quarta-feira, 30 de julho de 2014

Os anões diplomáticos
Rodrigo Constantino - VEJA
O Mercosul emitiu hoje uma nota de repúdio ao Hamas, exigindo o imediato cessar dos ataques com mísseis aos civis israelenses e definiu como inadmissível o uso de crianças e inocentes palestinos como escudo humano. Na nota, o Mercosul apoia as sanções dos Estados Unidos e Europa à Rússia após novas evidências que mostram a conivência e o suporte do país aos separatistas ucranianos, que derrubaram um avião da Malásia com quase 300 pessoas a bordo.
Ainda na mesma nota, os países do Mercosul decidiram condenar em bloco a ditadura cubana, atestando que é nefasto um regime que mantém como escrava a própria população por meio século, e que fuzilou milhares de presos políticos apenas pelo “crime” de opinião. Por fim, o Mercosul decidiu expulsar a Venezuela do bloco, reconhecendo que fora um grande equívoco aceitar o país que não cumpria as cláusulas democráticas.
Agora o leitor já pode acordar, deixar o sonho de lado, e mergulhar no pesadelo da realidade. Nada disso é verdade, claro. O Mercosul emitiu nota sim, mas condenando apenas Israel e pedindo investigação de violação de direitos humanos somente para o pequeno país democrático do Oriente Médio. Vejam a foto com esses “gigantes” mundiais dos direitos humanos:

Fonte: GLOBO
No centro, destacando-se pela maior estatura (física, não moral), está Nicolás Maduro, aquele tiranete que usa milicianos cubanos para perseguir a própria população venezuelana. Todos são camaradas de Fidel e Raúl Castro, os maiores ditadores do continente. Alinharam-se ao Irã e à Rússia, ambos alvos de sanções por parte dos países desenvolvidos justamente por desrespeito aos direitos humanos.
Esses incríveis “humanitários” condenaram o “massacre” de Israel, e não citaram uma única palavra de condenação ou crítica ao Hamas, grupo terrorista que usa a própria população como escudo humano. É como se Sarney, Maluf e Lula emitissem uma nota cobrando ética na política. Uma piada!
Quando “anões diplomáticos” como esses representam a América Latina, tudo que podemos fazer é sentir uma imensa vergonha, e deixar bem claro aos israelenses que essa gente não nos representa de fato!
PS: Dilma aproveitou a ocasião para oferecer apoio incondicional ao governo argentino, prestes a desrespeitar a Justiça americana e dar mais um calote nos credores internacionais. Preferiu apelar para o sensacionalismo e criticar os “abutres”, os “especuladores” que ganham à custa do sofrimento do povo. Se ao menos ela estivesse falando desses próprios líderes e governantes…
PS2: “Se entende que soldados morram em uma guerra, não crianças, mulheres, idosos”, disse Cristina Kirchner. Perguntar não ofende: pela lógica desses “progressistas igualitários”, isso não seria machismo? Quer dizer que mulheres são, afinal, do sexo frágil e merecem tratamento diferenciado? Precisam se decidir…

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