, insustentável no médio prazo. A alta de preços ou o excesso de gastos externos implicarão algum ajuste e um ciclo de alta do desemprego.
Enquanto o ajuste não vem, o ambiente econômico se deteriora de modo lento e gradual, com reflexos no cotidiano, percebidos pelo cidadão comum desde meados do ano passado. Não há crise. Mas a paciência se esvai, ainda que a conta-gotas.
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