segunda-feira, 28 de abril de 2014

Obama afirma que Putin não “levantou um dedo” para conter crise na Ucrânia 
Manifestantes pró-Rússia ocupam sede de Rádio e TV em Donetsk; um dos oito militares detidos em Slaviansk foi libertado 
OM
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manteve o tom de ameaça contra a Rússia neste domingo (27/04), acusando Vladimir Putin de "não ter levantado um dedo" para ajudar a solucionar a crise dos manifestantes pró-Rússia no leste e sul da Ucrânia.
Agência Efe
Manifestantes seguram bandeira da Rússia em apoio a grupo que ocupou TV regional em Donetsk neste domingo (27)
As declarações foram dadas durante entrevista coletiva concedida em Kuala Lumpur, capital da Malásia. O presidente afirmou ainda que Putin se encontra "isolado" e que a chave do problema está no "respeito à integridade territorial" da Ucrânia.
Estados Unidos e a União Europeia estudam a adoção de sanções punitivas a Moscou. Uma nova reunião deverá ser realizada nesta semana para estudar a questão, pois ainda não há um consenso sobre a imposição de medidas mais amplas que atinjam a economia da Rússia em geral.
Washington tem sido mais enfático que seus aliados quanto às possíveis sanções. Muitos países europeus estão preocupados com os riscos que tais ações podem trazer. Isso porque a região tem 10 vezes mais comércio com a Rússia do que os Estados Unidos e importa aproximadamente um quarto de seu gás natural do país euro-asiático.
A relação entre os países se agravou ainda mais na última semana após um grupo de manifestantes pró-Rússia sequestrar, há três dias, um grupo de oito militares europeus em missão de observação na Ucrânia, sob a alegação de serem espiões da Otan.
Situação dos militares
Um dos oito observadores internacionais detidos na última sexta-feira (26/04) foi posto em liberdade neste domingo. O homem de nacionalidade sueca foi libertado por ser portador de diabetes, como informou o prefeito autodeclarado de Sloviansk, Vyacheslav Ponomaryov, à Agência Reuters. Os demais sete observadores seguem em poder dos manifestantes e não há previsão para a libertação. Neste sábado (26), Ponomaryov anunciou a possibilidade de trocá-los por manifestantes pró-Rússia detidos pelo governo ucraniano.
O coronel alemão Oberst Axel Schneider, chefe da missão de inspetores militares, no entanto, declarou que o grupo não se considera “prisioneiro”, mas ressaltou que não sabe quando poderá retornar para casa, como informou a Agência Efe. "Desejamos do fundo de nossos corações voltar para nossas nações o mais rápido possível”, afirmou. E disse desconhecer as exigências para a libertação, mas garantiu que os sete estão em um lugar com boas condições, “com calefação e ar condicionado”.
O envio de uma missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), composta pela Rússia - bem como por todos os membros da Otan - à Ucrânia foi aprovado por Moscou, mas os soldados detidos fazem parte de uma missão separada do organismo que não requer o consentimento de Moscou, como esclareceu a Reuters. 
Os militares estão no país devido ao "Documento de Viena", assinado em 2011 pelos países da OSCE, segundo o qual qualquer Estado membro pode solicitar o envio de observadores militares estrangeiros desarmados a seu próprio território, como a Ucrânia fez no último mês de março.
Agência Efe
Manifestantes pró-Russia diante da entrada principal da TV regional de Donetsk ocupada neste domingo (27)

Tomada da Rádio e TV
Cerca de 400 manifestantes tomaram hoje (27), de forma pacífica, a sede da televisão e da rádio regional de Donetsk. Os manifestantes derrubaram um dos portões e entraram no prédio, onde içaram a bandeira da autoproclamada "república popular de Donetsk".
Após tomar o controle o grupo exigiu que os veículos transmitam os canais estatais russos. O governo de Kiev bloqueou, no último mês, a transmissão desses canais, que, segundo o governo, serve à “propaganda do Kremlin”.
De acordo com agências internacionais, os manifestantes cantavam "Donetsk é uma cidade russa! Rússia, Rússia!" e autoconvocaram um referendo sobre a autonomia da região, a exemplo do que ocorreu na Crimeia, para o próximo dia 11 de maio. A consulta foi declarada ilegal por Kiev.

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