segunda-feira, 29 de maio de 2017

Falta de nome para o pós-Temer dá fôlego para o peemedebista

Alan Marques - 21.fev.2017/Folhapress
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 21.02.2017.O presidente da República, Michel Temer participa, ao lado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, participa da Reunião com a Comissão de Reforma da Previdência.(FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
Rodrigo Maia, Michel Temer e Henrique Meirelles em reunião com a comissão da reforma da Previdência

BRASÍLIA - A falta de um nome que aglutine as forças políticas que hoje discutem o pós-Temer tem garantido a sobrevida que o peemedebista julga ter para retomar sua agenda reformista no Congresso.
Não temos um varão de Plutarco. A diagnose é acurada e causa surpresa por vir de forma tão aberta de onde menos se poderia esperar. Ao "Valor", o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) descartou a renúncia presidencial e demonstrou zanga com as articulações em curso por eleições indiretas sob o beneplácito de aliados de primeira hora.
"É um momento em que você não tem no Senado um varão de Plutarco, uma referência que esteja acima de tudo e de todos, sobretudo do ponto de vista intelectual. Nós não temos, é uma pena. No passado tivemos", lamuriou o ministro.
O adendo que se faz à fala do conselheiro palaciano é que a ausência se dá não apenas no Senado, onde Tasso Jereissati (novo comandante do tucanato) desponta com vantagem na disputa. Da Câmara, só o que surge é a óbvia especulação em torno de Rodrigo Maia, genro de Moreira. Até a realização do pleito indireto, o deputado deverá assumir o Planalto —com a pena na mão para nomeações e liberações de verba.
Tasso e Maia oscilam nas apostas do mercado financeiro e do empresariado nacional, para quem o que importa de fato é a manutenção da política econômica e a aprovação das reformas. Até por isso, nomes fora dos muros do Congresso —Nelson Jobim, FHC ou Henrique Meirelles— enfrentam mais resistências.
O presidente da República ganha oxigênio à espera do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE e enquanto a concertação pelas indiretas não encontra seu próprio varão.
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Uma das primeiras e poucas mulheres a assumir cargo na alta cúpula do governo, Maria Silvia Bastos, do BNDES, é a primeira a pular da pinguela. Moreira aplaudiu.

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