Analistas preveem vários cenários como resultado do colapso econômicoda Venezuela. Em todos, projetam o fim do regime
Rodrigo Botero Montoya - O Globo
O projeto de levar a
Venezuela a navegar no mesmo mar de felicidade no qual navega Cuba está
naufragando. Depois de cinco décadas, Fidel Castro reconheceu que o
modelo econômico adotado não serve a Cuba. Na Venezuela, 15 anos foram
suficientes para comprovar o fracasso do denominado Socialismo do Século
XXI.
O regime venezuelano conduziu o país ao caos inflacionário e à beira da insolvência. Uma política governamental inepta destruiu a capacidade produtiva nacional e desorganizou os canais de comercialização. O nível de desabastecimento adquiriu características dramáticas. Os venezuelanos estão tendo que dedicar muitas horas à tarefa de buscar alimentos, medicamentos e produtos básicos para o lar.
A queda dos preços do petróleo contribuiu a agudizar a fragilidade de uma economia que já estava bastante deteriorada. O tratamento que as autoridades deram à crise traz à mente uma expressão austríaca: “A situação é desesperadora, mas não é séria.” Nicolás Maduro fez uma peregrinação de 13 dias pela Ásia, Europa e o Oriente Médio. O propósito era pedir à China um empréstimo de US$ 20 bilhões e propor aos países da Opep um corte da produção de petróleo.
Além de ter sido infrutífera, a viagem permitiu a Maduro exibir seu desconhecimento do que ocorreu no setor petrolífero mundial, do funcionamento dos mercados financeiros e da realidade de seu próprio país. Afirmou que a Venezuela estaria em condições de prover alimentos aos países árabes. Regressou a Caracas com as mãos abanando. Pronunciou um discurso na Assembleia Nacional e se dirigiu à Bolívia para cumprir uma função protocolar. Depois, viajou à Arábia Saudita para expressar condolências pelo falecimento do rei Abdullah.
As medidas econômicas anunciadas foram decepcionantes: o governo culpa os empresários pela escassez; o sistema de taxas múltiplas de câmbio será mantido; e, quanto à obtenção de novos recursos, “Deus proverá”.
As receitas esperadas por via de exportações de petróleo este ano são estimadas em US$ 28 bilhões. Para os juros da dívida externa são exigidos US$ 10 bilhões. A impossibilidade de recorrer aos mercados de capital internacionais significa que haverá uma drástica restrição de importações e da atividade econômica. O Fundo Monetário Internacional prevê uma queda de 7% do PIB da Venezuela em 2015.
Os analistas preveem distintas implicações do colapso econômico, que dão por descontado uma mudança do regime. O cenário preferido seria o da revogação do mandato de Maduro, após o triunfo da oposição nas eleições legislativas. Um segundo cenário seria o de um regime de transição à democracia integrado por civis e militares constitucionais. Um terceiro cenário seria o de uma desintegração violenta do regime com enfrentamentos armados entre facções distintas. Seja como for, o experimento político que agoniza na Venezuela sugere um final melancólico.
O regime venezuelano conduziu o país ao caos inflacionário e à beira da insolvência. Uma política governamental inepta destruiu a capacidade produtiva nacional e desorganizou os canais de comercialização. O nível de desabastecimento adquiriu características dramáticas. Os venezuelanos estão tendo que dedicar muitas horas à tarefa de buscar alimentos, medicamentos e produtos básicos para o lar.
A queda dos preços do petróleo contribuiu a agudizar a fragilidade de uma economia que já estava bastante deteriorada. O tratamento que as autoridades deram à crise traz à mente uma expressão austríaca: “A situação é desesperadora, mas não é séria.” Nicolás Maduro fez uma peregrinação de 13 dias pela Ásia, Europa e o Oriente Médio. O propósito era pedir à China um empréstimo de US$ 20 bilhões e propor aos países da Opep um corte da produção de petróleo.
Além de ter sido infrutífera, a viagem permitiu a Maduro exibir seu desconhecimento do que ocorreu no setor petrolífero mundial, do funcionamento dos mercados financeiros e da realidade de seu próprio país. Afirmou que a Venezuela estaria em condições de prover alimentos aos países árabes. Regressou a Caracas com as mãos abanando. Pronunciou um discurso na Assembleia Nacional e se dirigiu à Bolívia para cumprir uma função protocolar. Depois, viajou à Arábia Saudita para expressar condolências pelo falecimento do rei Abdullah.
As medidas econômicas anunciadas foram decepcionantes: o governo culpa os empresários pela escassez; o sistema de taxas múltiplas de câmbio será mantido; e, quanto à obtenção de novos recursos, “Deus proverá”.
As receitas esperadas por via de exportações de petróleo este ano são estimadas em US$ 28 bilhões. Para os juros da dívida externa são exigidos US$ 10 bilhões. A impossibilidade de recorrer aos mercados de capital internacionais significa que haverá uma drástica restrição de importações e da atividade econômica. O Fundo Monetário Internacional prevê uma queda de 7% do PIB da Venezuela em 2015.
Os analistas preveem distintas implicações do colapso econômico, que dão por descontado uma mudança do regime. O cenário preferido seria o da revogação do mandato de Maduro, após o triunfo da oposição nas eleições legislativas. Um segundo cenário seria o de um regime de transição à democracia integrado por civis e militares constitucionais. Um terceiro cenário seria o de uma desintegração violenta do regime com enfrentamentos armados entre facções distintas. Seja como for, o experimento político que agoniza na Venezuela sugere um final melancólico.
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