segunda-feira, 29 de maio de 2017

A ONU e a soberania nacional
A ONU, do alto e sublime trono no isolamento de seus desconhecidos burocratas, condenou o governo brasileiro “pelo uso excessivo de força policial… de violência”. Declararam, pela Comissão Internacional dos Direitos Humanos, que o uso de armas de fogo contra protestos deve ser “excluído”. Ora, quem observou os fatos ocorridos na última quarta-feira (24) também não pôde deixar de notar a queima de vários prédios de Ministérios em Brasília, os inúmeros policiais feridos ou mortos, as armas letais dos delinquentes, o ódio atroz nos discursos e o pesado armamento do tráfico em São Paulo.
Diante de um cenário declarado de guerra civil, em ambas as cidades, a força policial deveria tomar que ação, segundo o beautiful people de Bruxelas? Abraçar os criminosos e sussurrar-lhes nos ouvidos mensagens de paz e tolerância? Oferecer-lhes margaridas em troca dos coquetéis molotov? Entoar-lhes Imagine de Lennon para acalmar os ânimos? Apanhar mansamente e deixar que a ordem, as vidas e o patrimônio dos brasileiros fossem destruídos pela revolta violenta de minorias que babam raiva e fogo? A polícia desarmada no Brasil só faria sentido se os bandidos também o fossem; se blackblocs e sindicalistas extremistas tão frequentemente não nos ameaçassem fisicamente.
A hipocrisia tem a qualidade ímpar de resguardar para o hipócrita o monopólio da virtude inatacável e para o detratado toda a vileza que, lançada sem piedade e com exageros, compensa e dissocia discursiva e desproporcionalmente os erros e males perpetrados pelo agente. Que ação tomaria a ONU, caso revoltosos semelhantes aos brasileiros tomassem de assalto sua sede em Bruxelas, ateassem fogo nas ruas, quebrassem suas vidraças e comprometessem a integridade física dos burocratas e da população belga? Certamente veríamos uma amostra da mais ordenada e eficaz repressão policial armada. Suponho que até a OTAN iria lá para intervir, fosse o caso.
Enquanto o Brasil sangra e chora com mais de 70.000 homicídios por ano, entre inocentes e culpados; enquanto nossas crianças têm suas consciências e potencial individual destroçados por métodos educacionais já abandonados nos países que os criaram (França); enquanto nossos grandes heróis são esquecidos e substituídos por anti-heróis lava-jateiros; enquanto o país sucumbe numa crise moral sem precedentes; enquanto a nossa alta cultura tenta a passos lentos se recriar; enquanto o cidadão de bem não tem o direito de ter uma arma em casa para sua própria defesa; e enquanto ainda não conseguimos derrubar aqueles que há 50 anos nos causaram esses males e hoje integram nossas cúpulas, temos de ouvir da ONU que não podemos tentar manter o resto de ordem e decência que nos são devidas pelos limitados meios que dispomos nesse caos nacional.
O que as Nações Unidas querem tornar inamovível, a mais de dez mil quilômetros de distância, é que importa ao Brasil, nação soberana que é, temer mais notinhas de condenação e repúdio de órgãos internacionais que a salvaguarda do seu povo, que a segurança nacional. O Brasil não há de se pôr genuflexo perante estrangeiros pacifistas. Precisamos de pacificadores, mas SI VIS PACEM, PARA BELLUM, diz o adágio latino. Ou seja, se desejas a paz, prepara-te para a guerra. Mata-se neste país por ano mais do que as guerras do Oriente Médio e não há um plano estratégico vindo da ONU para nos ajudar, senão uma notinha pública dizendo que devemos excluir o uso de armas em protestos, que o órgão esqueceu de mencionar que são pra lá de violentos.
Como bom brasileiro, não reconheço qualquer organização internacional que, alheia à realidade brasileira mesma, deseja regrar sobre nossa vida e soberania nacional segundo princípios abstratos, aplicáveis apenas a ambientes herméticos e controlados como os frios escritórios da ONU na Europa.

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