Na Europa, de costas voltadas para a “selva”
Público
Frans Timmermans, vice-presidente da
Comissão Europeia, esteve em Calais a convite francês. Visitou um
centro-de-dia simpático, financiado pela UE, que acolhe centena e meio
de mulheres e crianças e distribui diariamente umas 2000 refeições. Um
local de algum modo exemplar, se não existisse o resto. E o resto é um
acampamento, também em Calais, semiclandestino, onde se amontoam em
péssimas condições milhares de pessoas. Chamam-lhe Jungle, selva, e
Timmermans não visitou a “selva” nem soube dar resposta condigna ao
jornalista que quis saber porquê. Mas a Europa, hoje, divide-se
precisamente entre os que sabem das “selvas”, e dos seus múltiplos
dramas, e os que preferem imaginar tudo arrumado e limpo, com refugiados
bem alimentados e bem recebidos, desde que em quantidades reduzidas.
Entre os apelos humanitários de Merkel e os preocupantes sinais de
rejeição e xenofobia, a Europa terá de decidir-se. E agir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário