Ataque a hotel de luxo e explosão matam ao menos oito na Líbia
Ao menos cinco dos mortos eram estrangeiros; segundo o 'NYT', grupo vinculado ao EI reivindicou autoria do ataque
O Estado de S. Paulo
Forças de Segurança cercam hotel em Trípoli
TRÍPOLI - Pelo menos oito
pessoas morreram nesta terça-feira, 27, após a explosão de um
carro-bomba e o ataque a um hotel de luxo em Trípoli, na Líbia, informou
uma fonte de segurança da cidade.
Um funcionário do hotel Corinthia informou que cinco homens
mascarados, usando coletes à prova de balas, invadiram o local depois de
os seguranças terem tentado impedi-los. Segundo a fonte, eles entraram e
realizaram disparos aleatoriamente contra os funcionários que estavam
no saguão.
Cinco pessoas que morreram eram estrangeiras, informou o
diretor das Forças Especiais líbias, Mahmoud Hamza. A nacionalidade dos
estrangeiros não foi informada.
O porta-voz do escritório de operações de Segurança Esam al Naas, informou que um dos responsáveis pelo ataque foi preso.
O funcionário do hotel relatou que ao chegar ao local houve
uma explosão no estacionamento, a uma distância de cerca de 100 metros
de onde estavam. Isso aconteceu depois de as forças de proteção terem
entrado no saguão e aberto fogo contra os homens que realizavam o
ataque. Ao menos dois soldados morreram em razão da explosão quando
estavam vigiando a entrada do hotel.
De acordo com a fonte, o hotel recebia hóspedes italianos,
britânicos e turcos, mas a instalação estava bem vazia no horário do
ataque. O funcionário não tinha informações sobre reféns, mas afirmou
que o primeiro-ministro Omar al-Hassi, morador do hotel, não estava no
local nesta terça.
O hotel Corinthia já foi alvo de um ataque em 2013, quando um ex-primeiro-ministro foi sequestrado no local.
Al Naas explicou que alguns empregados do hotel ficaram
levemente feridos e houve danos materiais em vários veículos, na fachada
do hotel e em outros edifícios adjacentes. O ataque provocou cenas de
pânico e as autoridades esvaziaram a região hoteleira de Trípoli.
Segundo Al Naas, a explosão ocorreu em um carro vermelho
modelo Honda, com as mesmas características do carro-bomba que explodiu
no dia 17 perto da embaixada da Argélia, deixando três feridos.
De acordo com o New York Times, o grupo que se
denomina Província de Trípoli do Estado Islâmico divulgou um comunicado
nas redes sociais assumindo a responsabilidade pelo ataque, que seria
uma retaliação à captura por tropas americanas do líder da Al-Qaeda
líbia Nazih Abdul-Hamed al-Ruqai, também conhecido como Abu Anas
al-Libi.
Desde a derrubada e o assassinato em 2011 do ditador líbio
Muamar Kadafi, o país tem se dividido entre milícias concorrentes e
tribos que disputam o poder. A transição pós Kadafi não funcionou e há
dois governos e Parlamentos rivais, cada um apoiado por milícias
diferentes, governando as regiões leste e oeste do país. A capital
Trípoli tem sido atingida por uma série de carros-bomba e disparos em
meio aos conflitos.
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