domingo, 1 de julho de 2012

A DECADÊNCIA DO ENSINO NA ALEMANHA PREOCUPA


Metade dos estudantes alemães desconhece que Hitler foi um ditador, revela pesquisa
Um terço dos jovens entre 15 e 16 anos o considera “defensor dos direitos humanos”
João Novaes - Opera Mundi
A divulgação de um estudo realizado entre milhares de estudantes de cinco regiões da Alemanha revelou resultados que chocaram a opinião pública do país e que colocaram em dúvida critérios do sistema educacional local. Segundo a pesquisa intitulada “A última vitória das ditaduras?”, metade dos entrevistados não sabia que Adolf Hitler foi um ditador, enquanto um terço achava que ele era um “protetor dos direitos humanos”.
Outro resultado que chamou atenção é que 40% desses estudantes não sabiam diferenciar entre as noções de “democracia” e “ditadura”. A resposta mais comum assinalada por quatro entre dez entrevistados foi: “é tudo a mesma coisa”. Realizada sob forma de questionário, o estudo foi divulgado pelos jornais locais nesta sexta-feira (29/06).
Um dos realizadores do estudo, o professor de Ciências Políticas da Universidade Livre de Berlim, Klaus Schroeder, considerou o resultado chocante. “Talvez a solução seja aumentar as aulas de História Contemporânea em detrimento ao estudo de outras épocas”, disse ele ao jornal italiano Corriere della Sera.
Outra solução apontada por Schroeder seria utilizar métodos mais modernos e alternativos de estudo da História, como aumentar a frequência de visitas de delegações estudantis a antigos campos de concentração, que hoje servem como memoriais. Essas mudanças, na opinião de Schroeder, reforçariam entre os jovens as noções do que considera “valores-chave” de nossa época, como liberdade, direitos humanos, pluralismo e Estado de direito.
“Esses estudantes não têm qualquer consciência política e não possuem qualquer ideia de conceitos como ‘liberdade de expressão’ ou ‘direitos humanos’”, afirmou Schroeder.
O estudo abordou 7.400 estudantes alemães entre 15 e 16 anos. Cerca de dois mil desses entrevistados visitavam memoriais de guerra na Alemanha quando foram abordados.

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