Há também hostilidade e xenofobia da parte da sociedade e de algumas
lideranças europeias, com conotações racistas e islamofóbicas. Em
contrapartida, o mero clamor humanitário colide com a realidade
política, social e econômica. Não dá para a Europa simplesmente acolher
as crescentes levas de refugiados e a carga maior acaba sendo dos países
do Mediterrâneo, os que mais sofreram e ainda sofrem com a crise
econômica. O dilema é que acolher funciona como uma ferramenta de
atração para mais refugiados.
Nunca é fácil para a Europa encontrar uma política comum quando enfrenta um desafio e pelas estimativas trata-se do maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial. O que fazer? Liderança para valer na Europa apenas a de Angela Merkel, a primeira-ministra alemã que neste setembro está completando dez anos de poder.
Merkel é uma política cautelosa que espera o momento de agir. No entanto, ela antecipa os desafios. Em meados de agosto, ela descreveu o problema dos refugiados como um desafio mais grave para a Europa do que a crise grega. Na ocasião, a declaração foi questionada, agora é aceita com bem menos reservas.
Como de hábito, Angela Merkel está buscando um pouco de equilíbrio entre o DNA do seu partido de centro-direita, o Partido Democrata-Cristão, os interesses alemães e os da União Europeia como um todo. Somente ela tem condições de oferecer o compasso político e moral para a Europa. Na semana passada, Merkel disparou contra extremistas alemães de direita, alertando contra a intolerância e o desrespeito à dignidade humana dos refugiados. No começo do ano, ela já condenara o movimento islamofóbico Pegida (que atua na Alemanha) e defendeu o islã como uma religião que “pertence à Alemanha”.
Angela Merkel quer ocupar o centro do debate e sabe que cabe a ela costurar uma política migratória comum na Europa mas sem se desgastar na sua própria base partidária na Alemanha. As indicações são de que ela vai concorrer a um quarto mandato nas eleições de 2017.
Não posso me furtar a uma diatribe, comparando a postura de uma líder conservadora na Europa e as palhaçadas no circo das primárias republicanas que tem Donald Trump no centro do picadeiro com seu comportamento xenofóbico. Num reality-show de política, eu lançaria o nome de Angela Merkel como candidata republicana nas eleições presidenciais americanas de 2016.
Nunca é fácil para a Europa encontrar uma política comum quando enfrenta um desafio e pelas estimativas trata-se do maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial. O que fazer? Liderança para valer na Europa apenas a de Angela Merkel, a primeira-ministra alemã que neste setembro está completando dez anos de poder.
Merkel é uma política cautelosa que espera o momento de agir. No entanto, ela antecipa os desafios. Em meados de agosto, ela descreveu o problema dos refugiados como um desafio mais grave para a Europa do que a crise grega. Na ocasião, a declaração foi questionada, agora é aceita com bem menos reservas.
Como de hábito, Angela Merkel está buscando um pouco de equilíbrio entre o DNA do seu partido de centro-direita, o Partido Democrata-Cristão, os interesses alemães e os da União Europeia como um todo. Somente ela tem condições de oferecer o compasso político e moral para a Europa. Na semana passada, Merkel disparou contra extremistas alemães de direita, alertando contra a intolerância e o desrespeito à dignidade humana dos refugiados. No começo do ano, ela já condenara o movimento islamofóbico Pegida (que atua na Alemanha) e defendeu o islã como uma religião que “pertence à Alemanha”.
Angela Merkel quer ocupar o centro do debate e sabe que cabe a ela costurar uma política migratória comum na Europa mas sem se desgastar na sua própria base partidária na Alemanha. As indicações são de que ela vai concorrer a um quarto mandato nas eleições de 2017.
Não posso me furtar a uma diatribe, comparando a postura de uma líder conservadora na Europa e as palhaçadas no circo das primárias republicanas que tem Donald Trump no centro do picadeiro com seu comportamento xenofóbico. Num reality-show de política, eu lançaria o nome de Angela Merkel como candidata republicana nas eleições presidenciais americanas de 2016.
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