A escola e o ensino para primatas.
"o direito de comprar, vender, ou relacionar-se de outra forma; de escolher seu próprio domicílio, sua própria dieta, sua profissão, e de educar seus filhos conforme bem lhes pareça."
Thomas Hobbes
O Hospício Brasil de uns tempos para cá está tentando de todas as formas controlar a vida privada dos seus pacientes. Nem Hobes, defensor da monarquia absoluta, imaginou situação semelhante. O Leviatã brasileiro, uma excrescência típica de regimes totalitários, quer ditar o comportamento sexual, dizendo o que é certo e o que é errado, controlar os meios de informação e criar as suas "verdades", monopolizar o ensino dado aos brasileiros, seja em escolas públicas, seja em escolas privadas. Com isso ele pretende amestrar os cidadãos-pacientes de acordo com uma cartilha que só é concebível nas mentes deformadas dos seus governantes.
Alguns brasileiros que puderam ter acesso ao ensino dado num ambiente de maior liberdade sabem que o Leviatã brasileiro vai provocar a imbecilização coletiva das crianças, tirando delas a capacidade de raciocínio.
À atuação do Estado, soma-se a falta de bom senso, instrução e excesso de má-fé, relaxo e leviandade de alguns pais, que não querem ter a responsabilidade de educar os próprios filhos, passando para a escola a missão de educá-los.
Sem a mínima base intelectual, sem parâmetros morais e éticos, a criança chega na escola e não aprende nada que possa transformá-la num ser humano decente. O PIB do Hospício cresceu, mas o país ainda ocupa a 88ª. posição no ranking mundial no que diz respeito à educação.
Nada mal para um país que teve um presidente que se orgulhava por não ter cursado nada que prestasse ao seu crescimento espiritual e chegado mesmo assim ao cargo máximo da República.
Escolas para primatas
O ensino público
O meu dever é falar, não quero ser cúmplice.
Emile Zola
Quando eu ainda lecionava, eu dizia algo óbvio para a esquerda: a escola é o mais poderoso instrumento de controle ideológico que existe.
Quando pensamos nos controles do meios de comunicação (a tal "lei da mordaça"), o monopólio de concessão de estações de rádios. Quantas pertencem a políticos suspeitos e apadrinhados? Veja o exemplo de José Sarney. Canais de televisão, etc, percebemos que a situação do Hospício Brasil é caótica.
A decadência do ensino público é mais visível, mas ele também acontece no ensino particular.
A crítica ao ensino particular ficará para um artigo a ser postado em breve.
Para enumerar alguns pontos que ao meu ver são responsáveis pela decadência do ensino público, posso citar:
1 - Pais relapsos, sem parâmetros morais ou mentalmente incapazes, apeirokalia.
Uma parcela considerável dos pais dos alunos em escolas públicas simplesmente não se importam com o destino dos seus filhos. Eles não querem aborrecimentos. Não querem que eles fiquem dentro de casa, não possuem o desejo de ensinar (mesmo porque não possuem qualquer espécie de formação). Neste caso, nada melhor do empurrar as suas "crias" para a escola para se verem livres delas. A mulher pode ser "livre" para ver novelas e disperdiçar o seu tempo com coisas mais importantes do que cuidar dos seus próprios filhos e o homem pode gastar as suas horas livres no bar jogando bilhar, indo aos jogos de futebol.
Desprovidos de parâmetros morais, os pais criam uma família completamente desestruturada (caso recente da menina assassinada pela amante do pai), pais traficantes ou ladrões. Como ensinar os padrões mais fundamentais da moral se eles próprios desconhecem. O exemplo vem de casa dizem alguns.
Os pais mentalmente incapazes são aqueles viciados em algum tipo de droga, como o álcool, o jogo, a maconha, a cocaína, o crack. Há muito eles deixaram de habitar esse mundo e arrastam os seus filhos para o mesmo destino. Apeirokalia: a quase totalidade dos pais desconhecem as coisas mais bonitas, mais belas. Presos ao padrão do mundo cão, divertem-se com programas de televisão e outras bobagens. Como eles poderiam explicar para os filhos o que bom e belo, se eles próprios desconhecem a beleza?
2 - Políticas públicas inexistentes ou ineficazes.
2.1 - No Legislativo (federal ou estadual) não existe um "lobby" para defender um ensino público de melhor qualidade. O desprezo é tão grande que um palhaço analfabeto, "Tiririca", foi indicado para integrar a Comissão de Educação e Cultura na Câmara dos Deputados. Enquanto isso, o setor privado ligado à educação fatura horrores com a abertura de um número absurdo de escolas e universidades (existem mais vagas nas universidades do que alunos dispostos a frequentá-las).
2.2 - Os últimos governos entregaram a educação a um bando de "pedagogos" comprometidos ideologicamente com uma proposta: controlar a população desde cedo. Educar para quê? O importante é doutrinar. Tirar dela qualquer capacidade de crítica ou oposição ao atual "estado de coisas". Para isso, adotaram cartilhas "politicamente corretas", onde tudo é relativo. Não há certo ou errado. E isso é uma porcaria, pois corrompe os valores nos quais a sociedade se fundamenta e tudo acaba numa vala comum.
Reduzir a população (adultos, jovens e crianças) à simples condição de observadores do assalto aos cofres públicos fazendo-as acreditar que isso é normal.
A ideia de não se reprovar o aluno e passá-lo de uma séria a outra, "respeitando as suas deficiências" (mentais ou de caráter?) faz com que esses jovens e crianças avancem nos estudos sem conseguir ler e escrever corretamente, formando gerações de anafalbetos funcionais. Que darão origem a uma geração de...analfabetos funcionais e aí pelo infinito.
O Ministério da Educação faz propaganda na televisão tentando "valorizar" o "papel" do professor. Com os salários que paga, só os desesperados, que não têm melhores oportunidades seguem carreira de professor. "O magistério é um sacerdócio", dizem alguns. Estupidez. Experimente falar isso para um médico ou a um advogado. Que eles devem se sacrificar pela profissão escolhida. Vão dizer que você está louco. Um amigo professor resumiu numa frase exemplar: "somos trombadinhas da educação".
É a isso que os professores foram reduzidos. Trombadinhas da educação. Quem não concorda com o "esquema", desiste da carreira. Construir um país com um povo iletrado é impossível. Ninguém conseguiu. Mas se os governantes desse país são iletrados, o que fazer?
Aos pais conscientes, eu digo:
"Temos guardado um silêncio bastante parecido com a estupidez" Frase famosa que consta da declaração da Junta Tuitiva de los Derechos del Pueblo (1809), que muitos acreditam ser de Eduardo Galeano.
Manifestem-se, como fizeram alguns pais da cidade de Recife, Pernambuco. Sentindo a decadência moral daquele lugar, se insurgiram contra um livro paradidático chamado "Mamãe, como eu nasci?" destinado às crianças de 08 a 10 anos de idade. O conteúdo deste livro é tão embaraçoso que eu não tenho coragem de colocar algum trecho dele para exemplificar a minha ideia. Mas eu não iria querer isso para a minha filha. Não é adequado, simplesmente.O livro foi distribuído para 25 mil crianças, o que envolve uma grande soma, para a editora, autor e quem a patrocinou (propina ou estupidez?).
3 - Corpo discente
3.1 - Existem alunos que não possuem condições intelectuais para cursar sequer o ensino fundamental, secundário e muito menos o superior. São desprovidos de inteligência suficiente que lhes possibilite a aprendizagem. Deveriam estar em cursos especializados, voltados para esse tipo de aluno. Mas os "pedagogos" do Hospício Brasil criaram a política de inclusão. Esse tipo de aluno, com vários problemas, estuda junto com os outros alunos, considerados "normais". Resultado: ele se torna motivo de piada, objeto de escárnio dos outros adolescentes (o ser mais cruel é o adolescente). Ao mesmo tempo, ele é colocado numa classe com 50 ou mais alunos e o ensino deve ser dado tendo em vista os demais, Mas as avaliações devem ser feitas tendo em vista a sua deficiência cognitiva.
Quando ele não atinge nota suficiente, a direção da escola procura o professor e o pressiona para que a nota seja aumentada.
O pior é que ele consegue cursar uma universidade e se formar. Você diz: "como você pode ser tão cruel?"
Eu respondo: "Você tão politicamente correto, confiaria num médico cujo QI é o de uma ameba?? Confiaria a sua vida ou a vida do seu filho a uma pessoa assim???"
3.2 - Existem os alunos que são capazes de aprender, mas não querem. Eu dizia na sala de aula: "Nem Jesus Cristo com um manual de instrução, iluminado pelo Espírito Santo, conseguirá ensinar algo para esse tipo de aluno". Faça um teste: corrija provas discursivas e veja se eles escrevem corretamente. Cansei de ver escrito "naum", "presso", "almento", "Portugual", "omem".
Farto, disso tudo, concluí que é impossível exercer a profissão de educador (não "dador" de aula) quando se trabalha com esse tipo de aluno.
Leio com espanto um artigo de Igor Pantuzza Wildman que relata o caso de um estudante, em Belo Horizonte, que "processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente". É o fim. Um estudante imbecil, relapso, preguiçoso, processa a escola e o professor acusando-os de obrigá-lo a estudar!
Infelizmente, os que não querem aprender estão se tornando maioria.
4 - Corpo docente:
Os verdadeiros educadores que pemanecem no ensino e dependem dele para sobreviver são verdadeiros heróis. Eu não consegui, gastava por mês quinhentos reais em revistas e jornais para me atualizar e trazer algo de novo e fresco para os alunos. Concluí que era mais fácil não fazer mais nada.
Um amigo que é médico disse para mim: "Por que você lê tanto?" Na época eu achei que ele estava brincando. Hoje eu vejo que é verdade.
Eu montei em minha casa três bibliotecas. E moro em Araçatuba (SP). Um deserto cultural maior que o deserto do Saara.
Ele tinha razão. Eu estava errado. Por que ser professor?
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