Rodrigo Constantino - VEJA
O ex-presidente Lula, que andava um tanto
sumido, resolveu fazer ameaças “veladas” e incitar até mesmo o que
poderia ser uma guerra civil no país. Em ato supostamente a favor da
Petrobras, e na prática a favor da quadrilha instalada na estatal, Lula
atacou a imprensa, repetiu que estão tentando “criminalizar” o PT,
voltou a mencionar que a elite não suportaria a ascensão social dos mais
pobres, e ainda citou o MST como braço armado pronto para enfrentar
esses “inimigos”:
Nossa
querida Dilma tem que levantar a cabeça e dizer: eu ganhei as eleições. E
governar o país. Não pode ficar dando trela senão ficamos paralisados –
disse Lula, queixando-se principalmente do que ele chamou de condenação
antecipada da imprensa e da oposição. – Nós ganhamos a eleição e
parecemos envergonhados. Eles perderam e andam por aí, pomposos.
Minutos
depois de ouvir um apelo do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra (MST), João Pedro Stédile, para que Lula volte às ruas para
liderar manifestações em defesa da Petrobras, o ex-presidente cobrou dos
militantes do PT e dos sindicatos uma reação.
– Em vez de
ficarmos chorando, vamos defender o que é nosso. Defender a Petrobras é
defender a democracia e defender a democracia é defender a continuidade
do desenvolvimento social nesse país – afirmou, aplaudido. – Quero paz e
democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stedile
colocar o exército dele nas ruas.
Que exército é esse de Stédile? A que
ponto chegamos? Um ex-presidente da República chama de exército um grupo
de invasores criminosos liderados por um sujeito que, em qualquer país
sério do mundo, estaria cumprindo pena atrás das grades por todos os
seus crimes. O escárnio com as leis do país, vindo de um ex-presidente, é
uma afronta ao estado de direito. Então quer dizer que Lula assume o
que todos já sabiam, que o MST é uma espécie de exército paralelo? E
fica por isso mesmo? Eis o vídeo:
Há anos que os críticos do MST apontam a
localização estratégica dos “assentamentos” e a convocação de um
“exército” de bandidos prontos a atuar em prol da “revolução marxista”
dos piratas disfarçados de “movimento social”. Agora, aquilo que era
sabido, mas falado por poucos, vem à tona dito de forma direta e
escancarada pelo próprio líder do motim. Lula enxerga no MST um exército
pronto para lutar por seus interesses, ou seja, pela perpetuação no
poder ainda que de forma ilegítima e ilegal.
É o discurso de um trombadinha, de um
delinquente, de um marginal. Mas de alguém bastante desesperado também. E
essa tem sido a marca dos petistas. Estão com medo, com muito medo de
perderem suas tetas estatais e de pararem na cadeia. Os “soldados” da
CUT, outro exército informal do PT, também parecem prontos para lutar,
não em defesa da Petrobras, pois isso exigiria cobrar mais investigações
e tirar os bandidos da estatal, tudo o que querem evitar, mas sim pela
manutenção da camarilha no poder.
Os “militantes” se transformam cada vez
mais em milicianos, como na admirada Venezuela, que agora mata até
adolescentes nos protestos contra o governo. Os encrenqueiros do PT e da
CUT resolveram partir para a grosseria e a violência contra aqueles que
gritavam “Fora Dilma” e pediam o impeachment da presidente. É a
linguagem do PT, não de hoje, mas de sempre. O uso ou a ameaça do uso de
violência para substituir a falta de argumentos.
“A tentativa de intimidação é uma
confissão de impotência intelectual”, disse Ayn Rand. O PT é impotente
do ponto de vista intelectual. Restava-lhe o populismo e a demagogia, e
agora que o custo de tanta incompetência, trapalhada e roubalheira está
aparecendo, a reação do partido é o pânico que leva a tais ameaças.
Enquanto os petistas e os sindicalistas
violentos faziam ato “em defesa da Petrobras”, a estatal sofria o
rebaixamento da nota de investimento pela agência de risco Moody’s. Que
irônico! A presidente Dilma, sem ter o que dizer, preferiu culpar o
mensageiro e alegar que há desconhecimento por parte da agência. Sem
dúvida. Se houvesse mais conhecimento, a empresa já teria sido rebaixada
faz tempo! A Operação Lava-Jato tem trazido parte da sujeira à luz, mas
ainda é pouco perto do que os petistas fizeram com a estatal, e ainda
existem várias outras estatais por aí…
Os governistas estão perdendo as
estribeiras. Estão acuados, e ratos acuados se tornam perigosos,
violentos. Temem o império das leis, as investigações dos órgãos
estatais, a insatisfação crescente da população, cansada do pior índice
de inflação dos últimos 12 anos, da recessão, da bagunça nas contas
públicas, do caos no transporte, na saúde, na educação. Os caminhoneiros
resolveram parar várias cidades, reclamando do aumento do combustível e
da queda no frete. O clima é de desencanto, que pode rapidamente levar
ao desespero.
Cientes disso, os petistas sabem que não
será possível contar com os truques do marqueteiro João Santana para
sempre. O estelionato eleitoral está claro para todos. O discurso da
presidente Dilma, de tentar culpar FHC pelo que se passa na Petrobras,
pegou muito mal, e nem os “intelectuais” endossaram tamanha baboseira. O
PT já ensaia até uma nova tentativa de reaproximação do PMDB, como
medida preventiva.
Por qualquer ângulo que observamos, o que
podemos notar é o desespero dos petistas. E não é para menos! Eles
destruíram o Brasil nos últimos anos, e a conta apenas começou a chegar.
A fala de Lula sobre o “exército de Stédile” talvez seja o mais claro
sintoma desse medo. É um apelo baixo, uma jogada de quem se vê cada vez
mais contra a parede. Mas o Brasil não vai temer esse “exército” de
criminosos. O Brasil não é a Venezuela de Maduro, e isso aqui não é a
casa da mãe Joana. Se o MST tomar as ruas, o legítimo Exército Nacional
estará lá para impor a ordem e a lei. Disso não tenho dúvidas…
PS: O senador Ronaldo Caiado não deixou o
ato de Lula passar em branco, e respondeu à altura, com a coragem que
falta ao ex-presidente:
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