sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Os ministros da Justiça provam que o lulopetismo é incompatível com o estado de direito democrático
Valentina de Botas - Blog do Augusto Nunes
Quantos passados um homem tem? José Eduardo Cardozo foi vereador e deputado federal antes de suceder Tarso Genro que sucedeu Márcio Thomaz Bastos no Ministério da Justiça. MTB, o grão-duque do lulopetismo, usou o aparelhamento ideológico da PF naquelas operações espetaculares em que era presa e exposta gente de pijama para mostrar que no governo do PT a elite também estava à mercê do primitivismo. Pela delinquência atávica da seita, em vez de sanear as indignidades contra suspeitos pobres, o PT as distribui nazelite não cooptada. A Justiça, desfazendo os abusos, soltava meio mundo.
Enquanto a prestidigitação justiceira do teje preso passava no Jornal Nacional, nos bastidores o jeca fundava a república pixuleca, o mensalão comia solto – depois de preso também – e o petrolão jorrava oculto. Mensalão? A piada de salão do Delúbio era caixa 2, na piada terminológica do ministro. E MTB, seguro de que sua obra a ser continuada no sucessor garantiria a liberdade dos companheiros, foi descansar sem dar um pio sobre Lidiane Alves Brasil – a menina paraense que conheceu o inferno inteiro de uma cela masculina onde foi enjaulada – e ignorando os calabouços medievais que fazem Cardozo preferir morrer a habitá-los ou tampouco saneá-los.
Antes veio Tarso Genro cuja, digamos, gestão cuidou de um único condenado, o Battisti. Não pela sordidez das prisões nossas, Tarso e linhagem ignoram torturados sem pedigree ideológico, o problema era a Itália que, teimando prender condenados, queria o condenado Battisti numa prisão italiana que seria o paraíso para qualquer brasileiro condenado órfão de Ministro. Livrando Battisti, Tarso mandou para a prisão os inocentes boxeadores cubanos culpados do anseio de se libertar do paraíso castrista. Então, Tarso se retirou cheio de inspiração grudenta para aqueles poemas dele.
Na coleção individual de patifarias para servir o partido, Cardozo silenciou quanto à execução da brava juíza Patrícia Acioli por milicianos no Rio de Janeiro. Antagonizando com o PT, ela cumpria a lei mandando prender bandido, e Cardozo ponderava que, ora essa, a juíza deveria ter esperado o sistema prisional melhorar. Afinal o PT só estava no poder havia 9 anos e é impossível fazer isso em 9 ou 90 anos com ministros da justiça do partido, não de Estado.
A relativa longevidade dos titulares do Ministério da Justiça, pelo qual o PT tem sintomática predileção, num regime que faz da descontinuidade administrativa mais uma forma de continuar não servindo os brasileiros, integra uma estratégia espúria acionada também quando os lulopetistas descobrem que boa parte – a melhor parte – das instituições resiste perigosamente à capitulação que buscavam e os Silvas deles estão sujeitos à lei como quaisquer Silvas. MTB e Tarso Genro são o passado que interessa na linhagem degenerada que Cardozo dignifica cumprindo a mesma missão nunca para o interesse do país, mas sempre para o da súcia, num empenho que aflora tão asqueroso quanto inútil. O Brasil não pode mais permanecer à disposição das patologias do PT, partido incompatível com o estado de direito democrático.

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