As teorias sobre a morte do promotor Nisman (das possibilidades às mais tresloucadas conspirações)
Ariel Palacios - Blog Os Hermanos
Desde que no fim da noite do domingo dia 18 de janeiro apareceu o primeiro tuíte do jornalista Damían Pachter informando sobre a morte do promotor federal Alberto Nisman, surgiram as mais variadas teorias sobre essa defunção, algumas das quais tresloucadas.
Nisman morreu quatro dias depois de ter denunciado a presidente Cristina Kirchner pela suposta negociação em 2012 de “um plano de impunidade e de encobrimento dos fugitivos iranianos acusados” do ataque terrorista contra a AMIA, realizado em Buenos Aires em 1994. No atentado morreram 85 pessoas. Outras 300 pessoas foram feridas e mutiladas. A Justiça argentina considera culpados do atentado o presidente do Irã na época, Ali Akbar Rafsanjani; o ex-chanceler Ali Akbar Velayati; o ex-ministro de Inteligência, Ali Fallahijan; o ex-chefe chefe da Guarda Revolucionária, Mohsen Rezai; o ex–chefe da Força Quds e ex-ministro da Defesa, Ahmad Vahidi; além de outros três diplomatas.
Além da presidente Cristina, a denúncia englobava o o chanceler Héctor Timerman, o líder piqueiteiro kirchnerista Luis D’Elia e o deputado Andrés Larroque, chefe de “La Cámpora”, denominação da juventude kirchnerista.
Aqui seguem todas as teorias que ouvi e vi:
– Nisman suicidou-se por depressão
– Nisman suicidou-se porque havia percebido que sua denúncia não tinha fundamento
– Nisman suicidou-se por motivos desconhecidos
– Nisman suicidou-se por chantagens do governo da presidente Cristina Kirchner
– Nisman suicidou-se por chantagens da oposição
– Nisman suicidou-se para colocar a culpa na presidente Cristina (uma espécie de ação similar à do advogado guatemalteco Rodrigo Rosenberg, que em 2009 – de acordo com investigações de uma comissão da ONU – ordenou a um grupo de jagunços que o assassinassem para colocar a culpa no presidente Álvaro Colom)
– Nisman foi assassinado por ordens do governo Kirchner
– Nisman foi assassinado por alguém que queria agradar a presidente Cristina Kirchner ao eliminar alguém incômodo para ela
– Nisman foi assassinado por ordens de líderes do peronismo dissidente (não existem teorias sobre eventuais ordens de outros partidos políticos, como se os únicos que pudessem ordenar um assassinato fosse algum representante das diversas facções peronistas) para complicar Cristina.
– Nisman foi assassinado pelo Grupo Clarín, considerado “inimigo mortal” pela presidente Cristina e acusado de todos os males do país pelo governo, tipo Valdemort na saga Harry Potter
– Nisman foi assassinado por espiões da Secretaria de Inteligência argentino em uma briga interna desse serviço (os mesmos espiões que foram designados pelo governo Kirchner nos últimos doze anos e que recebiam fundos cada vez maiores por parte da presidente Cristina)
– Nisman foi assassinado pela CIA (para prejudicar o governo Kirchner)
– Nisman foi assassinado pelo Irã (para eliminar uma pessoa incômoda que estava investigando a participação de Teerã no atentado da AMIA)
– Nisman foi assassinado pelo Mossad (uma manobra intrincada na qual mata-se um judeu argentino para colocar a culpa nos iranianos)
– Nisman foi assassinado pelo governo do venezuelano Nicolás Maduro (porque ele ameaçava os aliados governos da Argentina e do Irã)
– Nisman foi assassinado por um assunto passional (essa é uma versão que integrantes do governo tentaram instalar, baseados na insinuação feita pela própria presidente Cristina, indicando que Nisman e Diego Lagomarsino, seu assessor em informática, que foi a pessoa que emprestou ao promotor a arma calibre 22 que foi usada na morte 24 horas depois, eram “amigos íntimos”)
O assunto, longe (aparentemente) de se resolver a curto prazo, prometer ser um dos hit parades deste ano (um ano que, mesmo antes desta morte, prometia ser um colossal imbroglio).
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