Político da Carcóvia, segunda maior do país, está "lutando por sua vida"; EUA anunciam novas punições contra Rússia
OM
O político Gennady Kernes, prefeito da Carcóvia, a segunda maior cidade
da Ucrânia, está gravemente ferido após ter sido baleado nas costas por
homens não identificados nesta segunda-feira (28/04). O ataque precedeu
o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de
uma nova rodada de sanções econômicas a ser imposta contra a Rússia.
Agência Efe
Ligado a partido pró-Moscou, prefeito da cidade de Carcóvia adotou tom patriótico desde que governo interino assumiu poder
Kernes tem 54 anos e havia saído para uma série de exercícios matinais quando foi atingido. "Os médicos estão lutando para salvar a vida dele", disse a porta-voz da prefeitura da Carcóvia, cidade universitária a cerca de 40 km da fronteira com a Rússia que, até o momento, mantinha sob controle os grupos pró-Moscou. Ontem, a cidade foi palco de enfrentamentos após um grupo de torcedores de uma equipe de futebol ter entrado em conflito com grupos anti-Kiev; dezenas ficaram feridos.
Prefeito desde 2010, Kernes é uma das principais lideranças políticas do Partido das Regiões, legenda pró-Moscou de Viktor Yanukovich, presidente ucraniano que teve de fugir do país em fevereiro após uma série de protestos. Por diversas vezes, Kernes criticou os manifestantes que tomaram a Maidan — praça no centro de Kiev e símbolo das das demonstrações pró-UE.
No entanto, desde que o governo interino assumiu o poder, suas declarações adquiriram um tom mais patriótico. Além de defender que a Carcóvia continuasse como parte da Ucrânia, Kernes também se coloca como mais uma vítima do corrupto sistema de poder implementado por Yanukovich.
Novas sanções
Também hoje, Obama anunciou que, entre as medidas previstas na nova rodada de sanções econômicas contra a Rússia, estão incluindas restrições ao comércio de bens de alta tecnologia. Os EUA acrescentarão 15 pessoas e 17 empresas à lista de nomes com ativos congelados e dificuldades para obter vistos de viagens internacionais.
"As ações perigosas e inflamatórias da Rússia contra a Ucrânia são ilegais e ilegítimas", assinala um comunicado emitido pelo secretário do Tesouro norte-americano, Jacob Lew. Ele ressaltou que as medidas foram tomadas em coordenação com a União Europeia.
Agência Efe
Em Lugansk, no leste da Ucrânia, manifestantes pró-Moscou anunciam em cartaz: "EUA e UE, tirem as mãos da Ucrânia"
Washington havia suspendido temporariamente seus planos de impor novas sanções à Rússia desde a assinatura do acordo de Genebra, firmado entre Rússia, EUA, UE e Ucrânia para diminuir as tensões no país. No entanto, o pacto, que previa anistia a manifestantes, desocupação de prédios e o fim da violência, não trouxe avanços ao caso.
Desde o início da crise, os EUA já haviam autorizado duas rodadas de punições a 33 cidadãos russos, bem como um banco do país. Obama disse ainda que manterá "na reserva" um pacote mais amplo de sanções econômicas para caso haja a situação se agrave.
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