quinta-feira, 23 de junho de 2016

Carlos Gabas diz que conhece Alexandre Romano, mas nega propina
‘Ele supõe que eu seria beneficiário do esquema’, diz ex-ministro da Previdência
Jailton de Carvalho - O GloboO ex-ministro da Previdência Carlos Gabas nega ter recebido propina - ANDRE COELHO 15-06-2015 / Agência O Globo
BRASÍLIA — O ex-ministro da Previdência Carlos Gabas afirmou ao GLOBO que conhece o ex-vereador petista Alexandre Romano, mas negou ter recebido dele dinheiro fruto de um esquema de desvio de verbas no Ministério do Planejamento. Segundo Gabas, ele e Romano se encontraram várias vezes, sobretudo quando o ex-vereador viajava a Brasília.
Gabas é investigado por suposto envolvimento na contratação ilegal e recebimento de propina da Consist, para prestar serviços sobre crédito consignado, no período em que Paulo Bernardo era ministro do Planejamento. Paulo Bernardo foi preso na manhã desta quarta-feira durante a operação da PF.
— Na delação dele (Romano), ele supõe que eu seria beneficiário do esquema (que recebia dinheiro). Quero que ele diga como, de que jeito? — disse o ex-ministro.
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal realizou buscas na casa de Gabas durante a Operação Custo Brasil, um desdobramento da 18ª fase da Lava-Jato, em agosto de 2015, que prendeu Romano. A Polícia Federal apreendeu dois celulares, um iPad e um notebook na casa do ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas. O ex-ministro foi chamado para depor sobre as supostas relações dele com Romano, mas preferiu ficar calado e só comparecer à Polícia Federal num outro momento. Segundo Gabas, o mandado expedido pela Justiça Federal em São Paulo dava duas opções, depor ou permanecer em silêncio.
— Existe um mandado para eu depor ou ficar calado. Optei por depor, mas com minha advogada. Disse (para a polícia) que quero falar com o delegado. Pode marcar data e horário — disse Gabas ao GLOBO.
Mais cedo, a polícia chegou a informar que o ex-ministro seria levado para depor. Ele está entre os investigados obrigados a prestar depoimento, conforme decisão judicial. Mas o o mandado, conforme o ex-ministro, permitia também que, se quisesse, ele poderia ficar calado.
Quatro policiais, um procurador e dois fiscais da Receita Federal chegaram à casa de Gabas, no Lago Norte, por volta das 6h. Além dos computadores e dos celulares, os investigadores apreenderam escrituras de dois apartamentos de Gabas, um em São Paulo e outro em Taguatinga.
— Eles (investigadores) foram muito educados. Perguntaram se eu tinha valores, eu disse que não. Então vasculharam a casa toda — disse Gabas.

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