segunda-feira, 20 de março de 2017

Fazendeiros europeus exigem que Mercosul garanta rastreabilidade do gado brasileiro
Grupos de defesa agropecuários afirmam que padrão de qualidade do Brasil é inferior ao europeu
O Globo 
O Comitê de Organizações Agrícolas Profissionais (Copa) e o Comitê Geral para Cooperação Agrícola na União Europeia (Cogeca), duss entidades de representação de fazendeiros pecuaristas do bloco econômico, exigem que o Mercosul assegure a rastreabilidade do gado em meio às repercussões internacionais do escândalo de corrupção envolvendo grandes frigoríficos brasileiros em um esquema de manipulação de carnes, deflagrado pela Operação Carne Fraca na semana passada pela Polícia Federal. Na Irlanda, grande concorrente do Brasil no mercado pecuário, o partido irlândes Sinn Féin afirmou que a investigação da PF destacou os padrões de baixa qualidade e exigiu pela suspensão das importações brasileiras à Europa.
Em carta das associações enviada à Comissão Europeia, braço executivo da UE, os representantes exigem que o bloco latino-americano proíbam o uso de carne e farinha de ossos na produção de aves para exportação à União Europeia.
Os grupos de defesa dos fazendeiros tomaram tal medida enquanto as negociações entre os dois blocos econômicos continuam, com a próxima rodada esperada para este mês.
“Esses países no momento não têm os mesmos padrões que nós”, sustentam a secretária-geral de Copa e Cogeca, Pekka Pesonen em comunicado. “Isso foi ressaltado com a situação no Brasil”.
Segundo Martin Kenny, porta-voz do Sinn Féin para assuntos agropecuários e alimentícios, o ministro da Agricultura irlandês, Michael Creed deve proibir as importações brasileiras imediatamente, de acordo com informações do “Irish Times”.
“A qualidade da carne irlandesa produzida do gado livre alimentado com pastagem, criados em fazendas familiares, sob os mais altos padrões não deve ser forçada a competir com países onde os padrões são, em comparação, inexistentes”, sustentou o porta-voz. “O Brasil é um dos principais concorrentes da Irlanda no mercado de carne europeu, mas vemos hoje que as autoridades de lá expuseram um enorme escândalo no setor.
Segundo Kenny, a situação no Brasil serve para alertar acordos comerciais internacionais, como o Ceta (Acordo Econômico e Comerical Global, entre Canadá e UE), que podem definir meios de produção mais baratos e qualidade mais baixa contra a “excelência única da carne irlandesa”

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